segunda-feira, 28 de setembro de 2009

ÁREAS VERDES URBANAS

ÁREAS VERDES URBANAS

Gabriela Almeida da Silva [1]


Resumo:

O trabalho consiste em uma pesquisa sobre os espaços públicos verdes dentro das grandes cidades. Serão abordados aspectos históricos, as conseqüências da relação cidade e natureza, a definição e características das principais áreas verdes urbanas que hoje são representadas pelos parques, praças, jardins públicos e arborização de avenidas e rodovias. E por fim mostrar sua função no espaço urbano.

Palavras chaves: áreas verdes urbanas; planejamento urbano; espaços públicos; lazer

1. Introdução

A história das áreas verdes urbanas evoluiu durante o tempo, partindo do principio de um jardim, alguns jardins famosos como o jardim do Éden e os jardins suspensos da Babilônia ajudam há contar um pouco a histórias das áreas verdes, pois é a partir daí que se tem a idéia de jardins modernos dentro das cidades.

A introdução de jardins em áreas urbanas ocorreu no século XIX principalmente na Europa, China e no Egito. Quando essa prática se tornou comum na Europa, começaram a aparecer os primeiros largos e praças no Brasil em área urbanísticas, principalmente a partir das três últimas décadas do século XIX, e assim houve uma constante transformação dos espaços públicos nas grandes cidades brasileiras. Já no século XX, se tornou comum construção de praças ajardinadas e parques.

2. Urbano e Natureza

Hoje as áreas verdes se tornaram uma referência em defesa do meio ambiente e a sua degradação, atualmente os espaços verdes estão sendo tomados pelos os centros urbanos. A urbanização está cada vez mais complexa, ou seja, o espaço urbano tende a se expandir cada vez mais por causa da sua força produtiva, e assim as questões sócio-ambientais entra em contradição com as questões sócio-econômicas. Isso pode ser refletido na seguinte frase "A cidade é um modo de viver, pensar, mas também de sentir". (Carlos, 2005, p.26)

A relação cidade e natureza, com o crescimento da urbanização vai se tornando cada vez menor, e a degradação se torna comum nas grandes cidades, pois não houve nenhum tipo de planejamento que ressaltou a importância do meio ambiente, e vida urbana ficou atrelada a infra-estrutura da cidade. O desenvolvimento histórico produz um espaço a partir da unidade dialética homem-natureza. (Carlos, 2005, p.28).

3. Transformações dos parques urbanos

A consolidação da idéia de se ter variadas áreas verdes nas cidades se efetivou após a construção de Brasília (a partir de 1950), os centros urbanos brasileiros transformaram seus espaços públicos livres em parques, mas isso se dá a partir das décadas de 70 e 80 em todo o território nacional. Um exemplo é o Parque do Ibirapuera em São Paulo e o Aterro do Flamengo no Rio de Janeiro. Mas se tratando do Ibirapuera, podemos dizer que foi o primeiro parque urbano moderno do país, fundado em 1954, se transformou em referencia de paisagismo para as cidades urbanas de todo o estado de São Paulo e do Brasil, o Ibirapuera tinha como finalidade a integração de seus usuários, e até hoje essa é sua finalidade, principalmente depois da construção de espaços culturais e da "marquise". Após a fundação do Ibirapuera, outros parques em São Paulo foram construídos em distintas localidades e com os mesmos fins, como por exemplo: Parque da Aclimação na área central, Parque do Carmo na zona leste, Parque Estadual Alberto Loefgreen ou Horto Florestal na zona norte, Parque da Água Branca na zona oeste e Parque da Independência na zona sul, mas nenhum desses tem a mesma importância do que o Parque do Ibirapuera.

4. A importância das áreas verdes

As áreas verdes no contexto das grandes cidades entram como um elemento essencial para o bem estar da população, pois tem a finalidade de melhorar a qualidade de vida pela recreação, pelo paisagismo e pela preservação ambiental, o que quer dizer que as áreas verdes urbanas são de extrema importância para a qualidade da vida urbana, elas agem simultaneamente sobre o lado físico e mental do homem, absorvendo ruídos, atenuando o calor do sol, melhorando a qualidade do ar, contribuindo para a formação e o aprimoramento do olhar estético, etc. Além de que desempenham um papel fundamental na paisagem urbana, porque constituem um espaço dentro do sistema urbano onde as condições ecológicas se aproximam das condições normais da natureza.

