tag:blogger.com,1999:blog-8641582482618652642024-02-18T18:44:36.117-08:00Territórioterritoriogeograficohttp://www.blogger.com/profile/04358931263242333969noreply@blogger.comBlogger32125tag:blogger.com,1999:blog-864158248261865264.post-74624057228984506192009-11-20T16:09:00.000-08:002009-11-20T16:30:16.537-08:00Comunicando o quê? Resp: O que eles não comunicam.<div align="center" class="ecxwestern" style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div align="center" class="ecxwestern" style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div align="center" class="ecxwestern" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: medium;"><b>Comunicando o quê?</b></span><br />
</div><div align="center" class="ecxwestern" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: medium;"><b>Resp: O que eles não comunicam.</b></span><br />
</div><div align="center" class="ecxwestern" style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div align="center" class="ecxwestern" style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div align="center" class="ecxwestern" style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjE4MTVWMuMYxSxCnvWQIVoIhlkgdG7Tzt5_vhwYW2lSxx-Ylq_ynb8-i-XA_P0sXEHolvcRno5TfBx_iyUOuqn6cH6HsMZiwLWW4tnHboX8CxWuGtX_98fj4x96PVlG8jaffSpNogME9v8/s1600/PCC96F7D7F229448F90935673E3FC10DF.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjE4MTVWMuMYxSxCnvWQIVoIhlkgdG7Tzt5_vhwYW2lSxx-Ylq_ynb8-i-XA_P0sXEHolvcRno5TfBx_iyUOuqn6cH6HsMZiwLWW4tnHboX8CxWuGtX_98fj4x96PVlG8jaffSpNogME9v8/s320/PCC96F7D7F229448F90935673E3FC10DF.jpg" /></a><br />
</div><div align="center" class="ecxwestern" style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div align="justify" class="ecxwestern" style="font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;"><br />
<br />
<meta content="text/html; charset=utf-8" http-equiv="Content-Type"></meta><meta content="Word.Document" name="ProgId"></meta><meta content="Microsoft Word 11" name="Generator"></meta><meta content="Microsoft Word 11" name="Originator"></meta><link href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CADMINI%7E1%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtml1%5C03%5Cclip_filelist.xml" rel="File-List"></link><o:smarttagtype name="PersonName" namespaceuri="urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags"></o:smarttagtype><style>
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<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black;"> Uma das ações que buscam melhorar a comunicação institucional <st1:personname productid="em nossa Universidade" w:st="on">em nossa Universidade</st1:personname> pode ser observada diariamente pelos que estudam, trabalham ou visitam os campi da Betânia, Junco, Derby e CIDAO. O Diretório Central dos Estudantes denuncia, por meio de várias ações, os vários atos ocorridos e que irão ocorrer <st1:personname productid="em nossa Universidade. Um" w:st="on">em nossa Universidade. Um</st1:personname> exemplo disso e a escolha do novo Reitor que se dará nas férias, embora não exista divulgação alguma sobre tal processo. Então, respeitando o princípio de comunicação pública, de que a informação é um direito de todos, resolvemos informar que, a <b>maior parte</b> da comunidade acadêmica da UEVA não irá participar do processo de escolha do(a) Reitor(a) e Vice-Reitor(a), dos próximos quatro anos.<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black;"> Para facilitar a divulgação, confeccionamos vários materiais adesivos, faixas e cartazes sobre o descaso que ocorrerá conosco, porém onde e como utilizá-los não podemos controlar, já que, fazem parte da nossa Coordenação de Comunicação e Marketing Institucional cerca de 7500 estudantes espalhados por vários campi, assim como professores e funcionários. Dessa forma, sabemos sim como utilizar os novos murais, que são veículos de comunicação para ordenar as ações de comunicação não só do Diretório Central dos Estudantes, sendo estas destinadas a todos.<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black;"> Entendemos muito sobre a boa comunicação e sobre saber comunicar de forma que a mensagem consiga chegar ao público, assim, tudo concorre para o bom andamento das ações destinadas ao público que representamos. O Diretório Central dos Estudantes jamais negará ou omitirá informações, pois o corpo representativo dos estudantes, no DCE, se faz de verdadeiros representantes, e não de farsistas. Nosso papel é levantar questionamentos, fazer a comunidade acadêmica pensar e ver que a melhor maneira de conseguirmos nossos objetivos é através da democracia <st1:personname productid="em nossa Universidade. Com" w:st="on"><st1:personname productid="em nossa Universidade." w:st="on">em nossa Universidade.</st1:personname> Com</st1:personname> um regime democrático, apresentaremos propostas das mais variadas possíveis e participaremos de forma ativa da nossa graduação. As mudanças só ocorrem quando a sociedade civil se mobiliza, então, nosso papel é mobilizar os estudantes. <o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black;"> Continuaremos informando os estudantes, promovendo a cultura do verdadeiro esclarecimento, já que os meios de comunicação de nossa UEVA não o fazem, fato claro deixado pelo “<b>Editorial Folha da UVA”, </b>que não traz os reais problemas do nosso cotidiano universitário, sendo, dessa forma, antidemocrático. Lamentavelmente, um mau exemplo de <b>vandalismo e de desrespeito </b>ao nosso principal patrimônio, a educação, surge dos nossos governantes e administradores públicos, pois o que se observa nos últimos séculos é o descaso destes com relação à educação. Infelizmente, da forma como nos encontramos, não temos condições de continuar, exemplo claro disso e o curso de Engenharia Civil de nossa Universidade, com apenas três professores efetivos (não vamos continuar com os casos, a lista é muito longa e o texto vai ficar cansativo, seguiremos com o nosso real objetivo).<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: black;"> Por isso, repudiamos a posição do “<b>Editorial Folha da UVA”</b>, pois não entendemos como um setor de nossa Universidade tenta fazer com que os estudantes se voltem contra a entidade que os representa. A conclusão que tiramos é que o editor-chefe de tal jornal desrespeita toda a comunidade acadêmica e esquece o real motivo das mobilizações denominadas de <b>“DIRETAS JÀ NA UEVA”, </b>não abordando, na edição de 12 de novembro de 2009, o conteúdo dos materiais questionados e as ações que o Diretório Central dos Estudantes já havia realizado. <b>Será que estão querendo nos confundir?</b> <o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black;"> Sabemos do muito que foi feito <st1:personname productid="em nossa Universidade" w:st="on">em nossa Universidade</st1:personname> para melhorar as condições de ensino, mas não devemos nos acomodar. Infra-estrutura desfaz-se (fachadas e praças), porém a qualidade do ensino fica. Por isso, salientamos que, o que querem comunicar os representantes estudantis, eleitos por seus colegas, é o desrespeito à comunidade acadêmica, que é privada de fazer suas próprias escolhas. A qualidade de uma educação democrática poderia, de forma clara, reflexiva e envolvente nos despertar todos os dias para um mundo novo e desconhecido, todavia esse tipo de educação é excluído. Percebemos isso na posição do “<b>Editorial Folha da UVA” </b>que não observa a incoerência do texto editado, e expõe uma mensagem nada subliminar, a de um vácuo na administração pública como um todo, tanto dentro, como fora da nossa UEVA, demonstrando sua fragilidade, quando este deveria ser algo construtivo para a sociedade brasileira e principalmente cearense. <o:p></o:p></span><br />
</div><span style="color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: 12pt;"> Após análises e reflexões, concluímos: <b>“Quem diz que devemos ter educação pública, gratuita, democrática e de qualidade não somos nós do DCE, é a constituição brasileira, só queremos garantir a validade da legislação, cobrando por nossos direitos e exercendo nossos deveres, ou será errado querer sair da universidade com uma boa formação? </b>Vandalismo é cortar várias árvores, como está acontecendo na Betânia, um verdadeiro desrespeito a um patrimônio que implica na nossa vida, por isso <b>“DIRETAS JÁ NA UEVA”</b>.</span> <br />
<br />
</div><br />
territoriogeograficohttp://www.blogger.com/profile/04358931263242333969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-864158248261865264.post-5578344851996627272009-11-20T09:37:00.000-08:002009-11-20T16:17:42.268-08:00Qual real Interesse?<div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><span style="background-color: cyan; color: blue; font-size: large;">Qual o real interesse? hein !?</span><br />
<div style="background-color: white;"><br />
</div><div style="background-color: white;"><br />
</div><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNwKoZp8jLwzWVABe9n7ZpsbxdnHO-tsmf9mDocME6jMtiDStplkJ9ZzNbnOyW6JmiJCNjM7rD9pNWPp5Xzsk71nuK9p8pzcX0j_3xcAP4x-F8rpcyz5YmKsnoKICXTjcbk_MO3uucHlFI/s1600/diretas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNwKoZp8jLwzWVABe9n7ZpsbxdnHO-tsmf9mDocME6jMtiDStplkJ9ZzNbnOyW6JmiJCNjM7rD9pNWPp5Xzsk71nuK9p8pzcX0j_3xcAP4x-F8rpcyz5YmKsnoKICXTjcbk_MO3uucHlFI/s320/diretas.jpg" /></a><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div style="background-color: #f3f3f3; color: white;"><br />
</div><span style="background-color: cyan; color: blue; font-size: large;"><br />
</span><br />
<div style="color: black;"><span style="background-color: cyan; font-size: large;"><br />
</span><br />
</div></div><div style="background-color: #9fc5e8; color: black;"><br />
</div><div style="background-color: white; color: #e69138;"><br />
</div><div style="background-color: #9fc5e8; color: #e69138; text-align: justify;"><span style="background-color: blue;"><span style="background-color: white;"> Lendo e analisando, a “Folha da Uva” de nº 13 – Ano VI, publicada em 12 de novembro, tomei um grande susto com o quê estava escrito na página 02, sobre uma tal “depredação” e “pichação” que o DCE vinha realizando no patrimônio público. Veio ao meu pensamento o que esse editor entende por pichação e depredação, mas vi que essas palavras são bastante maliciosas, e foram apenas utilizadas para denegrir a imagem do verdadeiro sentido empreitado nos adesivos. E ainda afirmar que o DCE colocou os adesivos. É fato que esses adesivos foram idealizados pelo DCE e SINDIUVA, mas isso não é suficiente para tal afirmação, pois qual é a certeza que o editor/assessor de Comunicação e Marketing Institucional tem? Já que esses adesivos foram e são distribuídos para diversas pessoas, onde essas pessoas são livres para fazer o que quiserem com eles.</span></span><br />
</div><div style="background-color: #9fc5e8; color: #e69138; text-align: justify;"><span style="background-color: blue;"><span style="background-color: white;"> Acreditamos que os meios de comunicações devem ser zelados, e melhores aproveitados, não falo das placas (que por sinal custaram muito caro, antes deixasse as antigas de metal e comprasse livros, enfim...) e sim do próprio jornal. Durante o mês de outubro houve várias manifestações e assembléias ocorrendo em diversos centros da UEVA, na busca da democracia, igualdade, e liberdade de escolha (aos cargos de reitor, diretores de centros e coordenadores de cursos), bem, a “folha da uva” não fez nenhum depoimento a respeito, “por quê” será? E agora, ridiculamente vem questionar o “desrespeito com o bem em comum”. Saiba que o nosso interesse é a busca por uma Universidade democrática, a favor da liberdade de expressão, a favor da igualdade, com um ensino de qualidade. E essa luta é o “bem em comum”, pois assim todos serão beneficiados com o direito de escolha e direcionamento desta Universidade.</span></span><br />
</div><div style="background-color: #9fc5e8; color: #e69138; text-align: justify;"><span style="background-color: blue;"><span style="background-color: white;"> E como podem falar de incoerência, pois se existe incoerência, ela está nesse jornal, pois, se fossem coerentes publicariam as manifestações, assembléias, o real significado dos adesivos, a ausência e defasagem do acervo de nossas bibliotecas, o ato de nepotismo (esse você enalteceu) presente na Universidade, o antidemocrático processo eletivo aos cargos administrativos, o dinheiro arrecadado através dos institutos tendendo a privatização de nossa universidade pública, enfim, esse problemas que precisam ser debatidos e informado para construção de uma universidade pública melhor, o seu mero jornal não faz.</span></span><br />
</div><div style="background-color: #9fc5e8; color: #e69138; text-align: justify;"><span style="background-color: blue;"><span style="background-color: white;"> O real sentido dos adesivos e faixas são mostrar a verdadeira incoerência e o alto autoritarismo vivo nesta Universidade (UEVA!), e damos ênfase à necessidade de um processo democrático para eleição de cargos administrativos (DIRETAS JÁ!). Agora, entra em questionamento qual real sentido desse artigo? Será denegrir a imagem do DCE (que vem empreitado essa luta)? Proibir a denuncia sobre a necessidade do um processo democrático nessa Universidade? </span></span><br />
</div><div style="background-color: white; color: #e69138; text-align: justify;"><span style="background-color: blue;"><span style="background-color: white;">Infelizmente, contamos novamente com a falta de ética, desde a colocação de palavras, tais como “depredação” e “pichação” em tons pejorativos até a falta de denúncias sobre os problemas da UEVA (que deve receber maiores considerações). Acredito, que se temos um jornal para informa a todos, que esse jornal seja livre, com conteúdo que questione a própria Universidade. Devemos compreender que se existem pichações e adesivos colados em placas, é porque não existe outro meio de comunicação onde possa se manifestar, e se existe não é permitido</span>. </span><br />
</div><div style="background-color: #9fc5e8; color: #e69138; text-align: justify;"><span style="background-color: blue;"><span style="background-color: white;"> Mesmo com a falta de compromisso, omissão e manipulação de informações desse jornal, saibamos que a luta continua, DIRETAS JÁ!</span></span><br />
</div><div style="background-color: #f3f3f3; color: #e69138;"><br />
</div><div style="background-color: #f3f3f3; color: #e69138;"><span style="background-color: blue;"></span><br />
</div><div style="background-color: #f3f3f3; color: #e69138;"><br />
</div><div style="background-color: #f3f3f3; color: #e69138;"><span style="background-color: blue;"></span><br />
</div><span style="color: red;"><br />
<span style="background-color: blue;"></span></span>territoriogeograficohttp://www.blogger.com/profile/04358931263242333969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-864158248261865264.post-58055107117340962882009-11-20T03:14:00.001-08:002009-11-20T03:14:12.809-08:00UTOPIA ..."A Utopia está lá no horizonte.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos.<br />
<br />
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<br />
Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos.<br />
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<br />
<br />
Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei.<br />
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<br />
<br />
Para que serve a Utopia?<br />
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<br />
<br />
Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar".territoriogeograficohttp://www.blogger.com/profile/04358931263242333969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-864158248261865264.post-50031324024703848892009-11-19T04:54:00.000-08:002009-11-19T04:54:36.187-08:00HISTÓRIA CONTADA PELO O LADO DE LÁ<div style="text-align: justify;"> Muitos historiadores marcam o ano de 1712 como sendo o ano em que se começou a ver a Fazenda Caiçara como povoação. A Fazenda Caiçara pertencia ao Capitão Antônio Rodrigues Magalhães que, em1743, doou parte de suas terras para a construção da capela de Nossa Senhora da Conceição, que passaria a ser, futuramente, a Matriz da cidade de Sobral.<br />
</div><div> </div><div style="text-align: justify;">Ao redor da Matriz e, mais tarde, da capela do Rosário surgiram as primeiras casas da povoação e pertenciam a pessoas de boa conduta, das quais descende grande parte dos habitantes de Sobral.<br />
</div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> Os bairros da Matriz e do Rosário formavam dois pequenos centros de atividade, que pouco a pouco foram se desenvolvendo até que se uniram mediante o aparecimento de novas ruas entre eles.<br />
</div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">No dia 5 de Julho de 1773, a povoação Caiçara foi elevada à Vila <span style="font-family: Times New Roman;">Distinta e Real </span>de Sobral.<br />
</div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> Em 12 de Janeiro de 1841, pelo decreto Nº 229, a Vila de Sobral foi elevada à categoria de Cidade, com o título de Fidelíssima Cidade Januária do Acaraú, <span style="font-family: Times New Roman;">pelo presidente Martiniano de Alencar</span>. Em 25 de Outubro de 1842, pelo decreto Nº 244, a Cidade Januária passou a se chamar Cidade de Sobral.<br />
</div><div class="conteudo_informacao" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="conteudo_informacao" style="text-align: right;"><br />
</div><div class="conteudo_informacao" style="text-align: right;">(FONTE:http://www.sobral.ce.gov.br/comunicacao/novo2/index.php?pagina=cidade/historia-cidade.php)<br />
</div><div class="conteudo_informacao" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="conteudo_informacao" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="conteudo_informacao" style="text-align: justify;"> Situada na região Norte do Ceará, a 235 quilômetros de Fortaleza, a cidade de Sobral se apresenta como o mais significativo referencial de crescimento e desenvolvimento econômico do interior do Estado, constituindo-se num centro de convergência, por sua ampla e moderna estrutura nos setores da saúde, educação, comércio, indústria, serviços, lazer, cultura e arte.<br />
</div><div> </div><div class="conteudo_informacao" style="text-align: justify;">Inserida no rol das cidades que mais se desenvolveram no Brasil, nos últimos 10 anos, e também uma das 30 melhores para se morar, Sobral se orgulha de sua história e de sua gente; de seus encantos exaltados em prosa e verso; do seu rumo certo, do novo jeito de ser, e por estar cada vez melhor.<br />
</div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="conteudo_informacao" style="text-align: justify;"> O rio Acaraú e a Serra da Meruoca se constituem nos principais ícones do cenário natural desta terra, que se limita a norte com os municípios de Massapê, Santana do Acaraú e Meruoca, a sul com Santa Quitéria, Groaíras e Cariré, a leste com Itapipoca, Irauçuba e Canindé, e a oeste com os municípios de Coreaú, Mucambo e Alcântara. <br />
</div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="conteudo_informacao" style="text-align: justify;"> Sobral é ligada a Fortaleza pela BR-222, que interliga nosso estado aos estados do Piauí, Maranhão e Pará. A cidade dispõe de um moderno Terminal Rodoviário, dispondo de linhas para os principais estados do país. Atende também a um considerável público com transporte intermunicipal, com ônibus saindo e chegando em intervalos de 15 minutos. O aeroporto da cidade, é um dos três mais importantes do Ceará, servindo a aeronaves de porte médio.<br />
</div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="conteudo_informacao" style="text-align: justify;">Sobral vem experimentando um forte processo de modernização em sua estrutura econômica. Há 50 anos, a cidade era o mais importante pólo comercial do norte do Estado. Na segunda metade do século XIX o desenvolvimento de Sobral chegou a superar o de Fortaleza. O progresso da cidade se firmou a partir da instalação de indústrias e de um vigoroso sistema educacional e de prestação de serviços de saúde.<br />
</div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="conteudo_informacao" style="text-align: justify;"> Sobral vem experimentando um forte processo de modernização em sua estrutura econômica. Há 50 anos, a cidade era o mais importante pólo comercial do norte do Estado. Na segunda metade do século XIX o desenvolvimento de Sobral chegou a superar o de Fortaleza. O progresso da cidade se firmou a partir da instalação de indústrias e de um vigoroso sistema educacional e de prestação de serviços de saúde.<br />
</div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="conteudo_informacao" style="text-align: justify;"> Nascido em 1841, o Município ocupa uma área de 2.129 quilômetros quadrados, tem uma população, estimada pelo IBGE, em julho de 2006, de 175.814 habitantes, e está a uma altitude de 70 metros acima do nível do mar. O clima é quente e seco, com uma temperatura média de 30 graus centígrados.<br />
</div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="conteudo_informacao" style="text-align: justify;">O Sistema de Comunicação de Sobral é um dos melhores do Ceará. O Município está ligado ao mundo com excelente capacidade instalada nas áreas de telefonia pública e privada, incluindo a celular atendido pelas operadoras Claro, Oi e Tim, que oferecem uma cobertura de mais de 90% do município. A cidade possui vários provedores de acesso à rede mundial de computadores - (INTERNET) via linha discada, cabo, rádio e sistema Velox, sendo um dos pioneiros, o Primeiro Provedor Municipal Gratuito do Brasil - Sobral Internet Grátis; dispõe também de cinco repetidores de TV, cinco emissoras de rádio AM, três emissoras de rádio FM e quatro jornais com periodicidades semanal e quinzenal, além de três salas de cinema, um moderno teatro, estádio de futebol, kartódromo, Jócquei, ginásio poliesportivo (uma vila olímpica em construção), clubes sociais de grande porte, uma ampla rede hoteleira, sistema de mototáxi, universidade com cerca de 20 cursos, dentre eles os de engenharia, medicina e direito, além de grandes escolas de ensino médio.<br />
</div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="sintese_informacao style33" style="text-align: justify;">Arquitetura <br />
</div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="conteudo_informacao" style="text-align: justify;"><span class="sintese_informacao">Temos em Sobral, cinco grandes grupos, digamos assim, arquitetônicos:</span><br />
</div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="conteudo_informacao" style="text-align: justify;"> - O primeiro é o da Praça São João, em torno da Praça. <br />
- O segundo é o trecho que vai da Igreja das Dores até a Igreja do Rosário, pegando a rua Ernesto Deocleciano. <br />
- O terceiro, o conjunto de casas em estilo Art. Noveau da Praça João Pessoa. <br />
- O quarto, o trecho que vai do Arco de Nossa Senhora de Fátima até a Praça Dr. José Sabóia (antiga Coluna da Hora). <br />
- O quinto são as casas e monumentos isolados (O Patronato, chamado Outão Enobrecido; uma casa ao lado da loja Odésio Cunha; o Colégio Sant'ana; o sobradinho da Casa Samuel, na rua Ernesto Deocleciano; o prédio do Radier; e o Teatro São João). <br />
</div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="conteudo_informacao" style="text-align: justify;"> Dentre as valiosas edificações contemporâneas da Instalação da Vila em 1773, podemos citar a que pertenceu ao Capitão-Mor José de Xerez Furna Uchoa - introdutor da cultura do café no Ceará - localizada na Praça da Sé. <br />
O mais antigo sobrado da cidade ou mesmo do Estado, datado de 1814, é o que foi construído pelo Coronel Inácio Gomes Parente, então chefe político em Sobral e deputado à Corte Constituinte de Lisboa, hoje quase totalmente destruído.<br />
Contemporâneos desse sobrado, embora um pouco mais novos, são os do Português Francisco Rodrigues dos Santos - o Chico Marinheiro - hoje conhecido como sobrado do Radier (onde funciona a empresa Execute Computadores), o do Senador Francisco de Paula Pessoa (atual Colégio Sant'ana, reformado em 1925, com revestimentos decorativos inspirados na renascença veneziana). Já em meados do Século, surgem os sobrados com três ou quatro águas, com motivos greco-romanos ou elementos decorativos à Bonaparte, como os de Domingos José Pinto Braga, do Major João Pedro Bandeira de Melo. Ainda dessa fase pode-se destacar o pequeno e elegante sobrado da esquina da rua Menino Deus com a antiga travessa do Botica, hoje Ernesto Deocleciano, construído pelo português Joaquim Lopes dos Santos.<br />
Em 1858, o Vigário Colado Pe. Francisco Jorge de Souza construiu este sobrado, que após restaurado abriga a "Casa da Cultura de Sobral". Em 1989 este Solar dos Figueiredos, como ficou conhecido foi comprado por um comerciante que iniciou a sua demolição, interrompida por uma Ação popular ajuizada na Comarca de sobral por um grupo de 20 sobralenses.<br />
Entre as igrejas remanescentes do antigo conjunto arquitetônico de Sobral, podemos destacar: Igreja da Sé ou Catedral; Igreja Nossa Senhora do Patrocínio; Igreja dos Pretinhos de Nossa Senhora do Rosário - construída por escravos; a Igreja do Menino Deus - erguida por duas irmãs Carmelitas no começo do Século passado; Igreja de Nossa Senhora das Dores; Igreja de São José - do Sumaré; Igreja de São Francisco.<br />
</div><div class="conteudo_informacao" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="conteudo_informacao" style="text-align: justify;"><br />
</div>territoriogeograficohttp://www.blogger.com/profile/04358931263242333969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-864158248261865264.post-41379314092412266002009-11-18T16:00:00.000-08:002009-11-18T16:00:30.416-08:00“TRANSCENDENDO A CIDADE: Desmistificando Sobral.”<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: center;"><strong>NO DESENVOLVER DA PESQUISA...</strong><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTfucIK3nEx8mptCIsxdPDwzsfVEKpWJPykiPWIJb4BB7c-mubaexjXsCfR1EuBrOCBJVNkc1wXnTzOXK6KAl8bR9hrkTAn-9r41imed0b2-aIiBz5w60A7z6md7NCWX-T8ajMAF3xqsHa/s1600/sobral-cultural.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTfucIK3nEx8mptCIsxdPDwzsfVEKpWJPykiPWIJb4BB7c-mubaexjXsCfR1EuBrOCBJVNkc1wXnTzOXK6KAl8bR9hrkTAn-9r41imed0b2-aIiBz5w60A7z6md7NCWX-T8ajMAF3xqsHa/s320/sobral-cultural.jpg" style="cursor: move;" unselectable="on" yr="true" /></a><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"> No desenvolvimento da pesquisa, a discussão sobre o território sobralense revelou vários pontos quem precisam ser reavaliado e analisado, de forma mais ampla, pois a proposta política, o patrimônio e a história da cidade que servem como imagem para desenvolvimento comercial, ampliando as fontes exploratórias, abriu um leque de dúvidas referente ao futuro do município e da população. <br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"> Este trabalho baseia-se nos estudos de TUAN (1980) sobre Topofilia, termo que ele descreve no livro, como “o elo afetivo entre a pessoa e o lugar ou ambiente físico”. E com auxílio da corrente filosófica vista em Ferdinand de Saussure, a semiologia, estudarmos a representação e percepção dos signos, com os conceitos de “significado e significante”, para melhor compreensão do espaço, e dos sonhos adquiridos no/do lugar. Pensando assim foram delimitados vários pontos de estudos/análise entre várias temáticas (que são retratados e recebem maior ênfase no território sobralense), que servirão como segmentos de observação, tais como:<br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"> - A formação e história de Sobral.<br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"> - Pontos Educacionais: Signos da educação, imagem, a educação superior e básica, a Universidade, políticas educacionais & utopias.<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> - Pontos em relação à economia e o trabalho: A busca pelo trabalho, o emprego, as produções, as indústrias (em específico a Grendene), desenvolvimento econômico e sua relação com o trabalho, às políticas de desenvolvimento do comércio e as utopias referentes.<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> - Pontos culturais e de lazer: divergências culturais, proposta política de cultura, juventude, o lazer, “a vida boêmia”, os espaços e seus grupos formando um território, utopias relacionadas.<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> - Pontos Históricos: O patrimônio histórico, as histórias da população, imagem, a educação patrimonial, história da cidade vista por outras vertentes, pontos históricos, utopias.<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> - Pontos Imobiliários/moradia: A especulação imobiliária, a exploração imobiliária exercida sobre a população, políticas urbanas, utopias, áreas verdes, condições das moradias, a valorização do território, políticas públicas afins.<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Estudando esses pontos com nossa fundamentação teórica, e em seguida analisarmos como ambos estão relacionados e interagindo entre si, formando uma imagem do lugar, logo assim, acreditamos que será possível entender as utopias presente no território sobralense. Pois, utopia é algo relativo, onde cada qual tem seu modo diferenciado de perceber e sonhar, e a forma de análise em diversas vertentes trarão um reconhecimento do lugar.<br />
</div><br />
<br />
<img height="96" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTfucIK3nEx8mptCIsxdPDwzsfVEKpWJPykiPWIJb4BB7c-mubaexjXsCfR1EuBrOCBJVNkc1wXnTzOXK6KAl8bR9hrkTAn-9r41imed0b2-aIiBz5w60A7z6md7NCWX-T8ajMAF3xqsHa/s320/sobral-cultural.jpg" style="filter: alpha(opacity=30); left: 397px; mozopacity: 0.3; opacity: 0.3; position: absolute; top: 172px;" width="55" />territoriogeograficohttp://www.blogger.com/profile/04358931263242333969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-864158248261865264.post-86755548945085828852009-11-09T17:02:00.001-08:002009-11-09T17:02:16.760-08:00O ANARQUISMO COMO MÉTODO DE ANÁLISE GEOGRÁFICA: UMA BREVE REFLEXÃO EPISTEMOLÓGICA<meta content="text/html; charset=utf-8" http-equiv="Content-Type"></meta><meta content="Word.Document" name="ProgId"></meta><meta content="Microsoft Word 12" name="Generator"></meta><meta content="Microsoft Word 12" name="Originator"></meta><link href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CAnaline%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_filelist.xml" rel="File-List"></link><o:smarttagtype name="metricconverter" namespaceuri="urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags"></o:smarttagtype><o:smarttagtype name="PersonName" namespaceuri="urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags"></o:smarttagtype><link href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CAnaline%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_themedata.thmx" rel="themeData"></link><link href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CAnaline%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_colorschememapping.xml" rel="colorSchemeMapping"></link> <m:smallfrac m:val="off"> <m:dispdef> <m:lmargin m:val="0"> <m:rmargin m:val="0"> <m:defjc m:val="centerGroup"> <m:wrapindent m:val="1440"> <m:intlim m:val="subSup"> <m:narylim m:val="undOvr"> </m:narylim></m:intlim> </m:wrapindent><style>
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<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b><span style="font-size: 14pt;"><br />
<o:p></o:p></span></b><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br />
</div><div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">Alexandre Peixoto Faria Nogueira<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=864158248261865264#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">[1]</span></a><o:p></o:p><br />
</div><div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b>Introdução<o:p></o:p></b><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="line-height: 150%;"> O anarquismo tem sido historicamente, colocado à margem das discussões científicas e, consequentemente, das produções acadêmicas. Essa exclusão não só acontece no âmbito da geografia, mas em todas as ciências sociais, nas quais as correntes de pensamento hegemônicas menosprezam a importância e contribuição do anarquismo para com o desenvolvimento e organização social em determinados momentos da história, tanto em escala mundial como, por exemplo, a importância dos grupos anarquistas na Revolução Russa e na Guerra Civil Espanhola; quanto no Brasil, com a chegada dos imigrantes, principalmente italianos, formando os primeiros sindicatos brasileiros. No entanto, ressurgem grupos de estudos na linha anarquista, como por exemplo, o Grupo de Estudo Anarquista (GEA) da Universidade Federal Fluminense e também alguns encontros nacionais, como o I Simpósio de História do Anarquismo no Brasil, ocorrido entre os dias 20 e 21 de agosto de 2003, na Universidade Federal Fluminense, Niterói/RJ.<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="line-height: 150%;"> </span><span lang="PT">A palavra anarquia vem do grego e significa “sem governante”, sendo assim esta palavra, segundo Woodcock (2002) “pode ser usada para expressar tanto a condição negativa de ausência de governo, quanto a condição positiva de não haver governo por ser ele desnecessário à preservação da ordem” (p.08). Outra explicação histórica do termo é dada por Leuenroth (1963) segundo este na Grécia, por volta do ano de <st1:metricconverter productid="478 A" w:st="on">478 A</st1:metricconverter>.c., existiu um homem chamado Arquias, que escravizava e barbarizava o povo. Este, em oposição aos seus métodos se reuniu para protestar contra ele. Os integrantes desse movimento de contestação foram chamados de An-Arquias, já que o prefixo “An” significa negação (“não/sem”) na língua grega.<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span lang="PT"> No entanto, a melhor definição e explicação sobre o que é o anarquismo vem de um dos seus maiores pensadores. Na Enciclopódia Britânica, Kropotkin (1910) define anarquismo como:<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 126pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">É o nome dado ao princípio ou teoria de vida e conduta em que a sociedade é concebida sem governo -- a harmonia em tal sociedade é obtida, não pela submissão a leis, ou pela obediência a alguma autoridade, mas pela livre concordância estabelecida entre vários grupos, territoriais e profissionais, livremente constituídos em favor da produção e do consumo, e também para a satisfação da infinita variedade de necessidades e aspirações de um ser civilizado. Em uma sociedade desenvolvida nessas linhas, as associações voluntárias que estarão presentes em todos os campos da atividade humana se estenderão de tal forma que substituirão o estado em todas suas funções. Elas constituirão uma rede composta por uma variedade infinita de grupos e federações de todos os tamanhos e graus, locais, regionais, nacionais e internacionais temporárias ou mais ou menos permanentes -- para todos os possíveis propósitos: produção, consumo e troca, comunicações, arranjos sanitários, educação, proteção mútua, defesa do território, e assim por diante; e, por outro lado, para a satisfação de um número crescente de necessidades científicas, artísticas, literárias e sociais.</span><span style="font-size: 11pt;"> <span lang="PT"><o:p></o:p></span></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 126pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 11pt;"> </span><span lang="PT" style="font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span lang="PT">O Anarquismo como movimento, segundo Fausto (1977) é caracterizado como: <o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 126pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 11pt;">(...) sistema de pensamento social visando as modificações fundamentais na estrutura da sociedade, com o objetivo de substituir a autoridade do Estado por alguma forma de cooperação não governamental entre indivíduos livres (p.63).<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 126pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"> Segundo <span lang="PT">Woodcock (2002) embora</span> Gerard Winstanley (1649) e William Godwin (1793) tenham sido os pioneiros na exposição da filosofia do anarquismo nos séculos XVII e XVIII, foi apenas na segunda metade do século XIX que o anarquismo emergiu como uma teoria coerente, com uma sistemática e um programa desenvolvido. Este trabalho foi iniciado primeiramente por quatro pensadores, um alemão, <i>Max Stirner</i> (1806-1856), um francês, <i>Pierre-Joseph Proudhon</i> (1809-1865), e dois russos, <i>Michael Bakunin</i> (1814-1876) e <i>Piotr Kropotkin</i> (1842-1921).<br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">O movimento anarquista possui três variantes mais conhecidas: o <i>coletivismo</i>, o <i>anarco-comunismo</i>, e o <i>anarco-sindicalismo<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=864158248261865264#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">[2]</span></b></a></i>. O coletivismo substitui a propriedade individual pela idéia de propriedade gerida por instituições voluntárias, que dariam a cada operário o direito sobre o produto de seu trabalho. O anarco–comunismo tem como lema: “De cada um, de acordo com seus meios; a cada um de acordo com suas necessidades” (WOODCOCK, 2002, p.21) e os anarco-sindicalistas dão valor aos sindicatos de classes como instrumento revolucionário, tendo na greve sua mais poderosa arma de luta para a construção de uma sociedade livre.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">As várias teorias apresentadas não são, contudo, mutuamente excludentes: elas se interligam de muitas maneiras, e algumas partes se referem à diferentes níveis da vida social. <br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">No entanto, dentro do pensamento anarquista existem divergências entre as teorias apresentadas nas linhas anteriores. Essas divergências referem-se, essencialmente, <span lang="PT">à maneira de como atingir seus objetivos.</span><span lang="PT"> </span>Tais tendências são representadas por seus defensores, os quais são considerados por Woodcock (2002) como os maiores pensadores do anarquismo<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=864158248261865264#_ftn3" name="_ftnref3" title=""><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">[3]</span></a>, a saber: <span lang="PT">Tolstoi, Godwin, Proudhon e Kropotkin. Segundo este, vem deles as principais divergências do anarquismo onde Tolstoi não admitia a violência; Godwin procurava alcançar a mudança através da palavra; Proudhon acreditava que a proliferação pacífica de organizações cooperativas os levaria a vitória; e, somente Kropotkin aceitava a violência, mesmo assim com relutância, pois via nela uma ação inevitável para aqueles que buscavam uma revolução</span><span lang="PT"> </span>social.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">As idéias anarquistas naturalmente não pararam de se desenvolver, nem tampouco elas foram produto de apenas quatro homens. O anarquismo é pela sua própria natureza uma teoria em evolução, com muitos ativistas e pensadores diferentes uns dos outros. <br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Pretendemos aqui relatar a importância do anarquismo para o desenvolvimento da ciência geográfica, partindo da importância de dois dos principais geógrafos que tinham no anarquismo o seu método de análise: Èlisée Reclus e Piotr Kropotkin.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"> <br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><b>O debate anarquista e a geografia<o:p></o:p></b><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">As ligações entre o anarquismo e a geografia são evidentes a partir do reconhecimento de que, dois dos principais militantes anarco-comunista do final do século XIX, o francês Èlisée Reclus e o russo P. Kropotkin eram geógrafos destacados. Logo, a inserção do pensamento anarquista no âmbito da ciência geográfica acontece a partir das contribuições desses dois geógrafos, pois, o fato é de que, os trabalhos acadêmicos dos mesmos, no campo da geografia, estavam profundamente influenciados pelas idéias políticas anarquistas. <o:p></o:p><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Suas contribuições são muito diferentes daquelas de os antecederam, como por exemplo, as contribuições de Alexandre Von Humboldt, Karl Ritter e as de Friedrich Ratzel. Esses últimos alinharam-se às classes dominantes, conquistaram postos acadêmicos e serviram a soberanos e presidentes, já os dois geógrafos anarquistas contestaram a estrutura de poder, desqualificaram a existência do Estado, professaram idéias radicais de mudança social e saíram em defesa da classe trabalhadora. <o:p></o:p><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Positivistas e adversários de Karl Marx na militância política principalmente durante a Iª Internacional, eles incorporaram, todavia, algumas categorias marxistas em suas obras e anunciaram um caminho libertário tanto para a sociedade quanto para a geografia. <o:p></o:p><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span lang="PT">Segundo Woodcock (2002), ambos geógrafos anarquistas eram o</span>riundos de classes sociais distintas, onde È. Reclus provinha de uma família francesa modesta, era filho de pastor protestante, colocando-o, assim, na pré-destinação ao sacerdócio. P. Kropotkin, por sua vez, era de ascendência nobre, filho de latifundiário russo, predestinado a seguir carreira militar, integrando-se aos batalhões de elite que protegiam o Czar. Kropotkin chegou a freqüentar a corte e posteriormente foi matriculado em uma escola preparatória de oficiais. <o:p></o:p><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">No entanto, ambos pensadores combateram pelas mesmas idéias e cooperaram em trabalhos de natureza tanto política quanto científica na construção de uma sociedade libertária. <o:p></o:p><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Èlisée Reclus (1830-1905) foi um francês que marcou sobremaneira os rumos tomados pela geografia mundial. Ao contrário dos chamados clássicos da geografia de seu tempo, ele advogava a idéia de uma “geografia unitária”, propondo elaborar estudos de maneira a abranger tanto os aspectos e implicações físicas como também os de cunho social. É desta maneira que ele também designava sua proposta de “geografia social”. Para ele a geografia deveria exercer um papel maior do que o habitualmente atribuído dentro da perspectiva disciplinar que constitui a abordagem estritamente especializada.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Suas dificuldades em desenvolver estudos e de publicá-los foram enormes, uma vez que, os próprios editores rejeitaram esta nova proposta de abordagem dos estudos geográficos, comportando uma atitude de desrespeito aos postulados até então estabelecidos. <o:p></o:p><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">È. Reclus tem como suas principais obras, “A Terra”, em dois volumes, editada em <st1:metricconverter productid="1869, a" w:st="on">1869, a</st1:metricconverter> “Nova geografia universal”, que veio à público de <st1:metricconverter productid="1875 a" w:st="on">1875 a</st1:metricconverter> 1892, em dezenove volumes, e o “Homem e a terra”, publicada de <st1:metricconverter productid="1905 a" w:st="on">1905 a</st1:metricconverter> 1908, em seis volumes, todas essas obras foram frutos de minuciosa pesquisa bibliográfica realizada durante inúmeras viagens, principalmente em seus períodos de exílio. Cuidadoso e valorizando os detalhes, ressaltava as descrições e as ilustrações cartográficas, o que tornava suas obras acessíveis a um grande público. Diversamente dos seus contemporâneos, Reclus não segmentava a geografia entre física e humana, mas estudava, em detalhes, fenômenos físicos, apontando suas conexões com a ação antrópica. <o:p></o:p><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Segundo Anuchin (1965), a pesquisa do meio natural era uma tarefa que facilitava a compreensão do progresso da humanidade. Eis porque È. Reclus escreveu primeiro uma “Geografia Universal” na qual estabelecia um corte horizontal da superfície terrestre, com suas fronteiras políticas, sociais e culturais, e logo após, no livro “O homem e a terra”, efetuava um corte vertical, em profundidade, estudando a ação humana desde a pré-história até a época em que ele viveu.<o:p></o:p><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Assim como Èlisée Reclus, outro geógrafo fazia parte do grupo das exceções: o russo Piotr Alekseievitch Kropotkin (1842-1921), escritor, filósofo e também militante anarquista, ele foi um dos maiores defensores/pensadores do anarco-comunismo no mundo. <span style="color: blue;"><o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">P. Kropotkin fundou e editou em Genebra, Suíça, juntamente com È. Reclus e os anarquistas suíços, em 1879, o jornal <i>Lé Révolté</i>. Foi colaborador da <i>Geographical Society</i> na Inglaterra e da <i>Geografia Universal</i>, que era de Reclus. O seu verbete sobre o anarquismo publicado na edição da <i>Encyclopaedia Britânica</i> de 1910 é, até hoje, uma das mais bem elaboradas definições. Kropotkin dedicou-se<b> </b><span style="font-weight: normal;">às investigações geográficas, geológicas e etnológicas, atividades pelas quais sempre sentira forte atração — os informes sobre suas pesquisas foram publicadas pela <i>Sociedade Geográfica Russa</i> entre os anos de 1871 e 1874 (Costa, 1996).<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Na época em que era secretário da Sociedade Geográfica Russa, em 1874, ele foi preso e conseguiu escapar e se refugiar na Inglaterra em 1876. Ele desenvolveu teorias sobre a ajuda mútua e associações de trabalhadores, o que norteou praticamente todas as suas obras. <br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Kropotkin difundiu as idéias de "não-governo", de defesa dos direitos das pessoas, das associações locais, das autonomias locais e contra a centralização estatal. Kropotkin preocupava-se com a descentralização, a cooperação e também com a emancipação humana.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Sobre a geografia, P. Kropotkin afirmava que:<br />
</div><div style="margin-left: 126pt; text-align: justify;"><i><span style="font-size: 11pt;">A Geografia deve ser em primeiro lugar, um estudo das leis que modificam a superfície terrestre: as leis que determinam o crescimento e desaparição dos continentes, suas configurações passadas e presente (...). A Geografia deve, em segundo lugar, estudar as conseqüências da distribuição dos continentes e mares, das elevações e depressões, dos efeitos da penetração do mar e das grandes massas de água no clima. Ela deve ainda explicar a distribuição geográfica dos seres vivos, animais e vegetais. E a quarta função da Geografia refere-se aos grupos humanos sobre a superfície da Terra. Suas distribuições, seus traços distintos, a distribuição geográfica das etnias, dos credos, dos costumes, das formas de propriedade e as relações disso tudo com o meio ambiente (...). O ensino da Geografia deve perseguir um triplo objetivo. Deve despertar nos alunos a afeição pela natureza. Deve ensinar-lhes que todos os seres humanos são irmãos qualquer que seja a sua nacionalidade ou a sua 'raça'. E deve inculcar o respeito pelas culturas ditas 'inferiores' </span></i><span style="font-size: 11pt;">(KROPOTKIN, 1885, p. 26).<i><o:p></o:p></i></span><br />
</div><div style="margin-left: 126pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Kropotkin sempre teve preocupações sobre o papel da geografia na formação crítica das pessoas e principalmente das crianças, a partir do ensino da mesma na escola elementar. Sobre essa questão ele diz:<br />
</div><div style="margin-left: 126pt; text-align: justify;"><i><span style="font-size: 11pt;">O papel da geografia na escola elementar é motivar a criança pelo grande fenômeno da natureza, despertando o desejo de conhecer e explicar. A geografia deve prestar, além disso, um serviço ainda mais importante, que é o de nos ensinar (...) que todos nós somos irmãos qual quer que seja a nossa nacionalidade (...). A geografia deve contrabalançar a influência hostil dos preconceitos e criar outros sentimentos mais humanísticos. Ela deve mostrar que cada nacionalidade trouxe a sua própria contribuição para o desenvolvimento geral da humanidade e que somente uma pequena parte de cada nação está interessada em manter as hostilidades e os preconceitos</span></i><span style="font-size: 11pt;"> (KROPOTKIN, 1885, p. 30)<i>.</i></span><i><span style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></i><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><b>Èlisée Reclus: por uma anarco-geografia<o:p></o:p></b><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 126pt; text-align: justify;"><i><span style="font-size: 11pt;">Assim o homem que quer realmente desenvolver-se como ser moral deve defender exatamente o contrário do que recomendam a Igreja e o Estado</span></i><i><span style="font-size: 11pt;">: ele deve pensar, falar, agir livremente.<o:p></o:p></span></i><br />
</div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin-left: 126pt; text-align: right;"><span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">(RECLUS, 2002).</span><span style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 36pt;">O geógrafo e militante anarquista Jean Jacques Èlisée Reclus, nasceu em 15 de março de 1830, na cidade de Sainte-Foy-la-Grande na França e faleceu em 4 de julho de 1905. Participou da Iª Internacional ao lado dos libertários Kropotkin e Bakunin contra os, segundo ele, comunistas autoritários K. Marx e F. Engels em 1865, ele participou também da Comuna de Paris em 1871, fazendo frente ao evolucionismo e ao marxismo.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 36pt;">Por ser contemporâneo do século XIX, a sua formação ideológica teve influência de pessoas de sua época, como de seu colega de classe, Friedrich Ratzel e de seu professor de geografia na Universidade de Berlim, Karl Ritter.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 36pt;">Èlisée Reclus começou a ler desde cedo os socialistas utópicos como, Saint-Simon, Fourier e Proudhon. Tornou-se ateu com 22 anos ao abandonar as crenças protestantes.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 36pt;">Na área da geografia, lecionou na Nova Universidade de Bruxelas, onde produziu obras geográficas populares e de qualidade, com ideais de humanismo e de solidariedade entre os povos. Sobre a atuação de Reclus, Fernandes e Andrade afirmam:<br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 126pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Pode-se mesmo afirmar que a sua vida foi dividida em duas direções: a política, dedicada ao pensamento e à ação anarquista, e a científica, dedicada ao conhecimento geográfico. Atuando ou escrevendo, utilizou sempre as duas vertentes: a do cidadão, revolucionário e libertário, e a do cientista, consciencioso e competente (1985, p. 07).<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">È. Reclus fez uma exposição geral a respeito da evolução da humanidade — ao mesmo tempo em que a diferenciava de revolução. Em sua obra <i>O homem e a Terra</i>, mostrou que as condições sociais do meio modificam as condições naturais, além de julgar necessário que se devam ter certas doses de pressão algumas vezes, a fim de se preparar o terreno para uma futura revolução social, sempre levando em consideração a análise dialética das relações homem/natureza.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 126pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Reclus usou um método descritivo que consistiu em dividir a superfície da Terra em grupos de estados e analisar cada área ou região que compunha os estados, detendo-se exaustivamente tanto nos aspectos físicos — relevo, clima, hidrografia, formação geológica, vegetação natural — quanto nos aspectos humanos, como organização do povoamento, utilização do espaço, formas de exploração econômica, relações de classe, sistemas de transporte e organização da rede urbana (FERNANDES & ANDRADE, 1985, p. 18).<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 36pt;">Ele salientou também, que a geografia deveria se preocupar mais com o que ele denominava de <i>leis fundamentais da História</i>, a saber: a luta de classes, em que se encontra dividida a sociedade; o equilíbrio através da revolução social; e a contribuição predominante do indivíduo, que somente com sua qualidade e seu aprimoramento intelectual seria possível o progresso.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 126pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Reclus chamou atenção ainda para o fato de haver sempre no mundo colonial — o que hoje chamamos de Terceiro Mundo — uma classe ou grupo dominante local que se beneficia com a dominação e que se alia ao dominador estrangeiro, oprimindo o povo. Os mecanismos da dominação são manejados pelo país dominador com o apoio de parcelas minoritárias do país dominado que traem os interesses de sua pátria e se põe à serviço do invasor (FERNANDES & ANDRADE, 1985, p. 18).<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="color: blue;"> </span>Grande parte de sua obra, que tem explícita conotação crítica ao governo da França e que mostrava que os anseios do povo divergiam dos anseios das classes dominantes, foi escrita no exílio, devido à sua recusa em apoiar e em escrever de acordo com os interesses do poder, do Estado, da burguesia francesa e de suas aliadas, além dos próprios geógrafos contemporâneos a ele, bem como os que viriam depois, sendo por isso boicotado muitas vezes.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"> Numa época em que os geógrafos dificilmente abordavam o assunto do cotidiano urbano e da industrialização em andamento, Reclus mostrou que todo esse processo estava caminhando junto com a miséria que crescia cada vez mais e que tinha como um dos agravantes, o êxodo rural.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 126pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Reclus não se submeteu as censuras de quaisquer espécies e procurou dar uma visão vertical da ação do homem na superfície da Terra, cobrindo duas categorias: espaço e tempo. Em <i>L’homme et <st1:personname productid="la Terre" w:st="on">la Terre</st1:personname></i>, a problemática é apresentada de forma muito ampla, e Reclus corrobora a sua afirmativa de que ‘a geografia é a História do espaço, enquanto a História é a geografia do tempo’, propondo-se a fazer uma geografia social. São analisados com profundidade os temas mais diversos e atuais, como: a origem do homem, a distribuição das populações, a evolução históricas da humanidade, as formas de Estado e de governo, o problema das etnias, das religiões, das culturas, do trabalho, da colonização, do progresso, da educação etc. (FERNANDES & ANDRADE, 1985, p. 19).<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><b>As preocupações de Èlisée Reclus com a Geografia</b><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 14.15pt; text-align: justify; text-indent: -14.15pt; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: Symbol;">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size-adjust: none; font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;"> </span></span>Quanto à natureza da geografia:<br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 36pt;">Ele se preocupava com o rumo que a sociedade estava tomando, utilizando a geografia para denunciar a desigualdade econômica, política, cultural e social entre os indivíduos; a divisão de classes com interesses opostos que acabam com o equilíbrio “através de luta entre os dominadores, que procuram manter e defender os seus privilégios, e os dominados, que procuram, por meio de pressões ou de luta armada, romper o equilíbrio e ocupar a posição de classe dominante” (FERNANDES & ANDRADE, 1985, p. 20); e a evolução social sem o esforço e o aperfeiçoamento individual, podando a liberdade. Com isso vêm as guerras por onde “os dominados, se vencem, modificam as estruturas sociais em seu benefício e, se perdem, são submetidos a um controle mais severo e tirânico por parte dos grupos dominantes” (FERNANDES & ANDRADE, 1985, p. 20).<br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 14.15pt; text-align: justify; text-indent: -14.15pt; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: Symbol;">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size-adjust: none; font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;"> </span></span>Quanto à unidade da geografia:<br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 36pt;">Èlisée Reclus era contra a divisão entre geografia física e geografia humana, pois tal atrito atraía as atenções para uma briga sem fundamento, perdendo-se de vista a preocupação da divisão de classes, da miséria e da dominação burguesa até então em curso, além de quebrar a harmonia da geografia como ciência.<span style="color: blue;"><o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 126pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Reclus também se punha contra as idéias dominantes do determinismo geográfico, desenvolvido, com alguma moderação, por Ratzel e levado a exageros por discípulos como Huntington e Helen Simple. Não caiu, porém, no possibilismo de Vidal de <st1:personname productid="la Blache" w:st="on">la Blache</st1:personname> que, fundamentalmente ambientalista, é, na verdade, um determinismo moderado (</span><span style="font-size: 11pt;">FERNANDES & ANDRADE, 1985,</span> <span style="font-size: 11pt;">p.21).<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 14.15pt; text-align: justify; text-indent: -14.15pt; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: Symbol;">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size-adjust: none; font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;"> </span></span>Quanto ao comprometimento político da geografia:<br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 36pt;">O que interessava para È. Reclus era como a geografia poderia ser útil para explicar e resolver a questão dos problemas e das diferenças sociais. É neste sentido que norteia a obra de Reclus, como afirmam Fernandes e Andrade:<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 126pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">A obra de Reclus levantara uma série de problemas, como o problema do crescimento urbano, o do desenvolvimento industrial, o da análise das estruturas econômicas, políticas e sociais, o da colonização e o das formas de dominação, demonstrando até mesmo o caráter imperialista da expansão colonial, no momento em que os geógrafos, em geral, procuravam justificar essa expansão como necessária ao progresso e à civilização. Reclus demonstrava, sobretudo para as colônias de exploração, como o colonizador era mobilizado pelo interesse da exploração das populações nativas e dos recursos existentes, e não pelo desejo de levar a religião e a fé da civilização ocidental aos povos considerados selvagens e bárbaros (</span><span style="font-size: 11pt;">1985,</span> <span style="font-size: 11pt;">p. 26)</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 11pt;">.<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoPlainText" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><b>Élisée Reclus e o determinismo<o:p></o:p></b><br />