Apesar das inúmeras funções das áreas verdes, a sua oferta é muito pouca em relação à procura. Hoje, por exemplo, o verde, a proximidade da natureza, a falta de áreas para crianças brincarem, faz surgir à criação de serviços como escolas de idiomas, balé, judô, ginástica, os shoppings, tudo isso para suprir a necessidades da população em relação às áreas verdes. (Carlos, 2005, p.55). Antigamente, as áreas verdes eram o centro dos acontecimentos políticos e das festividades religiosas, de atos cívicos e sociais. Nos finais de semana, moradores da zona urbana dirigiam-se às praças, pois ali havia diversão, o lazer de outras épocas e encontros, e isso não existe mais com tanta intensidade, pois a população cresceu e as áreas destinadas ao lazer não.

5. A relação entre políticas públicas e as áreas verdes

Mesmo as áreas verdes tendo muita importância para a cidade e sua população, as forças socioeconômicas as vêem em segundo plano, pois o que é publico não tanta tem importância para a economia. Além de que para desempenhar plenamente seu papel, as áreas verdes urbanas precisam ter um bom planejamento, só que o planejamento dessas áreas nunca foi um ponto de muita importância na plataforma dos principais políticos do nosso país, pois eles sempre tiveram em vista o desenvolvimento e o crescimento para uma melhor economia, e como já vimos à cima, as questões sócio-econômicas e as questões sócio-ambientais entram em confronto, e aí o que está ligado à economia sempre tem mais ênfase, portanto um planejamento é necessário, pois o desenvolvimento do país é importante e a qualidade de vida da população urbana também. O planejamento das áreas verdes urbanas parte de uma definição de recursos, as áreas de ordem pública são administradas com recursos que sobram de outras atividades, consideradas como mais importantes. E até mesmo existem parques e áreas que não recebe nenhum recurso, portanto não tem nenhum tipo de infra-estrutura para receber e atrair a população à sua volta, isso ocorre principalmente nos parques que estão localizados em áreas periféricas, onde a utilização dessas áreas seria crucial para a integração da população.

6. Considerações finais

Em suma, o que está acontecendo com as áreas verdes públicas, é que sempre estão reduzindo os seus recursos ou sendo administradas com os restos de outras ramificações do governo, enquanto aumenta as necessidades criadas pela expansão urbana. Associada às questões acima está a falta de políticas públicas eficientes no campo urbanístico que poderiam evitar os problemas que ocorrem hoje nas grandes cidades. É nesse sentido que embora todas as cidades apresentem áreas verdes onde a população possa ter momentos de lazer e contato com a natureza, poucas têm esses espaços de forma organizada, de modo que não passam de espaços sem função no urbano.

Enfim, a falta de planejamento é um problema no desenvolvimento de nossas cidades, principalmente tratando-se das áreas verdes que geralmente estão em segundo plano, quando não abandonadas. Os resultados são as deficiências permanentes e crescentes dessas áreas que tem uma finalidade tão importante e crucial para a população e o espaço urbano.

Referências Bibliográficas:

CARLOS, Ana Fani Alessandri. A Cidade. 8.ed. São Paulo: Contexto, 2005.

MACEDO, Silvio Soares. Quadro do Paisagismo no Brasil. 1. ed. São Paulo: Quapá, 1999.

____. Áreas Urbanas: Conceitos e Definições. Disponível em: . Acessado em 25 de Agosto de 2007.

____. Silvicultura Urbana - O Desenho Florestal da Cidade. Disponível em: . Acessado em 27 de Agosto de 2007.

[1] Estudante do segundo ano do curso de Licenciatura em Geografia na Universidade Bandeirante de São Paulo. Professora de geografia do ensino píblico do estado de São Paulo.

Fonte: Webartigos.com | Textos e artigos gratuitos, conteúdo livre para reprodução. 1

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