</div><div class="MsoPlainText" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Èlisée Reclus consegue facilmente a unanimidade para a amplitude de sua obra: quantidade considerável de escritos, de informações levantadas para a época e de trabalho realizado em condições materiais muitas vezes delicadas. Sobre a qualidade, além de seu estilo literário igualmente reconhecido, um núcleo duro se destaca que está longe de ter enrugado. Reclus inicialmente levou certo número de ferramentas para a Geografia. Segundo Anuchin (1965) foi ele quem criou a expressão “ambiente geográfico” e, segundo Dunbar (1981), “geografia social”. Mas nem por isso Reclus procurou fazer um corte de sua disciplina. Tratava-se de introduzir claramente no domínio da “geograficidade”, como destaca Lacoste (1989), o conjunto das questões (econômicas, políticas, ecológicas, etc.) que ficavam até então mais ou menos separadas, e isso numa perspectiva de inter-relações que sublinhavam a problemática natureza/sociedade.<br />
</div><div class="MsoPlainText" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">O que parece evidente hoje em dia (como, por exemplo, a influência das políticas estatais sobre o arranjo do território) estava longe de ser óbvio ainda nessa época. È. Reclus evocou sem rodeios as colonizações, os imperialismos, as guerras.<br />
</div><div class="MsoPlainText" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">De uma ontologia científica exemplar, ele rejeitava todos os preconceitos. Kropotkin (1987) lembra: <br />
</div><div class="MsoPlainText" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt 126pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">Seu profundo respeito pelas nacionalidades, clãs ou tribos, civilizados ou não. Não somente sua obra está livre de toda vaidade nacional absurda ou de preconceito nacional ou racial, como ele conseguiu, além disso, mostrar (...) aquilo que todos os homens têm em comum, o que os une e não aquilo que os divide (p. 63).<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoPlainText" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt 126pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoPlainText" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Ainda hoje, a problemática natureza/sociedade continua sempre igualmente discutida. Neste contexto surgem alguns questionamentos, tais como: em que o homem é influenciado ou modificado pelo ambiente físico? Qual é a participação dos comportamentos adquiridos (pela educação, o entorno social, etc.) e dos comportamentos inatos?<br />
</div><div class="MsoPlainText" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Em Geografia, todas essas questões gravitam em volta do “determinismo”. Este pode chegar a conclusões tão parciais quanto falsas sobre o vínculo entre a distribuição da população e a freqüência dos pontos de água ou entre o estado das civilizações e a natureza de seu clima.<br />
</div><div class="MsoPlainText" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Sobre o determinismo, Reclus tem uma posição muito firme: ele se opôs, em princípio, àqueles que privilegiam um único fator na explicação de um fato: <br />
</div><div class="MsoPlainText" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="MsoPlainText" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt 126pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;">É por um esforço de abstração pura que as pessoas tentam apresentar esse traço particular como se ele existisse distintamente e que se busca isolá-lo de todos os outros para estudar a influência do mesmo (...). O meio é sempre infinitamente complexo (</span><span style="font-size: 11pt;">FERNANDES & ANDRADE, 1985</span>, <span style="font-size: 11pt;">p. 108).<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoPlainText" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt 126pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoPlainText" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Para Èlisée Reclus, o homem é uma parte desse meio e de sua dimensão física, a Natureza (“o homem é a natureza tomando consciência de si mesma”); como Kropotkin, ele sublinha isso constantemente em seus escritos.<br />
</div><div class="MsoPlainText" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">O homem é suficientemente poderoso para dominar a natureza. Mas ele não pode esquecer as leis da mesma, a não ser em detrimento delas. Sobre esse poder humano sobre a natureza, em sua conclusão de <i>O Homem e a Terra</i>, Reclus ironiza assim a ideologia do super-homem, esses “aristocratas do pensamento” ou da riqueza.<br />
</div><div class="MsoPlainText" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Isso não surpreende, pois, os anarquistas, ecologistas pioneiros, reconhecem as leis naturais como as únicas contra as quais o homem nada pode e os colocam aquém das leis que os homens podem se dar livremente a eles mesmos (Bakunin, o qual Reclus encontrou <st1:personname productid="em plena I" w:st="on">em plena I</st1:personname>ª Internacional, declara: “nenhuma rebelião contra a Natureza é possível”).<br />
</div><div class="MsoPlainText" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Isso significa, portanto, que o homem, indivíduo e sociedade, permanecem submetidos aos elementos físicos?<br />
</div><div class="MsoPlainText" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Não, pois para È. Reclus a variação desses elementos no espaço e no tempo e a modificação constante de nossas percepções impedem qualquer hierarquia metódica das causalidades. Ele também emprega o termo “dinâmico" para definir o modo das inter-relações, noção que será retomada por seus sucessores, o que lembra o termo “cinética” empregado por P. Kropotkin.<br />
</div><div class="MsoPlainText" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Em toda parte, o homem pode se adaptar às condições naturais, portanto pode modificá-las, se tiver os meios para tanto. Segundo Dunbar (1981), Èlisée Reclus mostra isso com a ajuda de múltiplos exemplos e de mapas, sem se contentar com diatribes contra o Estado ou burguesia e sem se esconder atrás dos conceitos forjados e propositais como fazem os marxistas com o “modo de produção” ou o “materialismo histórico”. Ele procura estabelecer todas as conexões e demonstrar os processos para captar a complexidade do real. O que a posição de Reclus subtende é essa opção lúcida, inabalável, cruel e visceral, ou seja, a liberdade, esse sentimento no qual tudo é, tudo continua, onde tudo deve ser possível.<br />
</div><div class="MsoPlainText" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Com razão, Dunbar (1981, p. 12) lembra que È. Reclus declarava: “sou geógrafo, mas acima de tudo sou anarquista” e comenta que “assim como sua geografia era necessária ao seu anarquismo, também seu anarquismo enriquecia sua geografia; não podemos entender Reclus se olharmos um sem o outro”. A orientação libertária de Reclus é exatamente a garantia da independência, do julgamento crítico e da honestidade indispensável a toda busca sincera. E ela vai muito mais longe que o possibilismo clássico desenvolvido por certos geógrafos contra o determinismo corrente, pois ela não ignora a existência de leis geográficas.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><b>Piotr Kropotkin: “o príncipe anarquista”<o:p></o:p></b><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 126pt; text-align: justify;"><i><span style="font-size: 11pt;">Os Estados caminham a todo vapor para a ruína, para a bancarrota; e não está longe o dia em que os povos, cansados de pagar anualmente quatro bilhões de juros aos banqueiros, proclamarão a falência dos Estados e mandarão estes banqueiros lavrarem a terra, se tiverem fome.</span></i><span style="font-size: 11pt;"> (KROPOTKIN, 2005)<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 126pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span lang="PT">Piotr Kropotkin foi um dos principais <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Anarquismo" title="Anarquismo">anarquistas</a> da <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%BAssia" title="Rússia">Rússia</a> do final do século XIX e início do século XX e um dos defensores do que ele mesmo chamava de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Comunismo_libert%C3%A1rio" title="Comunismo libertário">comunismo libertário</a><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=864158248261865264#_ftn4" name="_ftnref4" title=""><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">[4]</span></a>. Como já vimos em linhas anteriores, Kropotkin foi o principal pensador/defenssor da corrente de pensamento anarquista denominada de anarco-comunismo. <o:p></o:p></span><br />
</div><div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span lang="PT">A base de tal concepção encontra-se na idéia de que o critério para o consumo (tanto de bens quanto de serviços) dos indivíduos não seja o trabalho, mas a necessidade. Kropotkin </span>propagava<span lang="PT"> assim, um sistema de distribuição livre da produção, conceito este que está ligado ao raciocínio de que, não é possível medir a contribuição isolada de um indivíduo na produção social, e que, portanto, uma vez realizada, toda ela deva ser desfrutada socialmente.<o:p></o:p></span><br />
</div><div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span lang="PT">Kropotkin vê na coletivização dos meios de produção o objetivo da transformação social, mas, diferentemente de alguns, infere que a este fenômeno seguiriam como consequência inevitável a distribuição livre e a extinção de qualquer sistema de salários.<o:p></o:p></span><br />
</div><div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span lang="PT">Numa tal sociedade a produção seria orientada para o consumo e não para o lucro. Kropotkin vai além em suas considerações sobre esta outra forma de sociabilidade ao vislumbrar uma <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia" title="Ciência">ciência</a> dedicada a descobrir meios para conciliar e satisfazer as necessidades de todos.<o:p></o:p></span><br />
</div><div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span lang="PT">O problema que se levanta quando se pensa em uma distribuição livre, Kropotkin não vê aí uma abertura para a instauração de um governo revolucionário, pelo contrário, diz ser a cooperação voluntária o substituto tanto para a propriedade privada quanto para a desigualdade, categorias nas quais se fundamentam o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado" title="Estado">Estado</a>.<o:p></o:p></span><br />
</div><div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span lang="PT">Neste sentido, Kropotkin defende um sistema de administração pública fundada na idéia de comuna não apenas enquanto unidade administrativa mais próxima do povo e de suas preocupações imediatas, mas também enquanto associação voluntária que reúne os interesses sociais representados por grupos de indivíduos diretamente ligado a eles. Logo, a união destas comunas produziria uma rede de cooperações que substituiria o Estado.<o:p></o:p></span><br />
</div><div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span lang="PT">Devido a sua influência política, seu título e sua </span>proeminência<span lang="PT"> como um anarquista no final do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIX" title="Século XIX">século XIX</a> e começo do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XX" title="Século XX">XX</a>, P. Kropotkin ficou conhecido como "o Príncipe Anarquista".<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><b>Considerações Finais<o:p></o:p></b><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 126pt; text-align: justify;"><i><span style="font-size: 11pt;">Decididamente, caminhamos a passos largos para a revolução, para uma comoção que, ao eclodirem um país, vai-se propagar como em <st1:metricconverter productid="1848, a" w:st="on">1848, a</st1:metricconverter> todos os países vizinhos e, ao abalar a sociedade atual até suas entranhas, virá renovar as fontes da vida. </span></i><span style="font-size: 11pt;">(KROPOTKIN, 2005, p. 21)<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 126pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 126pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">A proposta de uma geografia libertária não se remete apenas ao campo das ciências, mas sim, ela ocorre juntamente com a formulação de uma proposta de um modelo societal divergente com o atual modelo de organização social, político e econômico, pois, onde, respectivamente, um é caracterizado pela produção coletiva, organização de coletivos e federações de trabalhadores, distribuição livre da produção a partir das necessidades de cada um, abolição da propriedade privada e pelo fim do Estado; o outro é caracterizado pela exploração dos trabalhadores, geração de lucro, miséria, fome, desemprego, propriedade privada e por uma classe política burocrática que absorve toda a riqueza produzida. <br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">É a partir do exposto no decorrer do texto que consideramos relevante a análise anarquista para o estudo da geografia, principalmente no que tange a relação homem/natureza e todas as problemáticas sociais existentes agravadas com o desenvolvimento do capitalismo.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal"><b>BIBLIOGRAFIA<o:p></o:p></b><br />
</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black;">ANUCHIN</span><span style="color: black;">, E. A.: <i>Teoría de <st1:personname productid="la Geograf■a" w:st="on">la Geografía</st1:personname> en Nuevas Tendencias en Geografía</i>, Inst. Est. Admon. Local, Madrid, 1965.<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; vertical-align: baseline;">COSTA, Caio Túlio. <i>O que é anarquismo</i>. 15ª ed. Coleção Primeiros Passos, n. 5. São Paulo: Brasiliense, 1996.<br />
</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span lang="PT" style="color: black;">CAMUS, Albert. </span><i><span style="color: black;">O homem revoltado.</span></i><b><span style="color: black;"> </span></b><span style="color: black;">6ª ed. Record. Rio de Janeiro. 2005.<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">DE MARCO. Valéria. <i>Comunidade Sinsei (u)topia e territorialidade</i>. Dissertação defendida para obtenção do título de mestre em Geografia na Universidade de São Paulo. USP - SP 1996<br />
</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="Normal1" style="text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="color: black;">DUNBAR, Gary S. <i>Elisée Reclus, an anarchist in geography</i>. En: Geography, ideology and social concern, ed. D. R. Stoddart, 1981.<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">FAUSTO, B<b>. </b><i>Trabalho urbano e conflito social.</i>. Rio de Janeiro:<b> </b>Ed. Difel, 1977. <br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; vertical-align: baseline;">FERNANDES, Florestan (Coord.) & ANDRADE, Manuel Correia de (Org.). <i>Èlisée Reclus: Geografia</i>. Coleção Grandes Cientistas Sociais, vol. 49. São Paulo: Ática, 1985.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT">HILSDORF, M.L.S. <i>História da Educação Brasileira: leituras.</i> São Paulo: Ed.Thompson, 2003.<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">KROPOTKIN, P. Palavras de um revoltado; tradução: Plínio Augusto Coelho. – São Paulo: Imaginário Ed., 2005.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">KROPOTKIN, P. <i>Aos jovens</i>. In Palavras de Um Revoltado<b>. </b>s.d. (Disponível no site: <a href="http://geocities.yahoo.com.br/ativismoclave/textos/jovens.htm%20em%2010/10/2005">http://geocities.yahoo.com.br/ativismoclave/textos/jovens.htm em 10/10/2005</a>).<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">KROPOTKIN, P.; TRAGTENBERG, Mauricio. <i>Kropotkin</i>. Porto Alegre: L & PM Editores, 1987.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span lang="EN-US">KROPOTKIN P. "What Geography Ought to Be." <i>The Nineteenth Century .</i>V.18, (1885). (Disponível no site: </span><a href="http://dwardmac.pitzer.edu/anarchist_Archives/kropotkin/whatgeobe.html"><span lang="EN-US">http://dwardmac.pitzer.edu/anarchist_Archives/kropotkin/whatgeobe.html</span></a><span lang="EN-US">). <o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">LACOSTE, Yves. <i>A geografia – isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra. </i>Tradução de Maria Cecília França. 2a. edição. Campinas: Papirus, 1989.<span style="font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT">LEUENROTH, E. <i>Anarquismo: roteiro de libertação social.</i>. Rio de Janeiro: Ed. Mundo Livre, 1963.<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">___________. <i>Os Anarquistas, Trabalhadores Italianos no Brasil</i>. São Paulo: Global Editora, 1989.<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">RECLUS, Élisée.<i> A evolução, a revolução e o ideal anarquista.</i> São Paulo: Imaginário 2002.<span lang="PT"><o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="PT">WOODCOCK, G. <i>História das idéias e movimentos Anarquistas.</i>. Porto Alegre: Ed. L & PM Pocket, RS, 2002.<o:p></o:p></span><br />
</div><div><br />
<hr align="left" size="1" width="33%" /><div id="ftn1"><div class="MsoFootnoteText"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=864158248261865264#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt;">[1]</span></a> Mestrando do programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal da Paraíba; Membro do Centro de Estudos de Geografia do Trabalho (CEGeT). Email: <a href="mailto:alexandrepfn@gmail.com">alexandrepfn@gmail.com</a><br />
</div></div><div id="ftn2"><div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=864158248261865264#_ftnref2" name="_ftn2" title=""><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt;">[2]</span></a> Segundo De Marco (1996), o movimento anarquista possuía três principais escolas do pensamento, são elas: a individualista, a mutualista e a socialista, esta última subdividida em duas correntes, a coletivista e a comunista. <br />
</div></div><div id="ftn3"><div class="MsoFootnoteText"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=864158248261865264#_ftnref3" name="_ftn3" title=""><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt;">[3]</span></a> O destaque destes quatro pensadores deve-se a importância histórica das suas contribuições para o desenvolvimento anarquista.<br />
</div></div><div id="ftn4"><div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=864158248261865264#_ftnref4" name="_ftn4" title=""><span style="font-size: 10pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt;">[4]</span></span></a> <span lang="PT" style="font-size: 10pt;">Comunismo libertário</span><span lang="PT" style="font-size: 10pt;"> é a vertente do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Comunismo" title="Comunismo">comunismo</a> adotada pela tradição teórica de alguns autores <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Anarquismo" title="Anarquismo">anarquistas</a>. Num regime comunista libertário, a <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Propriedade_privada" title="Propriedade privada">propriedade privada</a> e o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado" title="Estado">Estado</a> seriam abolidos e a sociedade seria organizada através de federações de trabalhadores que gerenciariam a produção e todas as esferas de decisão por meio da <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Democracia_direta" title="Democracia direta">democracia direta</a>. O dinheiro seria abolido, e valeria a máxima "de cada um de acordo com suas capacidades, a cada um de acordo com suas necessidades" (KROPOTKIN, 2005).<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoFootnoteText"><br />
</div></div></div><br />
territoriogeograficohttp://www.blogger.com/profile/04358931263242333969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-864158248261865264.post-77829762996934871272009-11-07T16:59:00.000-08:002009-11-07T16:59:43.341-08:00Toda solidariedade à Federação Anarquista Gaúcha - FAGSolidariedade com a Federação Anarquista Gaúcha - FAG<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Neste exato momento - 5a, 29 de outubro de 2009, a partir das 16 horas - a Polícia Civil do RS sob o comando da governadora Yeda Crusius promove diligência na sede da Federação Anarquista Gaúcha (FAG). O mandado de segurança do governo busca apreender material de propaganda política contra o governo acusado de corrupção. Os cartazes abordam o empréstimo junto ao Banco Mundial e o assassinato do sem-terra Eltom Brum. Este ato é pura provocação do Executivo gaúcho, atravessado por atos de corrupção e situações até hoje sem explicação, como a morte de Marcelo Cavalcante em fevereiro desse ano. Conclamamos as forças vivas da esquerda gaúcha para reagirmos de forma unificada contra mais esse desmando.<br />
<br />
<br />
http://geolibertaria2.blogspot.com/2009/10/toda-solidariedade-federacao-anarquista.htmlterritoriogeograficohttp://www.blogger.com/profile/04358931263242333969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-864158248261865264.post-72797596864769093942009-10-29T05:43:00.000-07:002009-10-29T05:43:05.207-07:00ESCOLHAS DE UMA VIDA<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Por Pedro Bial<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A certa altura do filme Crimes e Pecados, o personagem interpretado por Woody Allen diz: "Nós somos a soma das nossas decisões".<br />
<br />
Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu. Compartilho do ceticismo de Allen: a gente é o que a gente escolhe ser, o destino pouco tem a ver com isso.<br />
<br />
Desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção,estamos descartando outra, e de opção em opção vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar "minha vida". <br />
<br />
Não é tarefa fácil. No momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de atriz, será quase impossível conciliar com a arquitetura. No amor, a mesma coisa: namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances. Até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar, e através do casamento fundar uma microempresa, com direito a casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades.<br />
<br />
As duas opções têm seus prós e contras: viver sem laços e viver com laços...<br />
<br />
Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e budista? Todas as alternativas são válidas, mas há um preço a pagar por elas.<br />
<br />
Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado. Por isso é tão importante o auto conhecimento. Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos. Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é. Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho: Ninguém é o mesmo para sempre.<br />
<br />
Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido. A estrada é longa e o tempo é curto.Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as conseqüências destas ações.<br />
<br />
Lembrem-se: suas escolhas têm 50% de chance de darem certo, mas também 50% de chance de darem errado. A escolha é sua...! <span class="aut"></span><br />
</div>territoriogeograficohttp://www.blogger.com/profile/04358931263242333969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-864158248261865264.post-70488911891122246882009-10-29T05:37:00.000-07:002009-10-29T05:37:07.529-07:00O QUE SÃO ACELERADORES DE PARTICULAS E PORQUE SÃO IMPORTANTES ?<span style="font-size: medium;"> </span><br />
<br />
<br />
<span style="font-size: medium;">O que são aceleradores de partículas e porque são importantes?</span><br />
<span style="font-size: medium;"><br />
</span> <br />
<span style="font-size: medium;"><br />
</span> <br />
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Um acelerador de partículas é um aparelho que produz "feixes" de átomos, elétrons, moléculas ou algumas partículas mais exóticas, como antiprótons, pósitrons ou mésons, com velocidades altas, geralmente superiores a 1/1000 da velocidade da luz <i>c</i>. Para que sejam atingidas estas velocidades, que em alguns casos chegam quase na velocidade da luz, as partículas sofrem a ação de forças eletromagnéticas, com arranjos que diferem bastante entre os diversos tipos de aceleradores. <br />
Um "feixe" de partículas ocorre quando as trajetórias dessas partículas são razoavelmente paralelas e distam menos de 1 centímetro umas das outras. (A palavra "feixe" quer dizer em geral um conjunto de objetos paralelos colocados perto um do outro, como numa vassoura de gravetos onde eles são amarrados por uma corda, vindo daí a palavra "faxina".) Um feixe é caracterizado então pela partícula que o forma, pela sua energia cinética Ec(ou velocidade v) e pelo número de partículas por unidade de tempo N. Se a carga das partículas for q, há uma relação simples entre a corrente elétrica total do feixe, <i>I</i>, e o fluxo <i>N</i>: <i>I=Nq</i>.<br />
Mas porque alguém aceleraria partículas? A primeira razão é que precisamos conhecê-las melhor e um dos meios de fazer isso é colidí-las em altas velocidades com outras partículas (átomos, fótons, elétrons, moléculas, etc) ou com sólidos. A segunda razão é que podemos usar essas colisões para conhecer melhor os "alvos", por exemplo obtendo a composição química de objetos sólidos. Há também numerosas aplicações tecnológicas e médicas. A Microeletrônica, por exemplo, não existiria sem aceleradores, chamados "implantadores" porque colocam átomos, geralmente de boro e de fósforo, dentro de um cristal de silício. (Antes de aceleradores começarem a ser empregados nos anos 60 já eram fabricados válvulas, diodos e transistores - mas sem aceleradores os tamanhos de qualquer circuito eletrônico seriam milhões de vezes maiores que hoje.) Num outro exemplo, a erroneamente chamada Medicina Nuclear usa aceleradores para produzir radioisótopos usados em terapias ou em dignósticos, para produzir raios-X ou para irradiação de tumores com elétrons ultra-rápidos (energia cinética de 20 MeV, equivale a velocidade 0,9997<i>c</i>). <br />
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Uma questão preliminar é a das unidades. Em geral nos referimos às energias cinéticas em eV ou seus múltiplos keV (1000 eV), MeV (1000 keV), GeV (1000 MeV) ou TeV (1000 GeV). Um eV é a energia cinética de uma partícula com a carga do elétron que atravessou uma diferença de potencial elétrico de um Volt e corresponde à energia de 1,6 *10 elevado a (-19) Joules. Caso a energia cinética de uma partícula seja muito inferior à sua "energia de repouso" (mc elevado a 2) podemos usar a fórmula usual Ec=(1/2)mv elevado a 2, de outra forma teremos que usar expressões relativísticas. Como exemplos, um elétron num tubo de TV tem cerca de 25000 eV antes de bater na tela e produzir luz, uma molécula de gás tem cerca de 1/40 do eV, os fótons de luz visível tem cerca de 2 eV, as partículas emitidas pelos núcleo de alguns átomos, chamados radioativos, tem alguns milhões de eV.<br />
Se desejarmos estudar o núcleo as energias são geralmente superiores a 1 MeV, podendo ir a GeV. Se quizermos estudar as partículas que formam o núcleo as energias serão maiores ainda, de GeV a Tev. (Átomos ou núcleos com energia cinética de 1 MeV tem velocidades, dependendo da massa atômica, indo de 0,003 c, para o urânio,a 0,05 c, para o hidrog&ecirc.nio. Não apenas a complexidade dessas máquinas aumenta com a energia, em cada faixa estudam-se fenômenos distintos, cuja relevância vai da compreensão de nossa atmosfera até à da origem do universo. Incidentalmente as máquinas gigantescas que trabalham na região de 1 TeV, o CERN na Europa e o Fermilab na América do Norte, tem como subprodutos aplicações tecnológicas em mecânica fina, novos materiais, eletrônica e supercondutividade, sendo isto uma das principais motivações de seus orçamentos anuais de centenas de milhões de dólares. Não iremos falar destes aceleradores, concentrando-nos nos que permitem estudar propriedades atômicas e suas ainda mais generalizadas aplicações, ou seja, as energias disponíveis não serão suficientes para quebrar ou excitar o núcleo atômico, o que quer dizer velocidades entre cerca de 1/1000 e 1/10 de c, ou energias indo de 0,001 eV a alguns MeV. <br />
É difícil para nós imaginar que até 200 anos atrás não se soubesse nada sobre átomos ( a Teoria Atômica de Dalton data do início do século XIX) ou que apenas cem anos atrás tenha sido descoberta a existência do elétron, pois hoje toda a tecnologia se baseia em átomos e em elétrons. Inúmeras aplicações de propriedades atômicas na Engenharia, na Química e na Medicina, não existiam, entre elas quase todas a Eletrônica, a Ciência de Materiais e a Química Analítica (que estuda a composição química de um objeto ou de uma amostra). Pelo lado da Ciência, nesse passado tão recente não eram conhecidos os fenômenos básicos da Química, da Biologia, da Física e da Meteorologia para os quais os átomos (e as moléculas, que são aglomerados de átomos) são fundamentais. Hoje, por exemplo discutimos as propriedades dos seres vivos e como alterá-las através da Genética Molecular, quando o gen é estudado como formado por grupos de átomos; estudamos a temperatura da Terra e a intensidade de radiação ultravioleta (UV) pelas colisões entre moléculas na atmosfera e somos capazes de calcular propriedades de compostos químicos os mais diversos, nas fases gasosa, líquida ou sólida, usando a Mecânica Quântica.<br />
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Estamos rodeados de materiais "artificiais", como plásticos, remédios, ligas metálicas e cerâmicas, desconhecidos por nossos antepassados de 100 ou de 200 anos atrás, ou mesmo que desconhecíamos durante nossa infância. A descoberta e/ou produção de muitos deles só foi possível usando propriedades atômicas e moleculares descobertas usando aceleradores. Foram experiências usando aceleradores que nos permitiram a compreensão que temos dos átomos e das substâncias que nos rodeiam, fornecendo a base para a Mecânica Quântica no início deste século, por sua vez permitindo a compreensão teórica dos fenômenos químicos. Nessas experiências um átomo (em geral ionizado positiva ou negativamente) ou um elétron (uma partícula que existe dentro dele) é acelerado até uma velocidade "alta" e colide com um "alvo", que pode ser um outro átomo, uma molécula, um objeto sólido, a superfície de um líquido, etc. <br />
Além de explicar essas propriedades, os aceleradores são usados para fabricar equipamentos baseados nelas. Por exemplo, os aparelhos eletrônicos funcionam baseados em componentes (os circuitos integrados ou "chips", que podem conter o equivalente a dezenas de milhões de transistores) fabricados por implantação de átomos de velocidade alta (obtida usando aceleradores de ions) em cristais de silício. Alguns destes aparelhos, como microcomputadores ou simples televisões, são eles próprios aceleradores, acelerando elétrons até velocidades de 30% da velocidade da luz. <br />
Até 1750, por exemplo, apenas 17 do atuais 105 elementos eram conhecidos e nem era sabido que todas as substâncias eram formadas por combinações desses cento e pouco elementos. Na segunda metade do século XVIII uma sucessão de grandes químicos, como Lavoisier (1743-1794, quando foi morto pelo governo revolucionário da França) e Proust (1754-1826), não apenas mais do que dobraram o número de elementos conhecidos (passou para 40) como também verificaram a existência de relações definidas entre as massas das substâncias envolvidas numa reação química. No início do século XIX Dalton (1766-1844) propôs a Teoria Atômica e Berzelius (1779-1848) a maneira como se denotam os elementos. Além desses cientistas numerosos outros descobriam novos elementos, sintetizavam novas substâncias e descobriam a "composição química" de muitas outras, algumas conhecidas desde a Antiguidade, como o sal de cozinha, a alumina e a soda. Mas se desconhecia o que eram os átomos. <br />
Para estudar os átomos, os núcleos dos átomos e as partículas dentro desses núcleos temos que fazer colisões com velocidades crescentes. Em alguns casos a Natureza já nos fornece átomos (ou ions, que são átomos sem alguns elétrons) com velocidades altas. Exemplos disto são os átomos cujos núcleos emitem espontaneamente partículas alfa (estas são formadas por 2 protons e 2 neutrons, tendo carga elétrica positiva +2e e energias cinéticas da ordem de alguns MeV), sendo uma espécie de "acelerador" que não precisa ser ligado na tomada.... Em 1911 dois físicos, Geiger e Marsden, fizeram a experiencia que levou outro físico, Rutherford, a propor no mesmo ano o atual modelo do átomo (e a tornar-se instantaneamente um químico, ganhando o premio Nobel de Química). Nela um emissor de "alfas" foi colocado perto de uma folha metálica fina e, medindo as partículas alfa após a interaçã com a folha verificou-se que embora a maioria sofresse uma deflexão pequena algumas poucas eram fortemente "espalhadas" para trás. Rutherford interpretou este fato como a existência de um núcleo pequeno e positivo em torno do qual orbitavam elétrons. Havia no entanto numerosos problemas para compatibilizar as teorias da Física vigente com esse modelo, o que deu um grande impulso à busca de uma nova mecânica, a Quântica, o que demorou cerca de duas décadas.<br />
Outro tipo de partícula rápida que a Natureza nos dá é o raio cósmico, onde partículas atingem a Terra, eventualmente com energias muito superiores à dos aceleradores de maior porte atuais. Uma parte da compreensão atual sobre as partículas usou resultados de medição desses raios cósmicos, como as medidas feitas pelo físico brasileiro Lattes na Bolívia na década de 50.<a áreas="" átomos.="" íon,="" (que="" -="" a="" acelerado="" aceleradores="" algumas="" assim="" atômica,="" atingida="" atomo,="" cinética="" com="" como="" compreensão="" condensada="" da="" de="" dentro="" diversas="" do="" e="" elétron,="" elementares="" em="" energia="" eram="" estuda="" estudos.="" existente="" física="" final="" foi="" hoje="" href="" líquidos)="" máquina.="" matéria="" muito,="" núcleo,="" núcleo="" nuclear="" o="" objeto="" os="" partícula="" partículas="" pelo="" que="" revolucíonada="" sólidos="" sendo="" seus="" sub-áreas="" tipo="" usam="" varia=""><br />
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<a áreas="" átomos.="" íon,="" (que="" -="" a="" acelerado="" aceleradores="" algumas="" assim="" atômica,="" atingida="" atomo,="" cinética="" com="" como="" compreensão="" condensada="" da="" de="" dentro="" diversas="" do="" e="" elétron,="" elementares="" em="" energia="" eram="" estuda="" estudos.="" existente="" física="" final="" foi="" hoje="" href="" líquidos)="" máquina.="" matéria="" muito,="" núcleo,="" núcleo="" nuclear="" o="" objeto="" os="" partícula="" partículas="" pelo="" que="" revolucíonada="" sólidos="" sendo="" seus="" sub-áreas="" tipo="" usam="" varia="">A Química hoje seria provavelmente descrita como a ciência que estuda os átomos e as moléculas: como reagem uns com os outros, como emitem ou absorvem luz, como se ionizam, perdendo ou ganhando elétrons, etc. Uma "reação química", por exemplo a de combustão quando uma molécula de açúcar e uma de oxigênio reagem dentro de um ser vivo fornecendo energia, é uma "colisão", mesmo que nesse caso as velocidades sejam baixas. Do ponto de vista aplicado diversas técnicas (como o PIXE, o RBS e o Auger) se baseiam na emissão de elétrons ou de raios-X por átomos que foram alvejados por elétrons ou por ions de alta velocidade, obtidos em aceleradores. <br />
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<a áreas="" átomos.="" íon,="" (que="" -="" a="" acelerado="" aceleradores="" algumas="" assim="" atômica,="" atingida="" atomo,="" cinética="" com="" como="" compreensão="" condensada="" da="" de="" dentro="" diversas="" do="" e="" elétron,="" elementares="" em="" energia="" eram="" estuda="" estudos.="" existente="" física="" final="" foi="" hoje="" href="" líquidos)="" máquina.="" matéria="" muito,="" núcleo,="" núcleo="" nuclear="" o="" objeto="" os="" partícula="" partículas="" pelo="" que="" revolucíonada="" sólidos="" sendo="" seus="" sub-áreas="" tipo="" usam="" varia="">Grande parte das informações que temos sobre os átomos e sobre as moléculas vem dessas colisões, feitas de forma controlada. Podemos ter um feixe de luz monocromática atravessando um meio e considerar que as partículas de luz (fótons) colidem com um "alvo" de átomos ou moléculas. Podemos ter uma experiência bem similar, onde ao invés de luz temos feixes de elétrons ou de ions, cada feixe sendo composto por partículas com a mesma energia cinética. <br />
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<a áreas="" átomos.="" íon,="" (que="" -="" a="" acelerado="" aceleradores="" algumas="" assim="" atômica,="" atingida="" atomo,="" cinética="" com="" como="" compreensão="" condensada="" da="" de="" dentro="" diversas="" do="" e="" elétron,="" elementares="" em="" energia="" eram="" estuda="" estudos.="" existente="" física="" final="" foi="" hoje="" href="" líquidos)="" máquina.="" matéria="" muito,="" núcleo,="" núcleo="" nuclear="" o="" objeto="" os="" partícula="" partículas="" pelo="" que="" revolucíonada="" sólidos="" sendo="" seus="" sub-áreas="" tipo="" usam="" varia="">Aceleradores são tambem fundamentais em aplicacões . Os microcircuitos de um computador são fabricados acelerando ions a dezenas de milhares de eV e jogando-os contra uma pastilha de silicio. Estes aceleradores são chamados implantadores e sem eles nao haveria nem a elétronica moderna nem os computadores. Outras aplicacoes existem na Medicina, onde frequentemente aceleradores de elétrons com 20 milhões de eV são usados para irradiar pacientes com cancer (os elétrons destroem o tecido canceroso). Na medicina também são usados para fazer a produção de substâncias radioativas, as quais podem ser usadas para tratar o cancer. Um tubo de raios-X, equipamento usado rotineiramente no diagnóstico mé:dico desde meados deste século XX, é um acelerador de elétrons, que atingem algumas dezenas ou centenas de milhares de eV e incidem sobre uma folha metálica, cujos átomos emitem raios-X. <br />
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<a áreas="" átomos.="" íon,="" (que="" -="" a="" acelerado="" aceleradores="" algumas="" assim="" atômica,="" atingida="" atomo,="" cinética="" com="" como="" compreensão="" condensada="" da="" de="" dentro="" diversas="" do="" e="" elétron,="" elementares="" em="" energia="" eram="" estuda="" estudos.="" existente="" física="" final="" foi="" hoje="" href="" líquidos)="" máquina.="" matéria="" muito,="" núcleo,="" núcleo="" nuclear="" o="" objeto="" os="" partícula="" partículas="" pelo="" que="" revolucíonada="" sólidos="" sendo="" seus="" sub-áreas="" tipo="" usam="" varia="">Mas, como se acelera um elétron, ou um íon ou um átomo? Essencialmente são forcas elétricas que fazem isso, ou diretamente (como no tubo de TV ou no de raios-X) ou indiretamente, quando campos magnéticos variaveis no tempo produzem forcas elétricas (os aceleradores acima de alguns milhoes de eV em geral são desse tipo).<br />
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<a áreas="" átomos.="" íon,="" (que="" -="" a="" acelerado="" aceleradores="" algumas="" assim="" atômica,="" atingida="" atomo,="" cinética="" com="" como="" compreensão="" condensada="" da="" de="" dentro="" diversas="" do="" e="" elétron,="" elementares="" em="" energia="" eram="" estuda="" estudos.="" existente="" física="" final="" foi="" hoje="" href="" líquidos)="" máquina.="" matéria="" muito,="" núcleo,="" núcleo="" nuclear="" o="" objeto="" os="" partícula="" partículas="" pelo="" que="" revolucíonada="" sólidos="" sendo="" seus="" sub-áreas="" tipo="" usam="" varia="">Entre os diferentes tipos de aceleradores temos: </a><br />
<a áreas="" átomos.="" íon,="" (que="" -="" a="" acelerado="" aceleradores="" algumas="" assim="" atômica,="" atingida="" atomo,="" cinética="" com="" como="" compreensão="" condensada="" da="" de="" dentro="" diversas="" do="" e="" elétron,="" elementares="" em="" energia="" eram="" estuda="" estudos.="" existente="" física="" final="" foi="" hoje="" href="" líquidos)="" máquina.="" matéria="" muito,="" núcleo,="" núcleo="" nuclear="" o="" objeto="" os="" partícula="" partículas="" pelo="" que="" revolucíonada="" sólidos="" sendo="" seus="" sub-áreas="" tipo="" usam="" varia="">-os "tandems", onde ions negativos são acelerados por um potencial elétrico positivo até um alvo gasoso ou sólido onde perdem elétrons, virando ions positivos e sendo acelerados novamente ( </a><a href="http://www.if.ufrj.br/%7Eatomica/">Nosso acelerador</a> na UFRJ é desse tipo, se tivermos por exemplo um feixe de H- e um potencial de 1,7 MV vamos obter um feixe de H+ com 3,4 MeV. No Brasil há outros similares na UFRGS e na USP); <br />
- os Van de Graaff, onde uma esfera é carregada eletricamente até alguns MV e dentro dela se coloca uma fonte de ions, os quais são acelerados (No Brasil há um na PUC/RJ.); <br />
-os lineares, onde um campo magnético variável induz um campo elétrico variável na direção do tubo do acelerador, com o campo eletrico &sendo oscilante, mas com o feixe sendo pulsado, para só percorrer o tubo quando o campo aponta no sentido desejado (No Brasil há aceleradores deste tipo no CBPF, na USP e em muitos hospitais.); <br />
- o ciclotron, onde o íon descreve semicirculos sob a ação de campo magnético, entre esses semicirculos é acelerado por um campo elétrico e, como passa diversas vezes nesse mesma região, um potencial elétrico pequeno resulta numa grande energia final (No Brasil temos aceleradores destes no IEN e no IPEN, respectivamente nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo.) e <br />
-os eletrostáticos de baixa voltagem (até algumas centenas de keV) onde um elétron ou um íon é acelerado por um gerador externo (No Brasil são empregados para acelerar elétrons, sendo encontrados na UFRJ e na UFSCar. Além desses aceleradores, obviamente temos todos os tubos de raios-x, todos os aparelhos de TV e todos os monitores de vídeo de computadores, formalmente aceleradores mas que são empregados para finalidades outras que não a pesquisa...)<br />
Temos também o sincrotron de radiação onde elétrons são acelerados a energias da ordem de GeV e, como percorrem trajetórias curvas, emitem fortemente luz polarizada, monocromática e de alta frequência. Estes aceleradores no entanto não são usados para colidir as partículas aceleradas com um "alvo" mas sim para fazer interagir essa "luz sincrotron" com alvos. (No Brasil temos o Laboratório Nacional dfe Luz Sincrotron, em Campinas.).<br />
Referências: <br />
1) o site <a href="http://www.coimbra.lip.pt/atlas/acelerad2.htm"> http://www.coimbra.lip.pt/atlas/acelerad2.htm</a> e os consecutivos (aparece uma seta para direita ao fim do texto). <br />
2) o site <a href="http://www.google.com/"> Google</a> (ou qualquer outro da <a href="http://www.if.ufrj.br/%7Ecoelho/busca.html">compilação de de sites de busca</a>), usando as palavras "acelerador de partículas" ou "particle accelerator". Vão aparecer muitos "sites", a maioria descartável após uma olhada rápida, mas alguns interessantes.<br />
<br />
3) Se tiver acesso a livros de Física Nuclear, eles tem uma seção em que discute aceleradores.<br />
<i>Estou planejando colocar diversos textos didáticos na nossa página. Qualquer comentário, pergunta ou sugestão, sobre este texto ou sobre algum assunto correlato que desejaria ver discutido, favor entrar em contato comigo: <a href="mailto:coelho@if.ufrj.br">L.F.S. Coelho</a></i>.<br />
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** Disponivel: http://omnis.if.ufrj.br/~fatomica/acelera.htmlterritoriogeograficohttp://www.blogger.com/profile/04358931263242333969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-864158248261865264.post-85735776762897327272009-10-28T08:53:00.000-07:002009-10-28T08:53:14.378-07:00Pink Floyd - Money<strike>Money<br />
Dinheiro</strike><br />
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Dinheiro, fuja <br />
Arrume um bom emprego <br />
Com um salário melhor você fica OK <br />
Dinheiro, é um combustível <br />
Agarre essa grana com as mãos e esconda-a <br />
Carro novo, caviar, quatro estrelas, sonhar acordado <br />
Acho que comprarei um time de futebol para mim <br />
<br />
Dinheiro, volte <br />
Eu estou bem, cara, tire suas mãos do meu monte <br />
Dinheiro, é um golpe <br />
Mas não me venha com esse papo furado <br />
Estou naquela de olá fidelidade <br />
Viajando num grupo de primeira classe <br />
Acho que preciso de um jatinho <br />
<br />
Dinheiro, é um crime <br />
Divida-o de um modo justo <br />
Mas não pegue um pedaço da minha torta <br />
Dinheiro, assim eles dizem <br />
É a raiz de todo o mal hoje em dia <br />
Mas se você pedir um aumento <br />
Não é surpresa que eles não estejam dando nenhumterritoriogeograficohttp://www.blogger.com/profile/04358931263242333969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-864158248261865264.post-49219240756082913402009-10-28T06:23:00.000-07:002009-10-28T06:23:13.305-07:00DISCUSSÕES ACERCA DA METODOLOGIA DA PESQUISA "TRANSCEDENDO A CIDADE: UTOPIAS, REFLEXÕES E SIMBOLOS"#----------------------------------------------------------#----------------------------------------------------#<br />
<div style="text-align: justify;"><br />
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</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
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</div><div style="text-align: justify;"><br />
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</div><div style="text-align: justify;"> A geografia sempre teve como suporte metodológico, o auxílio da percepção e da representação. Desde Ratzel, perpassando por Humboldt (até os dias atuais). O primeiro era consultor político de Otto Von Bismarck (primeiro ministro da Prússia, atuou severamente na consolidação da confederação germânica), em seu trabalho, ele não salientava apenas a relação homem – solo – estado, mas a representação de uma nação, se pegar o fato de Ratzel ter elaborado o conceito de “espaço vital”, veremos em sua essência, o significado da representação e como ela tem grande importância na geografia ratzeliana. Humboldt como uma grande naturalista, pautava-se na percepção do meio natural, pois assim designava a produção de seu trabalho.<br />
</div><div style="text-align: justify;"> Outro grande geógrafo clássico, Vidal de La Blache, tinha como proposta metodológica o “olhar geográfico”, esse olhar era uma qualidade/característica que o geógrafo desenvolvia a partir de seus estudos teórico à sua práxis, pois era um modo de perceber e conceber o espaço e suas relações (homem X natureza). Enfim, o suporte representação não é dado apenas de forma cartográfica, mas, de forma plural com vários sentidos diversos, por exemplo: O quê um fenômeno natural representa para a sociedade? O quê representa um lugar? O que uma medida política representa na sociedade e meio ambiente? Como a política se representa no território?<br />
</div><div style="text-align: justify;"> A percepção para BERTOL (2003)O que é a percepção? Qual sua essência? Se o fato perceptivo for estudado pela Psicologia, ele será baseado na observação e relações causais de fatos mentais de comportamento, e será classificado em dois tipos: os fatos externos, que podem ser observados, os chamados estímulos, como, por exemplo, luz, forma, cor; e os fatos internos, que só podem ser observados de forma indireta, as respostas. Em outras palavras, a Psicologia divide o fato perceptivo em estímulos externos e internos, que são os que ocorrem no sistema nervoso e no cérebro. Também em respostas internas e externas, que se constituem nas operações do sistema nervoso e no ato sensorial do sentir ou do perceber alguma coisa.<br />
</div><div style="text-align: justify;"> Já se o fato perceptivo for estudado pela Fenomenologia, ela procurará explicar o que é a percepção, e não como ela ocorre. Para a filosofia fenomenológica, a percepção é<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">[...] um modo de nossa consciência relacionar-se com o mundo<br />
</div><div style="text-align: justify;">exterior pela mediação de nosso corpo <br />
</div><div style="text-align: justify;">[...] é um certo modo de a consciência relacionar-se com as coisas, <br />
</div><div style="text-align: justify;">quando as toma como realidades qualitativas [...] é uma vivência.<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">(CHAUÍ, 1995, p. 236).<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Desse modo, pode-se dizer que a percepção é a forma como, através dos sentidos, as coisas do mundo natural ou humano chegam à consciência. É a forma como as pessoas se relacionam com as coisas de um modo geral. Em sendo assim, o centro da cidade é percebido de forma diferente por pessoas diferentes. Cada pessoa tem uma imagem de sua cidade, e isto tem a ver com a forma como ela a percebe, como nela vive, como nela se sente, pois, “tudo aquilo que sei do mundo, mesmo por ciência, eu o sei a partir de uma visão minha ou de uma experiência do mundo, sem a qual os símbolos da ciência não poderiam dizer nada” (MERLEAU-PONTY, 1999, p. 3). Relph (1979, p. 1) considera quatro significados para o termo geografia: como disciplina acadêmica administrativamente distinta; como um corpo formal de conhecimento no qual são levados em conta os arranjos espaciais, as relações homem-natureza; como a ciência que se dedica ao arranjo espacial e cartográfico específico das coisas, regiões e nações; como o padrão pessoal de atividades e encontros com lugares e paisagens."<br />
</div><div style="text-align: justify;"> Vale ressaltar que os clássicos/sistematizadores da geografia recebiam influências científicas contemporânea, e que ainda hoje adquirimos novas vertentes epistemológicas para as práxis, através de outras bases científicas (humanas e naturais) de várias ciências.<br />
</div><div style="text-align: justify;"> Então, para o progresso de nosso trabalho, buscamos várias linhas de pensamentos, tais como: A semiótica, a antropologia, a política, a fenomenologia, a psicologia, entre outras que iremos citar posteriormente, no decorre da pesquisa. Com certeza, herdamos em nosso trabalho as bases teórico-metodológicas dos estudos da geografia humanística e da geografia da percepção trabalhada por BERTOL (2003).<br />
</div><div style="text-align: justify;">E de suma importância, ressaltar que obras de vários autores, tais como Aldous Huxley, Carlos Castaneda, George Orwell, Platão, Lúcia Santaella, entre outros, deram outro horizonte ao nosso trabalho. Fazendo com quê esse trabalho não seja apenas, uma produção geográfica, e que essa pesquisa tenha cunho interdisciplinar, devemos salientar que a partir da proposta metodológica, possamos trabalhar várias temáticas.<br />
</div><div style="text-align: justify;"> Com todo esse arcabouço teórico, e relembrando a excepcional idéia de Vidal de La Blache, em propor metodologicamente o “olhar geográfico”, refletirmos, e vimos que precisávamos ter a sensibilidade perceptiva apurada, para entendermos de forma objetiva as relações humanas com os signos e utopias da cidade de Sobral, logo vimos que para concebermos a cidade, por outra ótica, e tentamos formular uma nova proposta metodológica, uma “meta-ótica”, para podermos entender de que há verdadeiro e irrefutável na construção processual do lado social-físico, porém simbólico de Sobral.<br />
</div><div style="text-align: justify;"> Temos como objetivo, discutirmos sobre as reflexões que acercam Sobral, e que vemos de representativo na cidade e como a percebemos, e quais são as utopias da população. Para isso, escolhemos pontos da cidade, fizemos estudos históricos e entrevista, para em seguida debates, e fazermos como diz SEEMANN (2003) criarmos um próprio mapa a partir de memória do espaço agregando com os signos e utopias gerais, a partir de nossa percepção e concepção do espaço-lugar.<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">*Logo, <br />
</div>territoriogeograficohttp://www.blogger.com/profile/04358931263242333969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-864158248261865264.post-26392941818807059012009-10-25T09:38:00.000-07:002009-10-25T09:38:20.080-07:00COMO OS HIPPIES FIZERAM WOODSTOCKJornalista brasileiro que foi hippie durante as décadas de 60 e 70 nos Estados Unidos conta como o público transformou o que seria mais um festival de rock em um dos mais importantes acontecimentos da história da música mundial<br />
DANILO CASALETTI<br />
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Irreverência O público de Woodstock foi uma atração à parte<br />
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O mundo celebra os 40 anos de Woodstock, o lendário festival de rock organizado por Michael Lang que aconteceu em uma fazenda em Bethel, ao norte de Nova York, entre os dias 15 a 16 de agosto de 1969. No palco, estrelas como Joe Cocker, Jimi Hendrix, Santana, The Who, The Grateful Dead, Joan Baez e Janis Joplin. Na plateia, quase 400 mil jovens, que, para o jornalista Joel Macedo, autor do livro Albatroz, o encontro das tribos na Califórnia dos anos 60 (Editora Danprewa), foram os grandes protagonistas do evento. <br />
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Woodstock não estava sendo cotado com um grande festival. Seria, a princípio, um evento de rock como tantos outros que aconteciam pelos Estados Unidos. “Só foi um mega festival porque o povo derrubou a cerca”, diz Macedo. E o jornalista conhecia bem o público que invadiu a fazenda e fez de Woodstock um festival antológico: fazia parte da mesma tribo. Joel foi para os Estados Unidos no final de 1968, aos 20 anos, como correspondente do jornal carioca Última Hora, chefiado pelo jornalista Samuel Wainer, e logo que chegou, tomou parte do movimento. “Era tudo muito forte, efervescente”, diz. <br />
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A paz universal, o fim da Guerra do Vietnã, o amor livre, o fim do racismo e, claro, muitas drogas eram as principais bandeiras defendidas pelo público de Woodstock. Quem esteve por lá costuma dizer que quem se lembra de muitos detalhes é porque provavelmente não esteve ou pelo menos não aproveitou como deveria. O registro histórico, porém, foi garantido pelo cineasta Michael Wadleigh, que captou imagens do festival e as lançou no filme Woodstock, 3 dias de paz, amor e música, de 1970. <br />
<br />
Os três dias de paz e rock acabaram ficando marcados como um importante episódio da luta americana pelos direitos humanos, que começou ainda na década de 50 e teve seu apogeu em 1963, na Marcha sobre Washington de Martin Luther King. “Em 1969, o movimento ressurgiu com outra bandeira, a pacifista. Era uma outra agenda, mas o mesmo movimento”, diz. <br />
<br />
Para Macedo, porém, o movimento hippie teve seu anticlímax poucos meses depois, em dezembro de 1969, durante o festival de Altamont, na Califórnia. Programado para ser uma resposta da costa oeste americana a Woodstock, o evento, organizado pelos Rolling Stones, reuniu bandas californianas, mas ficou marcado pela violência e pela morte de quatro pessoas que foram esfaqueadas por motoqueiros do grupo Hells Angels, que foram contratados para fazer a seguranças do festival. “As drogas já estavam sob controle do crime organizado”, afirma Macedo. “O movimento hippie mudou de mão, fugiu de controle. Em Altamont, o sonho acabou”. <br />
<br />
De volta ao Brasil, no verão de 1970, Macedo participou da fundação do movimento hippie brasileiro que, no mesmo ano, recebeu uma visita ilustre: a cantora Janis Joplin. “Ela veio passar o carnaval no Rio de Janeiro, mas já estava mal, não largava a garrafa de bebida”. O jornalista se lembra de Janis sentada na grama da praça General Osório, uma espécie de reduto hippie da cidade, cantando para homenagear o movimento. <br />
<br />
Durante a ditadura militar, o movimento hippie brasileiro foi mais uma força, ao lado da luta armada, contra o regime. Mas, assim como fora do país, as mudanças acabaram transformando a cultura em uma espécie de caricatura. "Apesar de não praticamente não existir mais, o movimento hippie é visto como parte importante da história. Foi a geração da utopia por um mundo novo. Era uma geração corajosa, que decidiu assumir o papel de sujeito “, afirma Macedo.territoriogeograficohttp://www.blogger.com/profile/04358931263242333969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-864158248261865264.post-17669505255444054742009-10-23T10:53:00.001-07:002009-10-23T10:53:02.439-07:00o qué o tempoO que é o tempo?<br />
<br />
O relógio marca o tempo,<br />
Um consenso humano, definiu o conceito<br />
de horas, para delimitar o tempo.<br />
<br />
A vida inicia o tempo no cronometro,<br />
A morte aperta o botão e para o cronometro,<br />
e nós morremos.<br />
O tempo não irá parar!<br />
Todos nós temos tempo marcado?<br />
A terra tem tempo marcado?<br />
A humanidade tem tempo marcado para o <br />
o fim de sua existência?<br />
<br />
O tempo!<br />
<br />
É engraçado dizer que perdemos tempo,<br />
mas, como afirma isso, senão sabemos quanto<br />
tempo temos de vida. Então como sabemos<br />
que perdemos tempo?<br />
<br />
Enfim, o que será o tempo,<br />
Será se não marcássemos o tempo,<br />
teríamos mais tempo.<br />
<br />
O que é o tempo?<br />
<br />
Tempo dura mais em alguns lugares,<br />
Em outros momentos o tempo dura menos,<br />
e tudo passa mais rápido.<br />
<br />
Quem sabe o que é o tempo?<br />
Tempo que me descontrola, com intuito de controlar.<br />
Pra quê? Pra quê controlar? Pra quê pensar no tempo?<br />
Pra quê pensar no tempo, senão pensarmos em nós mesmo,<br />
relés seremos humanos.<br />
<br />
O tempo é confuso, e me faz confundir, pois não tenho<br />
relógio, e não sei se dia é dia ou se noite é noite, <br />
se o sol dá luz ao dia e não a noite, e a partir daí marcar <br />
surgir a possibilidade de delimitar o tempo.<br />
<br />
Pra quê ter tempo, pensar e relativizar o tempo,<br />
Senão há tempo a ser marcado, então como vou marcar,<br />
Senão sei o que é tempo!<br />
<br />
O que é o tempo?territoriogeograficohttp://www.blogger.com/profile/04358931263242333969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-864158248261865264.post-83125329105145780832009-10-23T10:19:00.001-07:002009-10-23T10:19:49.622-07:00Eleições ou farsaAs eleições para reitoria e vice-reitoria da nossa UEVA segue os mesmos moldes das eleições na época da ditadura, é feita uma eleição de fachada e completamente antidemocrática, já que o governador escolhe quem ele quiser, e não a comunidade acadêmica.<br />
Nestas eleições, estudantes e funcionários não possuem qualquer importância para as autoridades competentes. Trata-se de um jogo de cartas marcadas, as eleições são uma mera formalidade, uma maneira de mascarar a verdadeira ditadura imposta, já que nós estudantes não escolhemos ninguém. Se afirma que, para ser candidato ao cargo de reitor é necessário, ter o título de doutor, e encarar uma lista tríplice, onde o CONSUNI decidirá que eles propõe ao cargo.<br />
Nas eleições o perfil dos candidatos confirmam ainda que ganham os cargos quem pertencer ao esquema corrupto de um grupo mediócre e minoritário que domina a universidade há anos, fato claro esse, pois nas últimas eleições a nossa vice-reitora tirou o terceiro lugar como mostrava os votos da falsa e democrática eleição, decida pelos membro do CONSUNI(CONSELHO UNIVERSITÁRIO), porém, logo após, o governador do Estado a colocou como primeiro e a mesma assumiu o cargo. Tais pessoas se colocam contra o movimento estudantil, pois não representam os nossos interesses, interesses esses que tem como prioridade a qualidade da nossa universidade em todos os sentidos. <br />
Quase todas as pessoas que entram nesse processo são contra aqueles que lutam para manter a universidade com um ensino público de qualidade, significa que seus interesses não são os mesmos que a esmagadora maioria da comunidade acadêmica, ou seja, os estudantes. E que, portanto, o papel dessas pessoas na reitoria é o de atender somente a interesses particulares e facilitar o processo de privatização do ensino. Como se prova em nossa UEVA, a privatização predatória constitui grande quantidade de cursos pagos, sem qualidade e com curta duração, espalhados pelo nosso país em entidades que não conhecemos e usando o nome UVA e expedindo certificados com a chancela de nossa pública universidade.<br />
Vendo que nos aproximamos da repetição do processo de escolha de 40 anos atrás e, como forma de combater esse esquema fútil existente dentro da universidade e denunciar o que acontece conosco devido ao processo de escolha fechada dos dirigentes da nossa universidade onde não podemos opinar, nós do Diretório Central dos Estudantes e SINDIUVA temos como proposta ELEIÇÕES “DIRETAS JÁ” para tais cargos: REITOR, COORDENADOR DE CURSO E DIRETORES DE CENTRO, sendo que no processo nós estudantes teríamos peso, assim como professores e técnicos administrativos. Agora em dezembro haverá novamente esse processo fajuto e antidemocrático, sendo que ocorrerá nas férias para não sabermos de nada, e então, quando voltarmos para o semestre letivo, apenas sabermos da notícia. E mais uma vez a farsa estará armada, de forma autoritária, e nós público dessa Universidade mais uma vez não teremos voz e voto.territoriogeograficohttp://www.blogger.com/profile/04358931263242333969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-864158248261865264.post-34554909389663938992009-10-23T10:18:00.000-07:002009-10-23T10:18:28.095-07:00Geopolítica: o pior dos pecados por Fabiano Santos[listageografia] Geopolítica: o pior dos pecados<br />
<br />
Autor(es): Fabiano Santos*<br />
Jornal do Brasil - 22/10/2009, pág. A9<br />
<br />
A próxima semana é decisiva para o país. A Comissão de Relações<br />
Exteriores do Senado votará parecer do senador tucano Tasso Jereissati<br />
sobre o ingresso da Venezuela como membro permanente no Mercosul. O<br />
parecer, como era de se esperar, é negativo. Cabe agora refletir sobre<br />
o efeito que a eventual aprovação do relatório pode acarretar não<br />
somente ao país mas sobretudo à região no seu conjunto. Algumas<br />
ponderações, em apoio à posição do PSDB, relativizam os ganhos<br />
provenientes do fluxo de comércio entre Brasil e Venezuela e,<br />
adicionalmente, superestima a premissa de que a adesão deste país<br />
inviabilizaria a negociação de acordos comerciais com terceiros países<br />
ou blocos. Ademais, e este talvez seja o erro mais preocupante, as<br />
vozes contrárias recomendam a rejeição do Protocolo de Adesão da<br />
Venezuela ao Mercosul supondo que não afetará o status quo da região<br />
não somente de uma perspectiva meramente contábil e comercial mas<br />
também de um ponto de vista, obrigatório para um país como o Brasil no<br />
contexto contemporâneo, geopolítico.<br />
<br />
Para se ter uma ideia do tamanho do problema econômico, tomemos como<br />
referência o período posterior à assinatura do acordo de<br />
complementação econômica entre o Mercosul e a Comunidade Andina, o ACE<br />
nº 59, em dezembro de 2003. De 2004 a 2008 as exportações brasileiras<br />
para a Venezuela aumentaram 250%, enquanto as importações deste país<br />
para o Brasil cresceram 170%. No mesmo período, o superávit comercial<br />
brasileiro com a Venezuela saltou de US$ 1,2 bilhão para US$ 4,6<br />
bilhões, permanecendo positivo mesmo após a eclosão da crise mundial.<br />
Ao contrário do que ocorreu no caso da balança comercial com os EUA,<br />
que permaneceu deficitária nos últimos meses.<br />
<br />
Todavia, o problema maior não é econômico ? é geopolítico e<br />
estratégico. Com a saída da Venezuela da Comunidade Andina, ocorrida<br />
exatamente para que ingressasse no Mercosul, e supondo a aprovação do<br />
parecer tucano, este país adentraria estranho terreno de virtual limbo<br />
econômico-institucional, não sendo improvável a hipótese da busca, por<br />
parte de Hugo Chávez, de parcerias econômicas e aliados políticos<br />
extrarregionais ?relevantes?, entre eles a China, com impacto, aí sim,<br />
imprevisível sobre a estabilidade política da região.<br />
<br />
Muito utilizado também é o argumento segundo o qual a inclusão de<br />
Chávez no bloco dificultaria a negociação de acordos comerciais<br />
futuros, principalmente com a União Europeia e com a Alca. Em primeiro<br />
lugar, é importante frisar que a nenhum país é dado o direito de vetar<br />
decisões no âmbito do Mercosul. É óbvio, contudo, que a inclusão de um<br />
novo sócio tornará mais complexo o processo decisório e a produção de<br />
consenso. Neste sentido, é também natural que ocorra um novo processo<br />
de adequação e fortalecimento das instâncias decisórias do Mercosul,<br />
incluindo-se o Parlasul, no sentido de coordenar os interesses do<br />
países membros na direção do requerido consenso. Em segundo lugar, é<br />
importante lembrar que as negociações com a UE não têm avançado, não<br />
por conta de dificuldades de parceiros na América do Sul mas sim<br />
devido à intransigência na liberalização dos mercados agrícolas,<br />
devido ademais, no caso da Alca, à postura agressiva e pouco<br />
conciliatória adotada pelos negociadores norte-americanos durante o<br />
governo FHC. Não foi por outro motivo que, no final de seu mandato,<br />
FHC reorientou a estratégia de expansão do capitalismo brasileiro para<br />
o projeto de integração sul-americana, estratégia esta que vem sendo<br />
aprofundada no governo Lula.<br />
<br />
É muito difícil entender a lógica geopolítica dos senadores e<br />
lideranças que se opõem ao Protocolo diante de evidências tão<br />
contundentes, de que a decisão de rejeitar a matéria é de gravíssima<br />
consequência para a trajetória brasileira de ascensão a líder regional<br />
? trajetória que, como todos sabemos, não nasceu com o atual governo<br />
mas sim e sobretudo com o governo do presidente Fernando Henrique<br />
Cardoso. Não aceitar o desafio de ampliar o Mercosul e administrá-lo<br />
com toda a complexidade que este assumirá diante da presença de novos<br />
interlocutores externos e internos (sim, pois o ingresso de países<br />
andinos significa compartilhar os benefícios de um mercado comum com<br />
nossas populações do Norte e Nordeste) é o mesmo que abdicar da<br />
responsabilidade de liderar ? e, em política, abdicar do papel que a<br />
história impõe de liderar é certamente o pior dos pecados.<br />
<br />
(*) Fabiano Santos é cientista político do Iuperj.territoriogeograficohttp://www.blogger.com/profile/04358931263242333969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-864158248261865264.post-40603170049277425072009-10-01T17:47:00.001-07:002009-10-01T17:48:25.433-07:00SEMINÁRIO DINÂMICAS TERRITORIAIS URBANAS: Olhares, práticas e saberes no território cearenseDe 24 a 26 de novembro de 2009<br />
Auditório Milton Santos - CCH - Universidade Estadual Vale do Acaraú<br />
Sobral - CE<br />
<br />
Apresentação:<br />
<br />
O SEMINÁRIO DINÂMICAS TERRITORIAIS URBANAS: Olhares, Práticas e Saberes no território cearense, será realizado em um importante momento de efervescência de projetos de pesquisa sobre as cidades médias em desenvolvimento nas IES – Instituições de Ensino Superior do Ceará. O Evento objetiva contribuir para a compreensão das transformações sócio-espaciais do Ceará, abrigando através do diálogo profícuo pesquisadores, estudantes, técnicos e demais agentes que pesquisam e/ou interferem nessas mudanças. <br />
<br />
Esse evento constitui também um momento oportuno para o conhecimento mais aberto da produção da Geografia, em especial da Geografia da UVA – Universidade Estadual Vale do Acaraú, que vem realizando estudos sobre Sobral e as demais Cidades do Norte Cearense, sistematizados em livros, teses, dissertações, monografias e artigos científicos. <br />
<br />
Como resultado, o seminário espera ampliar as discussões-teórico-metodológicas e os diversos olhares sobre a cidade e o urbano, com possibilidades de fortalecimento de parcerias em projetos com outras IES, produção de artigos para publicação de livros, realização de trabalhos de extensão, tudo isso visando fortalecer o debate para entendimento das transformações do território cearense.<br />
<br />
<br />
Programação:<br />
<br />
(24/11/2009 –Terça-feira -Manhã) <br />
<br />
08h – Credenciamento <br />
<br />
8h30min – Abertura <br />
<br />
Prof. Antonio Colaço Martins – Reitor <br />
Prof. José Falcão Sobrinho – Pró-Reitor de Extensão <br />
Profª. Cleire Lima da Costa Falcão – Diretora do CCH <br />
Prof. Fábio Souza e Silva da Cunha – Coordenador do curso de Geografia <br />
Maria Juraci Neves Duarte ( Secretária Municipal - SPLAM) <br />
<br />
9h – CONFERÊNCIA DE ABERTURA <br />
<br />
Dinâmica territorial, circulação e cidades médias <br />
Profª. Drª. Adriana Bernardes – UNICAMP <br />
Coordenadora: Profª. Drª. Zenilde Baima Amora – Geografia/UECE <br />
(24/11/2009 –Terça-feira -Noite) <br />
19h – MESA REDONDA 01 <br />
Espaço, Cultura e Patrimônio nas Cidades Médias Cearenses <br />
Prof. Dr. Agenor Júnior – História/ UVA <br />
Prof. Ms. Márcio Luis Paiva – Rede Estadual de Ensino <br />
Prof. Dr. Nilson Almino – Ciências Sociais/UVA <br />
Coordenadora: Profa. Ms. Martha Maria Júnior – Geografia/UVA <br />
(25/11/2009 –Quarta-feira - Manhã) <br />
<br />
8h – Apresentação de trabalho – Modalidade: oral <br />
(25/11/2009 –Quarta-feira – Noite) <br />
<br />
19h – MESA REDONDA 02 <br />
As dinâmicas sócio espaciais das Cidades Médias Cearenses <br />
Prof. Ms. Fábio Ricardo Bezerra – Geografia / UERN <br />
Prof. Ms. Nicolai Vladimir de Araújo – Geografia/UVA <br />
Prof. Ms. Lenilton Francisco de Assis – Geografia/UVA <br />
Coordenador: Prof. Ms. Sergiano Araújo – Geografia/UVA <br />
(26/11/2009 –Quinta-feira -Manhã) <br />
<br />
8h – MESA REDONDA 03 <br />
As novas tecnologias e a Gestão Territorial da Cidade <br />
Prof. Dr. Johnson Nogueira – Geografia – UVA <br />
Prof. Ms. Marcelo Gondim – IFCE <br />
MS. Lutiane Queiroz de Almeida – AGB/Fortaleza <br />
Coordenador: Prof. Dr. Fábio Souza e Silva da Cunha – Geografia/UVA <br />
(26/11/2009 –Quinta-feira -Noite) <br />
<br />
19h – CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO <br />
As cidades cearenses frente as modernizações territoriais do presente <br />
Prof. Dr. Luiz Cruz – Geografia/UECE <br />
Coordenadora: Profª. Drª. Virginia Holanda-Geografia/ UVA <br />
<br />
Normas para envio de resumo:<br />
<br />
Escrever RESUMO EXPANDIDO de três a cinco páginas, incluindo bibliografia; Em MS Office 2000 (Word) ou versões posteriores e enviados para o seguinte email: dinamicaurbanaceara@gmail.com, até o dia 10 de Outubro de 2009, com as seguintes características: Formato A4; margens: superior e esquerdo 3,0 cm; inferior e direita 2,0 cm; Fonte Times New Roman; tamanho 12, justificado; recuo inicial de parágrafo 1,25 cm, espaçamento 1,5; sem espaço entre os parágrafos; sem paginação.<br />
<br />
RESUMO: justificado, tamanho 12. Espaçamento simples, máximo de 250 palavras. Palavras-chave: Devem representar o conteúdo do texto no mínimo 03 e no máximo 05. Autores: Alinhamento a direita, tamanho 12, espaçamento simples (quando mais de um autor); em nota de rodapé, informar: formação, vinculação institucional de cada autor, endereço eletrônico.<br />
<br />
Textos e Ilustrações: Apresentar o texto em um único arquivo com ilustrações (figuras, fotografias, desenhos, gráficos, mapas, quadros, tabelas etc.), centralizadas na página e inseridas em seus devidos lugares (conferir normas ABNT).<br />
<br />
Título: Deve ser em português (negrito). Citações: Com mais de 3 (três) linhas devem ser destacadas com recuo de 4,0 cm da margem esquerda, justificado, espaçamento simples, mesma fonte, tamanho menor que a do texto utilizado e sem aspas, sem parágrafo e sem itálico (ver normas ABNT).<br />
<br />
Notas de rodapé: Devem ser apresentadas em ordem crescente e em algarismos arábicos em chamadas na mesma página, com fonte Times New Roman, tamanho 10, justificado. Referências: As referências deverão ser organizadas de acordo com a NBR-6023 da ABNT.<br />
<br />
EIXOS TEMÁTICOS: 1.cidade e cultura 2.cidade campo 3.cidade e ensino 4.urbanização cearense 5.cidade e meio ambiente.<br />
Informações e inscrições<br />
<br />
Mais informações:<br />
<br />
NEURB – UEVA<br />
LEURC – UECE<br />
<br />
Envio de trabalho: dinamicaurbanaceara@gmail.com<br />
<br />
Telefone: 3677-78-59<br />
<br />
Organização:<br />
<br />
NEURB - UEVA<br />
LEURC - UECE<br />
CAGEO(Centro Acadêmico de Geografia) - UEVA<br />
<br />
<br />
___________________________________________________________________________<br />
<br />
http://www.geografiauva.tk/territoriogeograficohttp://www.blogger.com/profile/04358931263242333969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-864158248261865264.post-65183598771279849762009-09-28T06:36:00.000-07:002009-09-28T06:38:08.470-07:00<center> </center> <center> </center> <table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0" width="100%"><tbody><tr><td background="../rayures-gris.gif" bgcolor="#f0f0f0" valign="top" width="15%"> <p style="margin: 0pt 0pt 3px;"> <span style="font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:85%;"><b><span style="font-family:Arial, Helvetica, sans-serif;">Por JORGE ANTUNES</span></b></span> </p><p style="margin: 0pt 0pt 3px;"><span style="font-size: 8pt; font-family: Verdana;" lang="EN-US"><span style="color:#808080;">Jorge Antunes é maestro, compositor, professor titular da UnB, Pesquisador do CNPq e Presidente da Sociedade Brasileira de Música Eletroacústica</span>.</span> </p><p style="margin: 0pt 0pt 3px;"> </p></td> <td width="3%"><br /></td> <td rowspan="3" valign="top" width="68%"> <div class="Section1"> <div class="Section1"> <div class="Section1"> <p style="margin-top: 0pt; margin-bottom: 10px;"> </p> <div class="Section1"> <p class="MsoTitle" style="margin-top: 0pt; margin-bottom: 10px; color: rgb(0, 0, 0);" align="center"><span lang="EN-US"><span style="font-family:Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif;font-size:180%;"><b>Democracia na Universidade</b></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin-top: 0pt; margin-bottom: 10px;"><span style="font-size: 10pt; font-family: Verdana;" lang="EN-US"> <!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--> <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin-top: 0pt; margin-bottom: 10px;"><span style="font-size: 10pt; font-family: Verdana;" lang="EN-US">A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que está em vigor, assinada por FHC há oito anos, instituiu, através de seu artigo 87, a Década da Educação. Essa década se completará no final de dezembro de 2007. A lei determinou o prazo de dez anos para a execução de ações básicas, próprias a qualquer país civilizado que se preocupe com a educação de qualidade: recenseamento de educandos, matrícula de todas as crianças a partir dos seis anos, provimento de cursos para jovens e adultos insuficientemente escolarizados, programas de capacitação para todos os professores, regime de tempo integral nas escolas, etc, etc.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin-top: 0pt; margin-bottom: 10px;"><span style="font-size: 10pt; font-family: Verdana;" lang="EN-US">A Década da Educação ainda está em curso, rumo ao fiasco, e o governo Lula, voltando-se à parte de um todo, se empenha em uma nova reforma universitária com indícios de retrocesso cheio de emendas neoliberais piores que o soneto.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin-top: 0pt; margin-bottom: 10px;"><span style="font-size: 10pt; font-family: Verdana;" lang="EN-US">A mesma LDB, em seu artigo 56, confirmou o princípio da gestão democrática nas instituições públicas de educação superior, tal como em todas as reformas do tempo da ditadura militar. O problema é que "gestão democrática" é expressão que adquire diferentes acepções, conforme a arrogância do usurpador de plantão. A reforma de FHC estabeleceu que, na tal gestão democrática, os docentes ocupam setenta por cento dos assentos no colégio eleitoral de escolha de dirigentes. Assim, nas eleições para Reitor, os outros trinta por cento ficam divididos entre os segmentos que formam a maioria da comunidade universitária: alunos e funcionários.</span><span style="font-size: 10pt; font-family: Verdana;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin-top: 0pt; margin-bottom: 10px;"><span style="font-size: 10pt; font-family: Verdana;">A lei em vigor é mais elitista e discriminatória que a dos tempos dos generais. A Reforma do Ensino, assinada por Costa e Silva e Tarso Dutra um mês antes do AI 5, era mais benévola com o corpo discente. O artigo 38 da Lei de 28 de novembro de 1968 dava à representação estudantil o direito de ocupar um quinto do poder decisório. Trocando em miúdos, enquanto no governo Costa e Silva os estudantes detinham 20% de participação nas decisões, no governo FHC passaram a ter apenas 15% de participação.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin-top: 0pt; margin-bottom: 10px;"><span style="font-size: 10pt; font-family: Verdana;">A verdadeira gestão democrática da Universidade só terá lugar a partir do momento em que os três segmentos - alunos, funcionários e professores - tiverem participação paritária nas representações e nas decisões. Isso significaria uma percentagem de 33,33% para cada segmento. Esse é o único critério que se harmoniza com a </span><span style="font-size: 10pt; font-family: Verdana;" lang="EN-US">designação "universidade", que nos remete à dimensão de totalidade e de conjunto. O conceito original de Universitas é o de congregação de todos os entes que compõem o "universo". Universidade que se pretende universalidade, tem que estar paritariamente distribuída no que se refere à responsabilidade e à construção. A Universidade brasileira precisa buscar nova etapa em sua história, que recupere o ideal do coletivo. A universitas magistrorum et scholarium da tradição parisiense deve dar lugar a um novo modelo em que alunos, docentes e corpo administrativo, com poderes paritários, norteiem novos caminhos que rompam com o corporativismo continuista.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin-top: 0pt; margin-bottom: 10px;"><span style="font-size: 10pt; font-family: Verdana;" lang="EN-US">Enfim, a nova Universidade a ser reinventada tem que deixar de ser um mero conjunto de edificações ou um círculo de saberes, para se tornar uma congregação de pessoas. Para que a Universidade contribua com o fim do sistema social de apartação é preciso que ela, antes, extirpe as desigualdades de seu interior.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin-top: 0pt; margin-bottom: 10px;"><span style="font-size: 10pt; font-family: Verdana;">A reforma universitária vem aí. O golbery do Lula disse, recentemente, que "o pau vai quebrar" nas Universidades. O Ministro que vaticinou a violência ainda era um jovem estudante não politizado quando em 1962 foi deflagrada a famosa Greve do Um Terço. Essa foi a mais longa greve nacional em que os estudantes lutamos por uma Reforma Universitária que contemplasse o corpo discente com um terço de representação nos orgãos colegiados.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin-top: 0pt; margin-bottom: 10px;"><span style="font-size: 10pt; font-family: Verdana;">Se é verdade que o pau vai quebrar, também é verdade que estudantes conscientes existem a dar com pau. Ministros cara-de-pau hão de ver com quantos paus se faz uma reforma: a comunidade universitária do século XXI pode deflagrar uma nova "greve do um terço", garantir a verdadeira gestão democrática da Universidade e … matar a pau!<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin-top: 0pt; margin-bottom: 10px;"><span style="font-size: 10pt; font-family: Verdana;">A comunidade universitária, de que falam todas as leis atinentes à educação, é formada de alunos, professores e funcionários, nesses incluídos os terceirizados. Quando os três segmentos tiverem igual participação na</span><b><span style="font-size: 10pt; font-family: Verdana;"> </span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: Verdana;" lang="EN-US">escolha de dirigentes, estarão assegurados respeitos mútuos e responsabilidades que vão dar lugar à consecução dos objetivos da educação, da pesquisa, do ensino e da extensão em toda plenitude:</span><span style="font-size: 10pt; font-family: Verdana;" lang="EN-US"> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: Verdana;" lang="EN-US">respeito à liberdade, apreço à tolerância, exercício da solidariedade humana, pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania, sua qualificação para o trabalho e formação de sua inquietação crítica e especulativa que vai garantir boas transformações<span style=""> </span>para a sociedade futura.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin-top: 0pt; margin-bottom: 10px;"><br /><span style="font-size: 10pt; font-family: Verdana;" lang="EN-US"></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin-top: 0pt; margin-bottom: 10px;"><span style="font-size: 10pt; font-family: Verdana;" lang="EN-US">(Fonte: http://www.espacoacademico.com.br/034/34cantunes.htm)<br /></span></p></div></div></div></div></td></tr></tbody></table>territoriogeograficohttp://www.blogger.com/profile/04358931263242333969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-864158248261865264.post-89538646728309754972009-09-28T06:34:00.000-07:002009-09-28T06:36:02.604-07:00Liberdade e Democracia na Universidade<img src="file:///C:/DOCUME%7E1/Alaline/CONFIG%7E1/Temp/moz-screenshot.jpg" alt="" /><h1 class="title_noticias">Liberdade e Democracia na Universidade</h1><br /><p class="justificado"><br /></p><div align="right"><strong><em>*Lúcio José Botelho</em></strong><br /></div><br /><br />(Fonte: http://www.portalensinando.com.br/ensinando/principal/conteudo.asp?id=2688)<br /><br /><br />Inicialmente, queria situar-nos geopoliticamente, para melhor podermos refletir sobre o tema " Liberdade e Democracia na Universidade: A Visã o de Outros Paí ses" . O Brasil é um paí s com 180 milhõ es de habitantes, distribuí dos em uma á rea de 8,5 milhõ es de quilô metro quadrado, com gigantescas desigualdades. Demograficamente, por exemplo, Sã o Paulo com 800 habitantes por quilô metro quadrado, contrasta com algumas regiõ es amazô nicas que tem menos de um habitante por quilô metro quadrado.<br /><br />Assim mesmo somos a 9º economia do mundo, e nosso posicionamento na Amé rica do Sul é tã o importante que somente nã o fazemos fronteiras com o Equador e com o Chile. Nosso paí s é formado por 26 estados membros de uma Repú blica Federativa e um Distrito Federal. Sendo um paí s de extensã o continental, nossas necessidades em termos de Educaç ã o sã o enormes e crescentes, cada vez mais temos demanda.<br /><br />Fazem parte do que chamamos de Ensino Superior, o que seria comparado na realidade americana com Colleges e Universities, 2063 estabelecimentos, dos quais 163 sã o Universidades, das quais 55 sã o publicas e federais. Há ainda pú blicas estaduais, confessionais e outras privadas.<br /><br />Poré m, nossos indicadores sã o ainda muito ruins. Embora tenha havido um grande incremento nas matrí culas no Ensino Fundamental nos ú ltimos 10 anos, somente 53% dos brasileiros que ingressam na escola, completam oito anos de estudo, sendo que menos ainda, 37%, concluem o Ensino Mé dio (11 anos), o que é condiç ã o obrigató ria para o ingresso no Curso Superior.<br /><br />Há ainda quase 11% de analfabetos, com diferenç as é tnicas, negros 15,4% e brancos 7% regionais 22% no nordeste contra 6% no sul e locais 25% na zona rural contra 9% urbana.<br /><br />Mas é nas Universidades que as contradiç õ es sã o ainda mais marcantes. Somente 12% dos jovens entre 18 e 24 anos estã o nos bancos universitá rios e destes aproximadamente 20% em universidades pú blicas, isto é com educaç ã o paga pelo erá rio pú blico. A maior contradiç ã o é que um grande nú mero, principalmente nos cursos de maior valor de mercado vem de estames mais elevados da populaç ã o.<br /><br />As contradiç õ es se avolumam quando constatamos que apó s 90, houve crescimento exponencial de escolas privadas, com um aumento gigantesco de vagas. No entanto embora haja enorme demanda, há cerca de 50% de vagas nã o ocupadas, por absoluta falta de possibilidade de pagarem as mensalidades.<br /><br />Santa Catarina é um dos 26 estados da Federaç ã o, tem pouco mais de 5 milhõ es de habitantes em uma á rea de 95,7 mil quilô metros quadrados. Situa-se no extremo sul do paí s e sendo o 22° em á rea geográ fica, é o 6° em produç ã o de riquezas.<br /><br />Possui diversificada indú stria, com destaque para metal-mecâ nica, alimentí cia e pesqueira, a produç ã o marca relaç õ es é tnicas, é um dos estados de maior quantidade relativa de imigrantes, marcadamente vindos da Europa.<br /><br />Sendo criativo e operante, desenvolveu na educaç ã o um sistema pró prio de escolas, que sã o chamadas de comunitá rias, fundaç õ es municipais que cobrem todas as regiõ es do estado, mas vivem a mesma crise nacional, excesso de vagas ociosas, ou seja, há menos vagas do que as necessá rias, mas há menos pessoas com possibilidade de pagar os custos.<br /><br />A capital do estado é a cidade de Florianó polis, situada em uma ilha, distribui seus 300 mil habitantes por 440 quilô metro quadrado de uma á rea litorâ nea com 42 praias. A cidade recebe por ano cerca de um milhã o de turistas. É em Florianó polis que estã o as sedes das duas universidades pú blicas, uma federal e outra estadual, sendo onde estã o mais de 90% dos estudantes universitá rios que estudam com o benefí cio da gratuidade.<br /><br />A Universidade Federal de Santa Catarina é uma das mais importantes do paí s, com cerca de 21.000 alunos de graduaç ã o e mais de 10.000 de pó s-graduaç ã o, figura entre as cinco mais importantes em todas as formas de avaliaç ã o. No ranking Webometrics é a terceira mais importante.<br /><br />A maior caracterí stica é uma produç ã o acadê mica intimamente ligada ao processo social, seja atravé s das relaç õ es com grandes empresas, seja com a manutenç ã o de ví nculos produtivos com pescadores, cultivo de moluscos e camarõ es ou ainda com envolvimento em polí ticas sociais como a proposiç ã o de um novo marco no controle da mortalidade infantil.<br /><br />É esta relaç ã o que aumenta consideravelmente o orç amento da universidade, fazendo o diferencial em termos de qualidade.<br /><br />Situados no contexto geral, entendemos que duas categorias muito especiais dã o o tí tulo a nossa participaç ã o, Liberdade e Democracia. Trabalhar estes conceitos é uma grande responsabilidade, visto que mais do que expressõ es conceituais traduzem aspiraç õ es do ser humano, alé m de serem sinô nimos em determinados contextos sociais.<br /><br />O sé culo XII surge com os sinais precursores do renascimento, a valorizaç ã o do homem e da natureza, uma nova ordem social com o surgimento das cidades, onde uma nova geraç ã o de homens, livres, artesã os, comerciantes, passa a exigir uma nova forma de comunicaç ã o e as universidades estã o diretamente ligadas a este processo.<br /><br />Brevemente podemos dizer que a origem da universidade, neste sé culo XII, é libertá ria e de certa forma democrá tica, pois pressupõ e o compartilhamento do conhecimento, no entanto dadas à s caracterí sticas sociais, somente uma casta podia se fazer presente, a classe dominante, os nobres e o clero.<br /><br />Neste momento í mpar da sociedade, o conhecimento, expresso na necessidade de domí nio dos fazeres e principalmente dos saberes humanos, instiga este novo homem, que atravé s dos intercâ mbios proporcionados pelo florescente comé rcio manté m cada vez mais contato com outros homens, provenientes de outras realidades e as trocas de saberes se intensifica a ponto de criar a necessidade de um local para melhor ocorrerem.<br /><br />A universalidade do conhecimento cientí fico é a base humanista de qualquer processo universitá rio, a trajetó ria histó rica, entretanto, conduziu ao longo deste milê nio a caminhos bastante diferentes. A divisã o té cnica e social do trabalho, mormente apó s a era moderna, a divisã o dos paí ses, a competiç ã o e a competitividade, puseram em marcha modelos que tenderam a dominaç ã o e/ou ao isolamento.<br /><br />Longe de querer aprofundar uma aná lise histó rica estas diferenç as marcam sobremaneira a trajetó ria das nossas instituiç õ es de ensino superior. As Universidades nos paí ses de lí ngua hispâ nica, Dominicana, Mé xico e Peru, as mais antigas, sã o fundadas pelos colonizadores, justamente onde havia sociedades mais evoluí das, enquanto que no Brasil, somente o sé culo XX presencia o nascer das primeiras universidades.<br /><br />Por este prisma para entendermos o momento atual, e abordarmos o tema presente, temos necessariamente que avaliarmos em uma perspectiva temporal. Que universidade construí mos nos ú ltimos anos e em que contexto só cio polí tico e cultural.<br /><br /> As universidades brasileiras sã o absolutamente jovens, as mais antigas tem pouco mais de 70 anos e no entanto já despontam no cená rio mundial. Um dos aspectos a considerar é que foram as universidades, juntamente com a igreja os principais nichos de resistê ncia aos regimes totalitá rios e ditatoriais que se instalaram nos paí ses sul americanos, principalmente nas dé cadas de 60 e 70. No Brasil foram os locais precursores das eleiç õ es diretas para dirigentes, a Federal de Santa Catarina foi a primeira (1983) a promover eleiç õ es.<br /><br />Poré m o que precisa ser ressaltado é que nos paí ses perifé ricos, o desenvolvimento cientí fico e tecnoló gico, e portanto a possibilidade de inovaç ã o é dependente da universidade. No Brasil, cerca de 90% das pesquisas sã o em universidades e destas 95% em universidades pú blicas.<br /><br />Historicamente fomos formados em outros paí ses e na maioria das vezes dependentes de linhas de pesquisas formuladas no exterior. Poré m nesta nova era do conhecimento temos enfim uma geraç ã o de pesquisadores formados com uma outra ló gica, a ló gica da cooperaç ã o internacional, horizontal, e uma ló gica mais voltada à s reais necessidades dos nossos paí ses.<br /><br />Há uma mudanç a na polí tica educativa em curso, novas formas de financiamento, o fó rum das estatais e os novos fundos, o programa de bolsas, facilitando o ingresso de alunos com baixo poder aquisitivo, a expansã o das universidades pú blicas federais, a criaç ã o da Universidade Aberta do Brasil, propiciando com EAD a formaç ã o de professores, especialmente os das redes pú blicas, sã o algumas das iniciativas.<br /><br />Outras ainda em fase de estudo e adoç ã o, buscam alterar a estrutura de ingresso na escola pú blica, ampliando atravé s de polí ticas afirmativas a parcela de negros, í ndios e pobres. També m em discussã o se encontra a alteraç ã o dos currí culos, sendo as proposta mais aceitas as que de certa forma aproximam ao Processo de Bologna, implantado em toda a Europa e que representará , nos pró ximos anos um enorme apressamento na formaç ã o.<br /><br />Os desafios sã o mú ltiplos, poré m a esperanç a é ainda maior, pois os diversos modelos que vem sendo implantados, começ am a gerar resultados.<br /><br />Se considerarmos o potencial que temos, em questõ es estraté gicas como energia renová vel, limpa, a riqueza do solo e do subsolo, a biodiversidade e sobretudo o mais importante, gente, uma mistura de raç as sem par no mundo, vivendo sem conflitos é tnicos, religiosos ou raciais, poderemos ser uma grande naç ã o.<br /><br />Temos como grande obstá culo ao crescimento e ao desenvolvimento nossa pró pria desigualdade social, a forma de concentrar riqueza, e como entendemos que há uma ú nica forma de fazer crescer a cidadania e a participaç ã o, e que esta é a educaç ã o, penso que podemos finalmente estarmos no caminho certo.<br /><br /><br /><br /><div align="right"><strong><em>* É reitor da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina)</em></strong></div>territoriogeograficohttp://www.blogger.com/profile/04358931263242333969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-864158248261865264.post-53997333991301742032009-09-28T06:28:00.000-07:002009-09-28T06:30:54.351-07:00Brasília: a capital da geopolítica !?<p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: center; line-height: 200%;" align="center"><span style="font-size: 12pt;">Brasília X Geopolítica</span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: center; line-height: 200%;" align="center"><span style="font-size: 12pt;"><a style="" href="http://www.feth.ggf.br/Geopol%C3%ADtica.htm#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style=""><!--[endif]--></span></span></a></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: center; line-height: 200%;" align="center"> </p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: right; line-height: 200%;" align="center"> <span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size:100%;">Helio de Araujo Evangelista</span></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: right; line-height: 200%;" align="center"> <span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size:100%;">( <a href="http://www.feth.ggf.br/">www.feth.ggf.br</a> )</span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: right; line-height: 200%;" align="center"><span class="MsoFootnoteReference"></span><br />Fonte: (http://www.feth.ggf.br/Geopol%C3%ADtica.htm)<br /></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;">Resumo: <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>O artigo aborda a geopolítica, tendo por objeto a sua relação com a geografia política a partir de textos de geógrafos brasileiros. Ao final, apresentamos nossa posição sobre o tema. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;" lang="EN-US">Abstract :<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;" lang="EN-US"><span style=""> </span>This article deals with the geopolitics. It has for objective to show the relationship between political geography and geopolitics by using text’s brazilian geographers. At the end, we explain our position about it. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;" lang="EN-US"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; text-indent: -14.15pt; line-height: 200%;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 12pt; font-family: Symbol;">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span> <!--[endif]--><b style=""><span style="font-size: 12pt;">Apresentação</span></b><span style="font-size: 12pt;"> <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Ao retomarmos as argumentações favoráveis ou contrárias à transferência da capital brasileira para o interior do Brasil, encontradas em Vesentini ( 1996 ) e Vasconcelos ( 1978 ), chama-nos a atenção a polêmica que envolveu o geógrafo alemão, naturalizado americano, Sr. Leo Waibel, que então prestava seus serviços no Conselho Nacional de Geografia. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Desta polêmica, pelo artigo intitulado “ Determinismo Geográfico e Geopolítica ( contribuição ao problema da mudança da capital ) ”, <a style="" href="http://www.feth.ggf.br/Geopol%C3%ADtica.htm#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style=""><!--[if !supportFootnotes]-->[2]<!--[endif]--></span></span></a> o Sr. Leo Waibel comenta o <i style="">Relatório Técnico da Comissão de Estudo para a Localização da Nova Capital do Brasil</i>, no qual é observado que o trabalho do engenheiro Cristóvão Leite de Castro, escrito sob a orientação de Leo Waibel, coloca “...a área do “Retângulo de Cruls” em 6º lugar por não ter querido se elevar até o plano geopolítico do problema, preferindo ficar no plano de puro determinismo geográfico ...” ( 1961, pp. 612-614 ).<a style="" href="http://www.feth.ggf.br/Geopol%C3%ADtica.htm#_ftn3" name="_ftnref3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style=""><!--[if !supportFootnotes]-->[3]<!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>O primeiro aspecto que Leo Waibel esclarece é quanto ao determinismo, ele entende ser este um conceito introduzido por Ratzel pelo qual os elementos da geografia humana seriam determinados, principalmente, pelos fatores naturais. Waibel, enquanto discípulo de Alfred Hettner, considera que os fatores físicos não tem tamanha densidade para exlicar a dinâmica social. “A decisão cabe ao homem, ao seu estágio de desenvolvimento, ao poder da sua vontade ( que é forte ) e ao espírito. Esta é a filosofia geográfica que hoje em dia é geralmente aceita na França e na Alemanha...” ( Ibidem, p. 613 ) <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Sobre o trabalho desenvolvido pelo astrônomo Cruls, ele observa que os fatores físicos assumiram grande destaque na indicação da localização da futura capital, e : <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>“Os fatôres humanos mereceram ali muito pouca ou nenhuma consideração, e aí está, sem dúvida, o mérito da Segunda Expedição Geográfica, que aplicou os princípios da geografia humana ao problema da futura capital. Se há um determinismo geográfico em algum dos dois relatórios, êle está no da Comissão Cruls e não no nosso! nestas circunstâncias, a observação do senhor presidente de que “mesmo<span style=""> </span>êsse ( o nosso ) relatório confirma e completa os dizeres essenciais do relatório da Comissão Cruls” é para mim completamente desprovida de sentido.” ( Ibidem, p.. 614 ) <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Quanto à acusação de que Leo Waibel não teria se elevado ao plano geopolítico do problema, este retrucou: “Mais uma vez êle errou ; o que eu não quero é rebaixar o meu padrão profissional ao nível de um geopolítico! Para os geógrafos alemães a palavra <i style="">Geopolitik</i> tem sabor amargo. A geopolítica é aquela pseudo-ciência que é largamente responsável pela catástrofe da Alemanha atual, ...” ( Ibidem, p. 614 ) <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>E Waibel continua : “...O grande problema é : qual a diferença entre a <i style="">Geopolitik</i> de Rudolf Kjellén e a <i style="">Politische Geographie</i> de Friedrich Ratzel ? Esta pergunta nunca foi respondida satisfatóriamente.” ( Ibidem, pp. 614-615 ) <a style="" href="http://www.feth.ggf.br/Geopol%C3%ADtica.htm#_ftn4" name="_ftnref4" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style=""><!--[if !supportFootnotes]-->[4]<!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Pelo exposto, há uma notória repulsa ao termo geopolítica, porém, nos dias atuais, costuma ser muito mais usado que geografia politíica. Por quê esta ambiguidade ? <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>É o que procuraremos tratar nas linhas que se seguem a partir de autores brasileiros que chegaram a abordar o tema de forma aprofundada.<span style=""> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; text-indent: -14.15pt; line-height: 200%;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 12pt; font-family: Symbol;">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span> <!--[endif]--><b style=""><span style="font-size: 12pt;">A geopolítica brasileira</span></b><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Percebe-se na literatura nacional uma certa dicotomia entre uma escola militar, para a qual não poucos civis prestaram seus serviços, e uma escola acadêmico-civil, mais recente, que trazem modos distintos na análise da relação entre geopolítica e geografia política. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Pela primeira escola, destacamos as contribuições dos militares Mário Travassos ( 1938 ), Golbery do Couto e Silva ( 1981 ), Meira Mattos ( 1979 ) e Octávio Tosta ( 1984 ).<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Nesta corrente não incluimos Nelson Werneck Sodré que embora militar não veio a configurar com os autores mencionados um coletivo coeso. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Cabe ressaltar ainda que para a formalização desta corrente, dita militar, contribuiram civis, particularmente, Everardo Backheuser, Delgado de Carvalho e Therezinha de Castro ( esta falecida recentemente ao início do ano ). A rigor, a contribuição destes decorre de uma época na qual o diálogo entre civis e militares era mais fluente.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Assim, não é exclusivamente o paramento militar que configura este coletivo, mas assim o designamos por formar uma unidade que veio a ser mais estimulada pela Escola Superior de Guerra, criada em 1949.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>O segundo grupo teria uma índole influenciada pela ambiência acadêmico-universitária, do qual destacaríamos : Wanderley Messias da Costa ( 1992 ), José William Vesentini ( 1996 ), André Martin ( 1993 ), Demétrio Magnoli ( 1988 ), Manoel Correia de Andrade ( 1989 ) e Bertha Koiffman Becker ( 1988 ) . <a style="" href="http://www.feth.ggf.br/Geopol%C3%ADtica.htm#_ftn5" name="_ftnref5" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style=""><!--[if !supportFootnotes]-->[5]<!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Destaca-se, pela linha dos militares, que a geopolítica é a face dinâmica da própria geografia política, isto porque a geopolítica teria a incumbência de inspirar raciocínios que enveredariam em favor da formulação de estratégias de características militares . Assim, a geografia política teria um papel eminentemente informativo, ficando à geopolítica a incumbência de traçar diretrizes estratégicas para o exercício do poder. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Já na linha do pensamento civil, verifica-se uma diferença interna. Pois há os que entendem ser a a geopolítica como algo a ser proscrito enquanto uma versão ideológica ( de cunho facista ) que pouco contribuiu para o avanço da geografia. Por esta linha destacaríamos Wanderley Messias da Costa.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Por outro lado, há os que entendem ser a geopolítica um cabedal de conhecimento não passível de ser descartado pela comunidade acadêmica; particularmente, por este caminho, perfila Bertha Koiffman Becker. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; text-indent: -14.15pt; line-height: 200%;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 12pt; font-family: Symbol;">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span> <!--[endif]--><b style=""><span style="font-size: 12pt;">Geopolítica e a geografia política</span></b><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Para o Gen. Meira Mattos ( 1979 ) a geografia política ficou no campo das ciências geográficas como a entendiam Whittlesey, Renner, Brunhes, Vallaux e tantos outros, enquanto que a geopolítica de Kjéllen e de Ratzel adquiriu o sentido dinâmico das ciências políticas, indicadora de soluções governamentais inspiradas na geografia.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Na escola raztzeliana, alinharam-se Kjéllen, Maul, Mackinder, Spykman e o Haushofer. Mahan, norte-americano, anterior a Ratzel, pode ser considerado o precursor da teoria geopolítica com a sua concepção de “destino manifesto”, que tanta influência teve nos rumos da política exterior dos Estados Unidos. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>O despretígio da geopolítica como ciência vem de sua apropriação pelos adeptos do Gen. Karl Haushofer que, depois da ascensão de Hitler na Alemanha, apoderaram-se do Instituo de Munique e transfomaram a geopolítica em um pretexto científico para justificar as teses do expansionismo nazista. A teoria do <i style="">lebensraum </i>- espaço vital - que dominou o espírito geopolítico da Alemanha nazista, foi responsável pelo seu descrédito como ciência. ( Mattos, 1979, p. 4 ) <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Para o general Golbery do Couto e Silva ( 1981 ), por sua vez, a geopolítica de Kjellén, tanto quanto a de Haushofer, sempre se propôs a ser conselheira da política, sendo essencialmente uma arte, uma doutrina, uma teoria e nunca uma ciência. Para Kjellen, ela era apenas um dos cinco grandes ramos em que dividia a política; e, embora nas múltiplas definições da escola alemã se fale tanto em arte, como em doutrina e mesmo em ciência, a geopolítica é sempre caracterizada como “base da ação política”; o próprio Haushofer buscou ressaltar o seu caráter dinâmico. ( Silva, 1981, p. 29 ) <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>A geopolítica é sobretudo uma arte - arte que se filia à política e, em particular, à estratégia ou política de segurança nacional, buscando orientá-las à luz da geografia dos espaços politicamente organizados e diferenciados pelo homem. Seus fundamentos se radicam, pois, na geografia política, mas seus propósitos se projetam dinamicamente para o futuro. ( Silva, 1981, p. 33 ) <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>A geopolítica nada mais é que a fundamentação geográfica de linhas de ação política, quando não uma proposição de diretrizes políticas formuladas à luz dos fatores geográficos, em particular de uma análise calcada, sobretudo, nos conceitos básicos de <i style="">espaço</i> e de <i style="">posição</i>. Um dos ramos, portanto, da política, como a imaginara o próprio Kjellén e sempre a qualificou, entre nós, o mestre Backheuser: “política feita em decorrência das condições geográficas”. ( Silva, 1981, p. 64 ) <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Wanderley Messias da Costa ( 1992 ) , por sua vez, observa: <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;">... Descartadas as confusões e dissimulações em torno do rótulo, pode-se afirmar com relativa segurança que a geopolítica, tal como foi exposta pelos principais teóricos, é antes de tudo um subproduto e um reducionismo técnico e pragmático da geografia política, na medida em quem se apropria de <i style="">parte </i>de seus postulados gerais, para aplicá-los na análise de situações concretas interessando ao <i style="">jogo de forças estatais projetado no espaço. </i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Nesse sentido, a exemplo do que ocorre com parte da ciência econômica em relação à economia política clássica, a geopolítica representa um inquestionável <i style="">empobrecimento </i>teórico em relação à análise geográfico-política de Ratzel, Vallaux, Bowman, Gottmann, Hartshorne, Whittlesey, Weigert, e tantos outros. <i style="">Essa é a questão essencial, desde logo, que deve sobrepor-se às demais, </i>a começar dos artifícios notoriamente simplórios como o de tentar situá-la como “ciência de contato” entre a geografia política e a ciência política, a ciência jurídica, etc., bastante comum nas introduções de inúmeros generais-geógrafos-geopolíticos, a começar por Haushofer. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Por outro lado, o assunto também está sujeito a todo tipo de confusão terminológica, já que análises e estudos ditos geopolíticos podem freqüentemente tratar-se de estudos geográficos-políticos, preferindo os autores a utilização da primeira expressão por simples comodismo vocabular ou modismos. Finalmente, e após um processo de “filtragem” por que passou no período do pós-Segunda Guerra, especialmente em suas conotações ideológicas vinculadas ao nazismo, muitos autores, até mesmo os críticos da velha geopolítica, passaram a adotar esse rótulo em seus estudos de geografia política. ( 1992, p. 55-56 )<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Bertha K. Becker ( 1988 ) , por sua vez, observa que a busca de novos paradigmas da ciência e o rompimento das barreiras entre as disciplinas - a transdisciplinaridade - parecem hoje tornar-se uma exigência. E o rompimento da barreira entre a geografia e a geopolítica numa perspectiva crítica, integrando a natureza holística e estratégica do espaço, pode representar um passo importante nesse caminho, pois que o poder e o espaço e suas relações são, sem dúvida, problemáticas contemporâneas significativas. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Neste ponto, há uma distinção clara entre Becker e Costa. Este último destaca o caráter ideológico que a geopolítica tem; para Becker, no entanto, a geopolítica tem um caráter instrumental que não pode ser desprezado, embora isto não a leve olvidar da ideologia que permeia a geopolítica, como podemos perceber pela passagem abaixo. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>“Mas a herança de Ratzel, embora por alguns exacerbada, foi, em geral, negada pelos geógrafos que, ao recusarem sua concepção determinista, negaram também toda a sua riqueza teórica. Sua herança foi por outro apropriada.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Permaneceu, assim, a Geografia, à margem de todo um conjunto de técnicas e de um saber que instrumentalizam e pensam o espaço a partir da ótica do Estado ( e também da grande empresa ) - embora com ele colaborando direta ou indiretamente - o que certamente a esvaziou de seu conteúdo. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Negar, portanto, a prática estratégica, seja a das origens da disciplina, seja a teorizada por Ratzel, seja a da Geopolítica explícita do Estado Maior ou a implícita na prática dos geógrafos, é negar a própria Geografia, que foi, assim, prejudicada no seu desenvolvimento teórico e na sua função social. E repensar a Geografia envolve necessariamente o desvendar da Geopolítica, sua avaliação crítica e seu resgate, e o trazer desse conhecimento para debate na sociedade. Em outras palavras, nesse campo de preocupações, à Geografia caberia a teorização sobre a prática estratégica desenvolvida pela Geopolítica. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>...<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoBlockText" style="margin: 0pt; line-height: 200%;"><span style=""> </span>A Geopolítica que queremos resgatar é a do reconhecimento, sem fetichização, da potencialidade política e social do espaço, ou seja, a do saber sobre as relações entre espaço e poder. Poder multidimensional, derivado de múltiplas fontes, inerente a todos os atores, relação social presente em todos os níveis espaicias. Espaço, dimensão material, constituinte das relações sociais e, por isso mesmo, sendo, em si, um poder. </p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>A tentativa desse resgate é aqui apresentada em questões que constituem a nossa prática atual de pesquisa, sem a menor pretensão de esgotá-las..( 1988,.p. 100 ) <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>A dúvida, no entanto, que se abre da leitura do texto de Becker é se ela não confunde o resgate da dimensão política do espaço com o resgate da própria geopolítica. Não podem ser considerados procedimentos distintos ? Mas, por outro lado, é possível retomarmos uma análise do conteúdo político do espaço sem termos em conta o legado da geopolítica ? <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Ela propõe resgatar a geopolítica<span style=""> </span>:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>“Resgatar não significa negar e sim reler criticamente, aceitando o que se considerar uma contribuição e descartando o que se considerar inaceitável. A postura metodológica aqui adotada para tal releitura é a que privilegia a construção do objeto de estudo e não o objeto em si. A Geopolítica não está dada - ela é construída hoje, no atual período histórico, pelo trabalho humanao tanto material quanto intelectual e, assim produzida, tem movimento e abertura para o indeterminado, que é essencialmente político. Trata-se, portanto, de reconstruir o processo de sua produção material e intelectual no final do Século XX, detectando as forças que nele atuam. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>....<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>É, portanto, no contexto da instrumentalização do espaço - e do tempo - bem como do reconhecimento de sua potencialidade que se pode resgatar a dimensão política da Geografia contida no seu projeto original e posteriormente renegada.” ( Ibidem, p. 101 ) <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Nesta passagem, Becker destaca o objeto em construção, estando a indicar que se a geopolítica foi o quê muitos condenam, poderá vir a ter outro perfil. Poderá mesmo ? Qual a raiz da geopolítica ? Acaso não é o raciocínio pautado em dados geográficos voltado para a luta ? <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>A cerne da geografia política/geopolítica para Becker encontra-se em duas contribuições de Ratzel, a saber:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>1 - A Geografia Política como base de uma tecnologia espacial do poder do Estado. A Geografia Política deveria ser um instrumento para os dirigentes que, em contrapartida, aprenderiam a instrumentalizá-la. Ela explica que, para compreender a natureza de um império, é necessário passar pela escola do espaço, isto é, de como tomar o terreno ( Korinman, 1987 ). Daí a importância atribuída à Geoestratégia e à concepção da situação geográfica como um dispositivo militar para o geógrafo que analisa o comércio e as relações em geral, a economia, sempre configurada espacialmente, é a guerra; os fatos do espaço são sempre singulares, cada qual situado na interseção de processos diversos, onde precisamente devem atuar as estratégicas. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>2 - A busca de leis gerais sobre a relação Estado-espaço. A busca de leis gerais reside na ligação estreita do Estado com o solo, considerado a única base material da unidade do Estado uma vez que sua população, via de regra, apresenta-se diversificada. Assim, politicamente, a importância absoluta ou relativa do Estado é estabelecida segundo o valor dos espaços povoados.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Como uma forma de vida ligada a uma fração determinada da superfície da terra, o Estado tem como propriedades mais importante o tamanho do seu espaço ( <i style="">raum</i> ), a sua situação ou posição ( <i style="">lage</i> ) em relação ao exterior - conceitos - chave da Geografia - e as fronteiras. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Se o desenvolvimento do Estado é um fato do espaço, Ratzel admite que seu laço com o solo não é o mesmo em todos os estágios da evolução histórica; em sete leis do crescimento do Estado, estabelece que o crescimento deste depende de condições econômicas e da incorporação de novos espaços, e é tarefa do Estado assegurar a proteção de seus espaços através da política territorial. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>A concepção organicista de Ratzel não se restringe a comparar o Estado a um ser vivo. Ela reside na naturalização do Estado, entendido como única realidade representativa do político, única fonte de poder. Todas as categorias de análise procedem de um só conceito; Estado e nação se confundem em um só ator, o Estado indiviso, como algo natural, preestabelecido, não se concebendo conflitos a não ser entre Estados.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Isso não elimina sua contribuição básica sobre a tecnologia espacial do poder e sobre a relação Estado-espaço naquele período histórico. Um segundo momento crucial da relação Estado-espaço se configura no segundo pós-guerra, não previsto por Ratzel. ( Ibidem, p. 103 )<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Pelo exposto, Becker destaca <u>a postura de quem produz o estudo geográfico</u>, que deve ser passível, ou não, de recriminações. Deste modo, não se deve imputar a um rótulo, no caso geopolítica, a encarnação de algo inválido. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Assim, Becker elogia em Ratzel o fato deste ter colocado o Estado dentro das preocupações geográficas. O que cabe, então, é manter este caráter renovador de seu pensamento, ao vislumbrar novos horizontes para a geografia política.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Para Becker, a nova geopolítica, na verdade, resultará da interação entre dois processos, a reeestruturação tecnológica e os novos movimentos sociais. No entanto, ela ensina que esses movimentos e os atores políticos só poderão reverter as tendências atuais se forem capazes de se situar no novo domínio histórico resultante da revolução tecnológica e da reorganização do capitalismo. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: center; line-height: 200%;" align="center"><span style="font-size: 12pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Wanderley Messias da Costa ( 1992 ) sobre a proposta de Becker, observa que ela é inovadora :<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>“...sob todos os aspectos, e põe em debate no país questões fundamentais que transcendem o âmbito da geografia. Independente do rótulo pouco apropriado ( por que não resgatar a Geografia Política, que afinal sempre gerou as “geopolíticas” ? ), o seu trabalho ( e de seu grupo ) é realmente notável, especialmente porque introduz essa reflexão incorporando o que há de mais avançado no setor ( assunto com o qual nos ocuparemos adiante ). Com ele, também, Bertha Becker não resgata esse campo de reflexões apenas para a Geografia, mas, ao lados de alguns poucos estudiosos desses temas nas ciências sociais, recupera-o para o ambiente acadêmico. A considerar-se a nossa peculiar história política, isto equivale, no Brasil, a um legítimo <i style="">resgate civil. </i>( 1992, p. 228 ) <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Ao refletirmos sobre a consideração acima, parece-nos que Becker deseja resgatar algo que o primeiro deseja preterir, ou seja, Becker intenciona encontrar na geopolítica instrumentos para melhor resgatar o teor político da geografia. Já Costa, ao entender que a geopolítica só se apresenta como um engodo ideológico, cabe então descartamos de nosso intinerário uma preocupação com a mesma ! <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Na nossa interpretação, a origem histórica dos dois termos, geopolítica e geografia política, está pautada pela situação de que esta última está mais identificada com a formação de diagnósticos, enquanto a primeira com a proposição de medidas que digam respeito à ação do estado. No entanto, esta diferenciação, no curso dos estudos não se mostra tão decisiva para se compreender a diferença entre os dois campos. A rigor, nesta discussão, o que está em pauta é a questão da legitimidade entre a geopolítica e a geografia política.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Se não encaramos os dois rótulos como sinônimos, estes campos estão a disputar temas de estudos próximos. E sendo o caso, ao longo do tempo, um ou outro estará sobressaindo ... <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <ul style="margin-top: 0cm;" type="disc"><li class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"> <p style="line-height: 200%; margin-top: 0pt; margin-bottom: 0pt;"><span style="font-size: 12pt;">Conclusão <o:p></o:p></span> </p></li></ul> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Entendemos, que a geopolítica, tal como se apresenta hoje, e pelo que foi no passado, parece estar mais apta à realçar o conteúdo político da geografia. A geopolítica apresenta uma maior densidade política em função, de um lado, por estar marcada por uma maior interdisciplinaridade ( envolvendo diretamente a ciência política, assim como a ciência social ) , mas, sobretudo, por estar voltada para a luta/guerra, algo comum na história humana. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Entendemos, também, que o caráter intrincado do poder na geografia solicita uma melhor compreensão quando temos a perspectiva de que uma guerra está sendo travada ( mesmo quando o conflito é incruento, como numa luta comercial ). Esta familiaridade com a guerra, podemos verificar mais claramente na geopolítica !<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoBodyText2" style="margin: 0pt; vertical-align: baseline; line-height: 200%;"><span style=""><span style=""> </span>Pode-se argumentar que na geopolítica encontra-se uma dimensão ideológica, sustentadora, por exemplo, da ação do Estado. No entanto, esta dimensão ideológica adquire corpo quando se trava uma luta. Se a pessoa opta em aceitar ou combater este viés, isto decorrerá de sua inserção na sociedade. Inclusive, poderíamos pensar em sentido semelhante em relação à geografia política, à qual não se atribui uma função ideológica ... ora, este caráter não ideológico da geografia política parece ser a sua própria ideologia ...<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoBodyText3" style="margin: 0pt; line-height: 200%; vertical-align: baseline;"><span style="font-size: 12pt;"><span style=""> </span>Deste modo, o campo de estudo da geopolítica é, necessariamente, um campo que envolve todos os artifícios para se controlar as diferentes partes do planeta, inclusive fazendo uso da ideologia. Deste modo, quem se dedica à geopolítica cabe percorrer as linhas de pensamento à luz dos dilemas que envolviam aqueles que as elaboraram; o que, aliás, é algo próprio de quem se debruça sobre as ciências humanas como um todo, pois estas estão marcadas pelas circunstâncias históricas, ideológicas, etc.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;">BIBLIOGRAFIA<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;">ANDRADE, Manuel Correia de ( 1989 ) - <i style="">Geopolítica do Brasil</i>. São Paulo: Ed. Ática.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;">BECKER, Bertha Koiffman ( 1988 ) - “A Geografia e o resgate da Geopolítica” . <i style="">Revista Brasileira de Geografia</i>, Rio de Janeiro, ano 50, n. especial, t. 2. Rio de Janeiro: IBGE, pp. 99-126. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;">CASTRO, Teresinha de et CARVALHO, Delgado de ( 1956 ) - “Geografia Política e Geopolítica”. <i style="">Boletim Geográfico</i> nº 133, Rio de Janeiro : IBGE, p. 386.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;">COSTA, Wanderley Messias da ( 1992 ) - <i style="">Geografia Política e Geopolítica</i>. São Paulo, Ed. Hucitec.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoFootnoteText" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"> MAGNOLI, Demétrio ( 1988 ) - <i style="">O que é geopolítica</i>, São Paulo : Brasiliense.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;">MARTIN, André ( 1993 ) - <i style="">As fronteiras internas e a “questão regional” do Brasil</i><b style=""> .</b>Tese de doutorado. São Paulo: USP.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;">MATTOS, Gen. Meira ( 1979 ) -<span style=""> </span><i style="">Brasil - geopolítica e destino</i>, 2ª edição. Rio de Janeiro: Ed. José Olympio.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoFootnoteText" style="margin: 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;">MELLO, Leonel Itaussu Almeida ( 1999 ) - <i style="">Quem tem medo da geopolítica ?</i> . São Paulo: Ed. Hucitec/Edusp.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoFootnoteText" style="margin: 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;">MIYAMOTO, Shiguenoli ( 1995 )<span style=""> </span>- <i style="">Geopolítica e poder no Brasil</i>. Campinas, SP - Papirus. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoFootnoteText" style="margin: 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;">RAJA GABAGLIA, F. A. ( 1945 ) - “Ratzel e a Geografia Moderna”. <i style="">Boletim Geográfico</i> nº 30, Rio de Janeiro : IBGE,<span style=""> </span>p. 840.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;">SILVA, Gen. Golbery do Couto e ( 1981 ) -<b style=""> </b><i style="">Conjuntura política nacional. O poder executivo & Geopolítica do Brasil</i> . 3ª edição. Rio de Janeiro: Ed. José Olympio. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoFootnoteText" style="margin: 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;">SODRÉ, Nelson Werneck. ( 1976 ) - “A geopolítica”In <i style="">Introdução à geografia</i>. Petrópolis: Ed. Vozes, pp. 54-71.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;">TOSTA, Octávio ( 1984 ) - <i style="">Teorias geopolíticas</i>. Rio de Janeiro: Ed. Biblioteca do Exército.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;">TRAVASSOS, Mário ( 1938 ) -<b style=""> </b><i style="">Projeção continental do Brasil</i>, 3ª edição. São Paulo : Cia Editora Nacional.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;">VASCONCELOS, Adirson ( 1978 ) -<b style=""> </b><i style="">A mudança da capital</i>. Brasília: Centro Gráfico do Senado Federal.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;">VESENTINI, José William<b style=""> </b>( 1996 ) <b style="">- </b><i style="">A capital da geopolítica</i><b style=""> </b>, 4ª edição. São Paulo: Ed. Ática. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0pt; text-align: justify; text-indent: -9.35pt; line-height: 200%;"><span style="font-size: 12pt;"> WAIBEL, Leo ( 1961 ) - “ Determinismo Geográfico e Geopolítica ( contribuição ao problema da mudança da capital ) ”.In<span style=""> </span><i style="">Boletim Geográfico</i> nº 164, Rio de Janeiro: IBGE, pp. 612-617.</span></p>territoriogeograficohttp://www.blogger.com/profile/04358931263242333969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-864158248261865264.post-56104298499956850722009-09-28T06:23:00.000-07:002009-09-28T06:27:53.835-07:00Teoria das Cordas<b><br /></b> <h2 style="text-align: center;" class="s">Teoria das Cordas</h2><br /><br /><script type="text/javascript"><!-- google_ad_client = "pub-7899557149297620"; /* 468x15, criado 22/09/09 */ google_ad_slot = "5956917492"; google_ad_width = 468; google_ad_height = 15; //--> </script> <script type="text/javascript" src="http://pagead2.googlesyndication.com/pagead/show_ads.js"> </script> <p style="text-align: right;">Por: Hélio Barnabé Caramuru<br /></p> <p>Engenheiro/Pesquisador Independente em Ciência Teórica </p><br /><b><br />Abstract<br /></b><br /><p>The matter is always in movement of transformation. The nature never stops. But it is a movement by cycles that is with the meaning that has a start, middle and an end but starts all over again. What we want to say is that the particles one day belonged to an atom and after it dispersed for again readjusted on another atom equal to first one. On this constant movement the particles creates vibrations like a rope that gave to scientists the idea of vibrating chords. It will be shown here the correction of the idea.</p> <p><b>Resumo</b></p> <p>A matéria está em constante transformação. A natureza jamais pára; ela está em eterno movimento; é, porém, um movimento em ciclos fechados, cíclicos, isto é, com começo, meio e fim e . . .recomeço.O que queremos afirmar é que as partículas que um dia pertenceram a um átomo voltarão a se 'combinar' e tornarão a formar novamente outro átomo, em tudo semelhante àquele a que pertenceram num estágio anterior. Falamos aqui na reciclagem e suas características da natureza. </p> <p>A natureza, com a sua misteriosa evolução constituída por uma infinidade de 'sistemas' que parecem, de certo modo, independentes entre si como se fossem um mundo à parte, precisa ser mais bem conhecida. Sabemos, a cada dia, somente mais um pouco de sua intimidade, como se ela regulasse o nosso desenvolvimento cultural. </p> <p>Mostraremos, através da teoria 'A Matemática da Evolução', como a matéria 'vibra' em seus estágios evolutivos, descortinando o que a Ciência chama de 'Teoria das Cordas'. Em breve saberemos um pouco mais sobre o nosso próprio destino evolutivo.</p> <p><b>A equação característica da teoria 'A matemática da evolução'</b></p> <p>Desenvolvida através de racional constatação da aplicação da teoria da probabilidade, e constantes verificações das quantidades que a natureza em seus diversos processos de evolução nos apresenta em centenas de fenômenos naturais, deduzimos a equação representativa da teoria, a qual mostramos logo abaixo:</p><p><img title="" alt="" src="http://www.webartigos.com/content_images/teoria-cordas1-atual.gif" align="bottom" border="0" height="112" width="575" /><br /></p> <p><b>B </b>é um fator que combinado com C produz o fenômeno da evolução em função dos períodos <b>n </b>em que se dão as transformaçõese das famílias <b>i </b>resultantes do fenômeno.</p> <p>Através dessa teoria pudemos constatar a evolução de muitos fenômenos naturais e descobrir surpreendentes detalhes do comportamento da natureza. Pretendemos aqui dar alguns esclarecimentos que, a nossa ver, podem esclarecer o que a Ciência chama de 'Teoria das Cordas'.</p> <p><b>Exemplo de verificação da equação característica da teoria</b></p> <p>Tomemos para ilustrar este artigo o decaimento do Urânio 238 (Curvas do Urânio, do Chumbo e do Hélio) que, segundo os cientistas Lucien Rudaux e Irving Kaplan, no livro 'Astronomia' -Editora Labor S/A que consideram para o fenômeno os valores de <b>C = 100 %</b> e <b>B = 13,5%. </b>Esta informação de muitos anos atrás foi o primeiro estimulo que recebemos para desenvolver a teoria 'A matemática da evolução'.</p> <p>Referindo-se às massas dos elementos, podemos formar a matriz de valores percentuais; teremos:<br /></p><p><img title="" alt="" src="http://www.webartigos.com/content_images/teoria-cordas2.gif" align="bottom" border="0" height="330" width="459" /><br /></p> <p>O decaimento do U238, (<b>i = 0</b>) se determina através do cálculo de uma 'progressão geométrica decrescente' com origem em <b>C = 100%</b> e razão de (C – B/C) que neste caso é igual a [(100 – 13,5)/100] = 0,865. </p> <p>Teremos:</p> <p>100 * 0,865 = 86,5000;86,5000 * 0,865 = 74,8225;74,8225 * 0,865 = 64,7215 e,</p> <p>assim por diante. Os demais elementos H1,1;H2,1;H2,2;H3,1;H3,2;H3,3; . . . F<u>o</u> </p> <p>ram calculados pela equação característica da teoria 'Á matemática da evolução' conforme mostramos acima.</p> <p>Os autores não disseram quais são os elementos das famílias i = 3; i = 4; e i = 5; etc. na matriz apresentada acima. A unidade do Período <b>n</b> é considerada em 1 bilhão de anos.</p> <p><b>Modus</b><b>Operandi para a formação dos quantitativos em cada período n </b></p> <p>Vamos tomar como exemplo ilustrativo para este artigo a formação dos elementos </p> <p>H4,0; H4,1; H4,2; H4,3 e H4,4: (Período n = 4 e i = 0, 1, 2, 3, 4).</p> <p>O elemento H3,0 irá perder a quantidade de 64,7215 * (B / C); como B / C é =0,135, teremos o valor 64,7215 * 0,135 = 8,7374. Assim, a quantidade para H3,0ficará</p> <p>64,7215 – 8,7374 = 55,9841. O elemento H3,0 perderá essa quantidade (8,7374) e passará para o período n = 4, isto é, para o elemento H4,0 com o valor 55,9841 como visto na matriz.</p> <p>Pela operação efetuada acima o elemento H3,1 após perder a quantidade:</p> <p>- 30,3031 * (0,135) = 4,0909, receberá a quantidade 64,7215 * 0,135 = 8,7374 passando ao valor de 34,9496 que é o valor (na matriz) de H4,1.</p> <p>- Procedendo da mesma forma para os demais elementos H3,2; H3,3 obteremos os elementos H4,2; H4,3 e H4,4. </p> <p>Noutras palavras podemos dizer que os valores H4,i foram formados pelos elementos H3,i com as operações de mudança do período 3 para o período 4. </p> <p><b>A lei de formação dos valores do período n a partir dos valores do período n - 1</b></p> <p>O que acabamos de verificar acima nada mais é do que a aplicação da teoria da probabilidade representada pelo valor <b>B/C</b>. Se a natureza 'ordena' que cada um de 'seus elementos' perca quantidades com a probabilidade (B / C) para</p> <p>Então podemos deduzir que os elementos da matriz de um sistema em evolução estão todos relacionados entre si. Os elementos de uma mesma família <b>i </b>e os elementos que contém os elementos de um mesmo período <b>n</b> estão também relacionados ente si. Deduzimos daqui que há um 'tecido', uma 'trama' com as 'linhas' <b>n </b>e as'colunas' <b>i</b>. Acreditamos que a idéia de 'corda' fica mais bem enquadrada para as colunas das famílias (linhas verticais da matriz) <b>i</b>; os valores que apresentamos representariam os 'nós' das cordas.Os valores ('quanta' – Wn,i) que são transferidos de um 'nó' para o outro seriam estímulos que provocam as 'vibrações' nas 'cordas'.</p> <p>Mas, somente os elementos dos períodos <b>(n – 1)</b> 'vibram' com as 'doações' e 'recepções' de quantidades que trocam entre si. Somente durante o período <b>n – 1</b>, com as doações e recepções é que acontecem as 'vibrações'. Será que terminadas as transferências de valores, entre os elementos dos períodos (<b>n – 1</b>) e <b>n</b> haverá um 'silêncio' sepulcral, até que decorrido o 'tempo pré-fixado pela natureza do fenômeno', novamente, se reinicie as novas vibrações para as 'passagens' de <b>n</b> para (<b>n+1</b>)? No caso do Urânio 238 o 'silencio' duraria 1 bilhão de anos? </p> <p>Aqui daremos uma nova interpretação do fenômeno 'vibratório'. À medida que o número de períodos <b>n</b> cresce também cresce o número de famílias <b>i</b>. Para cada período <b>n</b> completo existirá <b>n + 1</b> famílias <b>i</b>; isto é, o número de famílias em cada mudança de período <b>n</b> para <b>n+1</b> é igual a <b>n +1</b>. Acreditamos que a 'freqüência nos 'nós da corda vibratória' da família <b>i</b> seja maior ou menor no período <b>n </b>em relação ao período<b> (n – 1)</b> conforme seja crescente ou decrescente os valores da sua curva correspondente. </p> <p>Não diremos que essas ligações dos elementos das famílias <b>i</b> e dos períodos <b>n</b> formem 'cordas' na acepção do termo, mas de alguma forma elas existem e os elementos estão ligados por 'afinidades'.. . .Mecânica Quântica . . . </p> <p>Engenheiro Hélio Barnabé Caramuru</p> <div class="ads300x250"> <script type="text/javascript"><!-- google_ad_client = "pub-7899557149297620"; /* 300x250, criado 21/09/09 */ google_ad_slot = "3348808259"; google_ad_width = 300; google_ad_height = 250; //--> </script> <script type="text/javascript" src="http://pagead2.googlesyndication.com/pagead/show_ads.js"> </script> </div> <div class="PostBottom"> <span style="font-size: 12px; line-height: 25px;"><em>Fonte: <a href="http://www.webartigos.com/" title="Leia e publique artigos de qualidade.">Webartigos.com | Textos e artigos gratuitos, conteúdo livre para reprodução</a>.</em> <sup>1</sup><br /><a href="http://www.webartigos.com/recform.php" target="page" onclick="window.open('','page','toolbar=0,scrollbars=0,location=0,statusbar=0,menubar=0,resizable=0,width=450,height=395,left=50,top=50,titlebar=yes')"><strong></strong></a><a href="http://www.webartigos.com/authors/register"><strong></strong></a><br /><small><sup>1</sup> A fonte do artigo e informações do autor devem ser mantidas. 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Desenvolveu teoria matemática à qual deu o nome de 'A matemática da evolução' (o primeiro batisado foi 'Denajodalogia' em homenagem a A. Einstein, através da qual constata o comportamento quantitativo dos fenômenos naturais. Tem inúmeros artigos de sua comprovação. <a href="http://www.webartigos.com/authors/7236/H%E9lio-Barnab%E9-Caramuru"><br /></a> </div> <script type="text/javascript"><!-- google_ad_client = "pub-7899557149297620"; /* 200x90, criado 22/09/09 */ google_ad_slot = "3903024233"; google_ad_width = 200; google_ad_height = 90; //--> </script> <script type="text/javascript" src="http://pagead2.googlesyndication.com/pagead/show_ads.js"> </script> <div class="PostMore"> <br /></div>territoriogeograficohttp://www.blogger.com/profile/04358931263242333969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-864158248261865264.post-2018586256233803882009-09-28T06:22:00.000-07:002009-09-28T06:23:14.245-07:00O BRASIL, A PETROBRÁS E O GOVERNO<h2 style="text-align: center;" class="s">O BRASIL, A PETROBRÁS E O GOVERNO</h2><br /><br /><br /><div style="text-align: right;">Por: <a href="http://www.webartigos.com/authors/8038/sander-dantas-cavalcante">Sander Dantas Cavalcante</a><br /></div><br /><br /><br /><script type="text/javascript"><!-- google_ad_client = "pub-7899557149297620"; /* 468x15, criado 22/09/09 */ google_ad_slot = "5956917492"; google_ad_width = 468; google_ad_height = 15; //--> </script> <script type="text/javascript" src="http://pagead2.googlesyndication.com/pagead/show_ads.js"> </script> <div class="PostContent"> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">É impressionante a cultura da falta de transparência na gestão pública brasileira. Governo após governo, vemos repetir-se a odiosa prática da ocultação de denúncias de desmandos administrativos relacionados à coisa pública. Observe que o Partido dos Trabalhadores, antes de virar governo, era ferrenho defensor das Comissões Parlamentares de Inquérito – CPI e agora, no governo, esse mesmo partido arregimenta soldados, a fim de formar tropa de choque para evitar a CPI da Petrobrás. E o que é pior, não se percebe no semblante dos brasileiros, salvo algumas exceções, a perplexidade e indignação que tal prática deveria causar. </p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Insta refletir-se que não está se discutindo a transparência de uma empresa privada, mas de uma estatal, criada por lei, com dinheiro público, reconhecida por especialistas internacionais, como uma das maiores empresas do mundo, máxime no seu ramo de atuação, quando sabemos que a Petrobrás exporta tecnologia, e tecnologia de ponta, diga-se de passagem. Logo, se foi essa estatal criada com recursos públicos, infere-se, por ilação mais do que lógica, que foi ela criada com nossos recursos, ou seja, com recursos do povo e, em assim sendo, a classe política, principalmente o governo, tem a obrigação, e não simples faculdade, de prestar contas da administração dos gestores. Mas, infelizmente, não é isso que ocorre. De um lado, vemos a oposição, brigando por uma CPI; tudo bem, está fazendo o seu papel, todavia, o que causa espécie, é que esses mesmos paladinos da moral e da justiça, quando estão no partido da situação, integram a tropa de choque para barrar a CPI. E, do outro lado temos o governo e seus escudeiros, tentando, a todo custo barrar a criação da CPI, sob a pífia justificativa de que o motivo para tal tem conotação política. E daí? E se apurar-se que as irregularidades realmente existem? Ora, independentemente dos motivos que alavancam o pedido de investigações dessa natureza, o Governo tem obrigação de apurar as denúncias e punir os culpados, caso haja comprovação dos ilícitos apontados.</p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Ao tentar evitar a CPI o Governo demonstra claramente medo de vir a público os podres cometidos pelos gestores por ele indicados, como se isso configurasse uma derrota, o que é, no mínimo, um equívoco grosseiro. A apuração de fatos supostamente ilegais da coisa pública, mesmo que se confirmem, não traduz derrota para quem os indicou. Derrota e vergonha é a tentativa de barrar as apurações que se fizerem necessárias, denegando ao povo, verdadeiro titular da coisa pública, o direito de acompanhar e fiscalizar a<span style=""> </span>utilização de seu dinheiro, arrancado através de pesada carga tributária, sem a correspondente contrapartida; basta observar<span style=""> </span>o investimento – ou falta dele – na educação, na saúde e na segurança. Isso, sim, é motivo de vergonha e traduz triste derrota, porque todos perdemos.</p> <div class="ads300x250"> <script type="text/javascript"><!-- google_ad_client = "pub-7899557149297620"; /* 300x250, criado 21/09/09 */ google_ad_slot = "3348808259"; google_ad_width = 300; google_ad_height = 250; //--> </script> <script type="text/javascript" src="http://pagead2.googlesyndication.com/pagead/show_ads.js"> </script> </div> </div><br /><span style="font-size: 12px; line-height: 25px;"><em>Fonte: <a href="http://www.webartigos.com/" title="Leia e publique artigos de qualidade.">Webartigos.com | Textos e artigos gratuitos, conteúdo livre para reprodução</a>.</em> <sup>1</sup></span>territoriogeograficohttp://www.blogger.com/profile/04358931263242333969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-864158248261865264.post-75625367394830444122009-09-28T06:19:00.000-07:002009-09-28T06:21:19.667-07:00Empirismo Inglês X Racionalismo Cartesiano<h1 style="text-align: center;">Empirismo Inglês X Racionalismo Cartesiano</h1><br /><br /> <div style="text-align: right;">Por <a href="http://www.webartigos.com/authors/9892/Priscila-Figlie">Priscila Figlie</a><br /></div><br /><br />René Descartes (1596 – 1660) é o pai da filosofia moderna. Descartes trata o problema do conhecimento como ponto culminante na filosofia. A teoria do conhecimento utiliza-se da relação entre o sujeito e o objeto do conhecimento, o pensamento e as coisas, o interno e o externo. Os dois filósofos que iniciaram a observação da capacidade humana entre a verdade e o erro são Francis Bacon, filósofo inglês, e como já citado, o filósofo francês René Descartes. Porém o primeiro filósofo que trata inicialmente da teoria do conhecimento é John Locke, filósofo inglês. Essa teoria torna-se, portanto, ponto central da filosofia a partir do século XVII; também pode ser definida numa perspectiva de senso comum como a primeira filosofia que estabeleceu as bases da ciência moderna e contemporânea. Contudo, a filosofia alemã, por volta da metade do século XVIII, começa a se ocupar de uma filosofia científica, e não mais metafísica, fazendo com que se inicie o empirismo inglês, e influenciando Immanuel Kant que critica a razão dentro do racionalismo, para determinar os reais objetivos do conceito racional, pois Kant é inserido em um período ao mesmo tempo empirista e racionalista. <b> </b><p><b>1. Racionalismo Cartesiano</b></p> <p> Para reconhecer algo como verdadeiro, René Descartes considera necessário utilizar a razão e o raciocínio para transformar esse algo em idéias claras e distintas, com o objetivo de entender, estudar, compreender, analisar, criticar, questionar, o sistema, experimentar na razão e na ciência, ou seja, estudar racionalmente e cientificamente. </p> <p> Descartes utiliza-se de uma intuição primeira como fundamento para a construção da filosofia, que é a questão da dúvida que surge em si mesmo, ou seja, o próprio ser que duvida, pois se duvido penso, e se penso, logo existo: "Cogito, ergo sum", "Penso, logo existo".</p> <p> À partir do princípio de Descartes em que tudo pode ser duvidado e tudo poder ser passível de dúvida, surgem vários tipos de ideias, algumas confusas, duvidosas, e outras distintas, claras. Contudo, essas ideias distintas, claras, são as ideias verdadeiras, inatas, inerentes, ou seja, não possíveis de erros pelo fato de surgirem da razão, como por exemplo, a ideia da perfeição de Deus.</p> <p> Para ter certeza que a razão não se engana pela realidade, Descartes toma como evidencia o que pode não passar de um erro de pensamento ou mesmo ilusão dos sentidos, e com isso, a ideia de Deus como um ser perfeito, pois ser um ser é perfeito, deve ter a perfeição da existência, caso contrário lhe faltaria algo para que fosse perfeito, portanto, Deus existe. Essas conclusões são possíveis a partir da sua metafísica, que é buscar a identidade da matéria e espaço, pois o mundo é formado pela mesma matéria em qualquer parte, sua extensão é infinita e o vácuo é algo impossível. </p> <p> Com a conseqüência do "cogito" surge o fato, Descartes tendo uma grande valorização da razão e do entendimento, partindo do cogito, descobrem-se todas as verdades possíveis, e esse método cartesiano mostra de que e como o mundo é feito, possibilitando o desenvolvimento das ciências e os caminhos da dominação humana diante da natureza, e é com isso que as ideias claras e distintas mostram o mundo como algo que pode ser avaliado com precisão. Em seguida, a ciência, ainda baseada em qualidades duvidosas, a partir do século XVII torna-se matemática, capaz de reduzir todo o universo à mecanismos que podem ser medidos através da geometria.</p> <p> Uma outra conseqüência que surgiu é o dualismo psicofísico, ou seja, o ser humano como ser duplo, composto de substância pensante e substância extensa, Esse fato serviu de tema de discussão nos dois séculos seguintes, sendo o corpo objeto de estudo para a ciência, e a mente objeto de estudo para a reflexão filosófica.<br /><br /><!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br /><!--[endif]--></p> <p><b>2. Empirismo Inglês</b></p> <p> Empirismo significa experiência, e ao contrário do racionalismo, destaca como prioridade a experiência sensível no processo do conhecimento.</p> <p> No empirismo a experiência sensível é fundamental, e o que vem depois da razão depende dessa experiência. O empirismo questiona o caráter da verdade, pois o conhecimento parte da realidade referente ao ser humano, tempo e espaço.<br /><!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br /><!--[endif]--></p> <p><b>2.1 John Locke</b></p> <p> O empirismo inglês se inicia com o filósofo John Locke (1632 – 1704), conhecido como o teórico do liberalismo. Locke parte do ponto de vista cartesiano propondo o problema metafísico de Descartes como o problema do conhecimento, e com isso inicia sua filosofia partindo da pergunta: "Qual é a essência, qual é a origem, qual é o alcance do conhecimento humano?". Essa importante reflexão encontra-se em sua obra <i>Ensaio sobre o entendimento humano</i>.</p> <p> Investigando a origem das ideias, Locke utiliza-se do caminho da psicologia, pois assim como para Descartes, qualquer pensamento é todo fenômeno psíquico em geral. Por esse caminho Locke também mostra que existe diante das ideias, a <i>sensação</i>, que surge com a mudança mental através dos sentidos; e a <i>reflexão</i> que é obtida pela alma através de tudo que diante dela ocorre.</p> <p> Portanto, para Locke, as ideias simples que surgem das sensações, das reflexões, ou da combinação entre elas, são as ideias correspondente à uma realidade que existe em si e por si mesma. Já o que causa essas ideias simples é a "qualidade" dos objetos, porém nem tudo tem o mesmo valor ontológico e por esse motivo Locke diferencia essas percepções como as qualidades primárias, que são a extensão, a solidez, a forma, o movimento, o repouso, o número, a impenetrabilidade dos corpos; e as qualidades secundárias que são a cor, o odor, a temperatura, o som, o sabor, etc.</p> <p> Criticando a doutrina das <i>ideias inatas</i> de Descartes, afirma que o conhecimento só se inicia após a experiência sensível, pois se essas ideias existissem até mesmo uma criança teria desde que nascesse, a ideia de Deus como ser perfeito.<br /><!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br /><!--[endif]--></p> <p><b>2.2 Francis Bacon</b></p> <p> Para Francis Bacon, filósofo inglês (1561 – 1626), a valorização do domínio da natureza, parte do princípio de que "saber é poder". Filósofo da era industrial, em sua obra <i>Novum Organum (Novo Órgão)</i>, revela seu interesse pelo método da ciência, onde "órgão" significa instrumento do pensamento, critica também a lógica de Aristóteles, pelo fato dos preconceitos e das noções falsas, dificultando a compreensão da realidade, chama-se isso de <i>teoria dos ídolos</i>.</p> <p> A primeira coisa que a teoria dos ídolos pretende, é tornar o ser humano consciente das falsas noções que não permitem o caminho para as verdades. São quatro tipos de ídolos: os <u>ídolos da tribo</u>, que são criados pela própria natureza humana, na espécie humana, ou seja, a própria família humana ou "tribo"; os <u>ídolos da caverna</u>, que são procedentes do indivíduo por si só e impedido de conhecer a verdade devido aos defeitos e erros dos órgãos de sentido, esses erros e defeitos são provenientes tanto da própria natureza, quanto por sua educação ou hábitos; os <u>ídolos do foro</u>, também conhecidos como ídolos do mercado, são as opiniões que o individuo recebe através da linguagem e relação com outros indivíduos, bloqueando o intelecto; e os <u>ídolos do teatro</u> que são opiniões adquiridas pelos indivíduos através das autoridades impondo pontos de vista transformados em leis.<br /><!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br /><!--[endif]--></p> <p><b>2.3 David Hume</b></p> <p> Já David Hume, filosofo escocês (1711-1776), afirma que como não podemos observar os fenômenos e por isso esses não pertencem aos objetos, as relações são exteriores, ou seja, modos passados de um termo ou objeto a outro, associando-se pelas semelhanças.</p> <p> Hume nega o principio da causalidade, ou seja, ele acredita na serie de acontecimentos dos fatos e sequência de eventos.</p> <p> Portanto, todo o conhecimento deve advir das sensações, sem excluir a razão como a organizadora dos dados e informações dos sentidos.<br /><!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br /><!--[endif]--></p> <p><b>3. A Critica Kantiana</b></p> <p><br /> Nascido na Alemanha, Immanuel Kant (1724-1804) oferece uma nova concepção à teoria do conhecimento, tentando superar a polêmica causada entre o racionalismo e o empirismo.</p> <p> Kant afirma que o ser humano pode ser feliz e organizar a sociedade usando a razão como ferramenta, e que não é Deus que comanda a sociedade e sim a própria razão humana. Com isso, Kant nega que o ser humano conheça algo que seja totalmente superior á matéria, assim como afirmam os empiristas, e nega ainda que seja necessária somente a experiência para que o ser humano conheça a matéria, assim como os racionalistas.</p> <p> Kant explica que tudo que conhecemos da matéria, é justamente o que a razão oferece á matéria, ou seja, as formas. Explica também que não se pode conhecer a essência das coisas, pois o <i>noumenon</i> (coisa em si) não permite acesso ao conhecimento, porém podemos conhecer os<i> fenômenos</i> que se tornam compreensíveis pelo fato de participarmos de sua construção.</p> <p> Após anos de reflexão, Kant elabora teorias como a <u>Critica da razão pura</u>; <u>Critica da razão pratica</u>; e a <u>Critica do juízo.</u></p> <p>Na Critica da razão pura, Kant afirma que todo e qualquer conhecimento sobre a realidade sensível, nasce da experiência estruturada pelo tempo e pelo espaço. As representações oferecidas pela sensibilidade são ordenadas pelas "categorias do entendimento" que atuam como "moldura" das experiências. Essas características são a qualidade, quantidade, relação e modalidade. O conhecimento é um resumo onde o intelecto oferece a forma e a experiência oferece o conteúdo, essa relação é determinada pela imaginação, que Kant estabelece como faculdade criadora; Kant questiona ainda toda a metafísica, pois esta não pode ser uma experiência sensível, portanto não pode ser conhecida através da razão.</p> <p>Na Critica da razão pratica, Kant retoma com a metafísica, afirmando que a razão pratica trata da ação moral, pois os seres humanos agem por sua própria vontade seja ela boa ou má, já a ética não pode cair em "ilusão". Portanto a moralidade prova que existe algo que transcede o sensível, ou seja, prova a existência de Deus, formulando assim a metafísica da ética.</p> <p>Em sua ultima teoria, a Critica do juízo, Kant estuda as noções de finalidade e beleza, que não podem ser explicadas pela experiência mas que são inerentes ao ser humano. Essa intuição estética conclui a relação entre a imaginação e o entendimento, fazendo com que a imaginação se torne sensível e a sensibilidade se torne racional.</p> <p>As principais questões que Kant se preocupa são: "Como justificar filosoficamente a física?", e "Como justificar a moralidade?".</p> <p>Portanto, Descartes valoriza a razão diante dos sentidos e da tradição, e Kant valoriza a forma do conhecimento, espontâneo da razão, que é oferecida pela sensação.</p> <p><b>4. Conclusão</b></p> <p> Para Descartes, nem as ideias e nem os sentidos, podem nos dar alguma certeza ou nos levar ao entendimento da realidade. Por esse motivo tentando desenvolver uma forma de se chegar a verdade, estabelece um sistema de raciocínio baseado na duvida e que não conduz à certezas ou verdade, reconstruindo assim a metafísica clássica, afirmando que a essência do ser humano se encontra no pensamento.</p> <p> Já a teoria de Kant busca alcançar uma universalidade para a teoria do conhecimento.</p> <p> Portanto, o racionalismo mostra que o conhecimento nasce através das ideias inatas, ou seja, que o pensamento do ser humano é capaz de deduzir as coisas do mundo; e o empirismo mostra que a experiência do ser humano é adquirida através das percepções do mundo externo, abstraindo essas realidades exteriores e modificando-as através da mente.<br /><!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br /><!--[endif]--></p> <p> <b>Bibliografia</b></p> <p>REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da filosofia, 2º edição. São Paulo: Paulus, 2005.</p> <p>ARANHA, Maria Lucia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando, 3º edição. São Paulo: Moderna, 2007.</p> <p>CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia, 12º edição. São Paulo: Ática, 2002.</p> <p>MORRENTE, Manuel Garcia. Fundamentos de filosofia, 8º edição. São Paulo: Mestre Jou, 1980.</p> <p>KANT, Immanuel. Disponível em: <<a href="http://www.estudantedefilosofia.com.br/">http://www.estudantedefilosofia.com.br</a>>. Acesso em 22 mai. 2009.</p> <p>EMPIRISMO e RACIONALISMO. Disponível em: <<a href="http://www.irtonjo.com/">http://www.irtonjo.com</a>>. Acesso em 22 mai. 2009.</p> <p>EMPIRISMO. Disponível em: <<a href="http://www.marilia.unesp.br/">http://www.marilia.unesp.br</a>>. Acesso em 22 mai. 2009.</p> <div class="ads300x250"> <script type="text/javascript"><!-- google_ad_client = "pub-7899557149297620"; /* 300x250, criado 21/09/09 */ google_ad_slot = "3348808259"; google_ad_width = 300; google_ad_height = 250; //--> </script> <script type="text/javascript" src="http://pagead2.googlesyndication.com/pagead/show_ads.js"> </script> </div> <span style="font-size: 12px; line-height: 25px;"><em>Fonte: <a href="http://www.webartigos.com/" title="Leia e publique artigos de qualidade.">Webartigos.com | Textos e artigos gratuitos, conteúdo livre para reprodução</a>.</em> <sup>1</sup></span>territoriogeograficohttp://www.blogger.com/profile/04358931263242333969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-864158248261865264.post-74266064937097471092009-09-28T06:17:00.000-07:002009-09-28T06:19:17.605-07:00Consumo x Meio Ambiente<div class="Articles"><div style="text-align: center;"> </div><div class="Post"><div style="text-align: center;"> </div><div class="PostHead"><div style="text-align: center;"> </div><h1 style="text-align: center;">Consumo x Meio Ambiente</h1><br /><div style="text-align: right;">Por <a href="http://www.webartigos.com/authors/10171/Manuela-Rocha-Paix%E3o">Manuela Rocha Paixão</a><span style=""> </span><span style="display: none;">Sem avaliações </span> </div></div> <script type="text/javascript"><!-- google_ad_client = "pub-7899557149297620"; /* 300x250, criado 21/09/09 */ google_ad_slot = "3348808259"; google_ad_width = 300; google_ad_height = 250; //--> </script> <script type="text/javascript" src="http://pagead2.googlesyndication.com/pagead/show_ads.js"> </script> <h2 class="s"><br /></h2><h2 class="s">Como os padrões de desenvolvimento sociais e de consumo atuais interferem nas relações do homem com o Meio Ambiente</h2> <script type="text/javascript"><!-- google_ad_client = "pub-7899557149297620"; /* 468x15, criado 22/09/09 */ google_ad_slot = "5956917492"; google_ad_width = 468; google_ad_height = 15; //--> </script> <script type="text/javascript" src="http://pagead2.googlesyndication.com/pagead/show_ads.js"> </script> <div class="PostContent"> <span style="line-height: 150%; color: black; font-size: 12pt;" lang="EN-US"><o:p> </o:p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right; line-height: 150%;" class="MsoNormal" align="right"><span style="line-height: 150%; font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt;">Manuela Rocha Paixão</span><span style="line-height: 150%; font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 7.5pt;"><o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right; line-height: 150%;" class="MsoNormal" align="right"><span style="line-height: 150%; font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt;"> </span><span style="line-height: 150%; font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 7.5pt;"> Professora de Geografia, licenciada pela Faculdade <o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right; line-height: 150%;" class="MsoNormal" align="right"><span style="line-height: 150%; font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 7.5pt;"> de Tecnologia e Ciências - FTC/Ead e especialista em Educação Ambiental pela Unidade Baiana de Ensino Pesquisa e Extensão - UNIBAHIA<o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; line-height: 150%;" class="MsoNormal"> </p></span><br /><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; line-height: 150%;" class="MsoNormal"><b style="">RESUMO<br /><br /><o:p></o:p></b></p>Este artigo fundamenta-se em análise acerca da hodierna sociedade que se baseia na produção e no consumo, a qual suscita impactos ambientais, causados pela modernização industrial. Considera-se o progresso científico e tecnológico determinantes pelas maiores agressões ao meio ambiente, uma vez que, os modos de produção adotados pelo homem moderno não foram capazes de proporcionar um convívio equilibrado e uma interação saudável sociedade /natureza. Assim sendo, parte do processo de industrialização surgida na Europa no século XVIII ao progresso científico tecnológico dos dias atuais, relacionando tal fato aos impactos ambientais gerados, bem como a formação de uma sociedade consumista, consolidada pelo capitalismo puramente lucrativo indissociável com a preservação ambiental. Espera-se uma reflexão a respeito das sociedades industriais contemporâneas, de forma a emergir uma visão de que o homem como parte integrante do meio ambiente possa mudar paradigmas em busca da sustentabilidade. Isso implica o não esquivar-se da responsabilidade própria, tornando os problemas ambientais alheios apenas ao poder público, mas sim por toda a sociedade. Logo urge a necessidade de rupturas de conceitos, na busca de um padrão de vida melhor a todos, a qual prevaleça um equilíbrio entre homem/natureza/economia.<br /><br />Palavras-chave: Meio Ambiente, Sociedade, Indústria, Produção, Consumo, Impactos Ambientais, Sustentabilidade.<br /><br /><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; line-height: 150%;" class="MsoNormal"><b style=""><span style="text-transform: uppercase;" lang="EN-US">abstract<br /><span style=""> </span><o:p></o:p></span></b></p> <p style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; line-height: 150%;" class="MsoNormal"><span style="color: black;" lang="EN-US">This article is based on analysis of the modern society which is based on production and consumption, which raises environmental impacts caused by industrial modernization. It is considered the scientific and technological determinants for the largest assault to the environment, since the production methods used by modern man were not able to provide a balanced coexistence and interaction a healthy society / nature. Thus, part of the process of industrialization has emerged in Europe in the eighteenth century to scientific technology of today, this fact relating to environmental impacts generated as well as the formation of a consumerist society, consolidated by profit indissolubly pure capitalism with environmental preservation. It is a reflection about the contemporary industrial societies in order to emerge a vision of that man as an integral part of the environment can change paradigms in search of sustainability. This implies not flinch from their own responsibility, making the environmental problems beyond just the government but by society as a whole. Once the urgent need for disruption of concepts, in search of a better standard of living for all, which prevails an equilibrium between man / nature / economy.<o:p></o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; line-height: 150%;" class="MsoNormal"><span style="" lang="EN-US"><o:p> </o:p></span></p> <p style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; line-height: 150%;" class="MsoNormal"><span style="" lang="EN-US">Keywords: Environment, Society, Industry, Production, Consumption, Environmental Impacts, Sustainability.<span style="color: black;"><o:p></o:p></span></span></p><span style="width: 1px; height: 1px;" id="anchor_div"></span><br />INTRODUÇÃO<br /><br />A industrialização atual resulta de um processo evolutivo iniciado com a Revolução Industrial ocorrida na Europa e particularmente na Inglaterra a partir do século XVIII. Esse período industrial significou a passagem de uma sociedade rural e artesanal para uma sociedade urbana e industrial.<br /><br />Paralelamente à industrialização desenvolveu-se o capitalismo, o qual conheceu inicialmente o estágio concorrencianal (livre concorrência) e a seguir o estágio monopolista (segunda metade do século XIX em diante).<br /><br />Decorrente de um desenvolvimento que não considerou os impactos relevantes da revolução industrial e a finitude dos recursos naturais o século XX testemunhou o maior e mais rápido avanço tecnológico da história da humanidade e também as maiores agressões ao meio ambiente.<br /><br />Produtos que consomem uma enorme variedade de recursos extraídos da natureza, não são oferecidos como necessidades, e tornaram-se emblemáticos na sociedade de consumo que se traduz como democrática, pois teoricamente, todo esse poder está ao alcance dos ricos e dos pobres.<br /><br />O meio ambiente vem se constituindo em uma das mais importantes dimensões da vida humana e é objeto de análise de diferentes grupos e classes que compõe a sociedade contemporânea. Sociedade esta que se baseia na produção e no consumo, gerando incertezas quanto a possibilidade de inventar ou recompensar os problemas causados pela modernização industrial.<br /><br />A complexidade da vida está muito associada ao processo de globalização. Por um lado este é o modelo de desenvolvimento econômico que acentua as desigualdades e a exclusão social, por outro, é a expressão de movimento de tomada de consciência dos limites naturais, da eliminação das fronteiras entre as nações como resultado dos avanços tecnológicos e científicos.<br /><br />Dentre as dificuldades para consolidar uma agenda ambiental no atual palco político, encontramos o desafio posto de compreender as circunstâncias nas quais será possível conjugar consumo, defendido pelas grandes empresas e potências mundiais, contrapondo-se a sustentabilidade ambiental necessária manutenção das reservas e da vida.<br /><br />Para alguns pesquisadores, além de uma gestão racional e ecológica dos recursos, ambientais, é preciso uma reeducação ecológico-ambiental sem desprezar as reais necessidades da sociedade no que se diz respeito ao consumismo, onde se compreenda os critérios de interdisciplinaridade científica, as leis de sobrevivência do planeta, bem como as perspectivas diferenciadas da cultura, do ser e do pensar humano.<br /><br />REFERENCIAL TEORICO<br /><br />PROGRESSO E DESEQUILIBRIO AMBIENTAL<br /><br />Historicamente, o capitalismo subsidiado pela ciência e pela tecnologia moderna consolidou processos de desumanização da natureza e desnaturamento do homem, elaborados pelas etapas da construção da ciência moderna, baseada no racionalismo, confirmando externalidades recíprocas entre o homem e a natureza, ou seja, o homem entendido como ser excluído do conceito de natureza, estando acima desta, pela superioridade de sua propriedade racional, legitimando a degradação da natureza, percebida meramente como fonte inesgotável dos mesmos recursos, pois, considerava-se que a natureza possuía mecanismos e engrenagens, tal como as máquinas, que a capacitava a reproduzir-se eternamente de maneira homogênea. Esta visão orientou, por exemplo, o capitalismo mercantil responsável pelos primeiros projetos de exploração do território brasileiro. (MORAES,2002).<br /><br />O mundo atual nos apresenta a soberania da ciência e da tecnologia através dos avanços científicos jamais registrados anteriormente pela história da humanidade. A ciência e a tecnologia confirmaram benefícios para o homem, mas também possibilitou comprometimentos negativos relativos ao ambiente social e natural (SOARES, 2004).<br /><br />Os modos de produção adotados pelo homem moderno não foram capazes de proporcionar um convívio equilibrado e uma interação saudável sociedade /natureza. A percepção que a sociedade humana sempre teve e ainda traz consigo da natureza é uma visão antropocentrista e de dominação, onde ela reina e comanda sobre tudo e todos. Contudo o modo de produção capitalista, fundamentado na exploração do trabalhador e da natureza, não se apresenta como o modelo de desenvolvimento que busque a sustentabilidade ambiental.<br /><br />O capitalismo está fundamentado no lucro e no consumismo sendo o mesmo incompatível com a conservação da natureza ( FILHO e SAMPAIO,2004).<br /><br />Como mostram MELO e OLIVEIRA (2000) "A exploração do trabalho, a fome, a xenofobia, a exclusão social e a degradação ambiental, são problemas recorrentes, motivados, dentro de um sistema cujas causas se misturam às conseqüências, pelo desordenamento econômico".<br /><br />A MODERNA SOCIEDADE CONSUMISTA<br /><br />A socióloga Valquíria Padilha (2007), explica que o cidadão foi reduzido a consumidor através de uma série de estratégias que construíram o capitalismo e o neoliberalismo. O consumo acabou se tornando um fator importante de construção de representações sociais.<br /><br />Para alguns pesquisadores, consumir é indispensável para fazer a economia girar e os países se desenvolverem. Para outros, o consumo desenfreado é uma grave doença moderna, com complicadas conseqüências para a sociedade e para o meio ambiente. Consumir geraria demanda, que por sua vez geraria maior produção por parte das indústrias, estimulando o surgimento de novos empregos, o aumento de salários e até mesmo o investimento em novas tecnologias para aprimorar a produção. Por muito tempo, essa foi uma corrente de pensamento econômico predominante nos países capitalistas. Mas esse modelo neoliberal, que tinha os Estados Unidos como seu principal representante, está sendo cada vez mais questionado ( RUSCHEINSKY, 2006).<br /><br />Para Sachs (1986), o meio ambiente deveria ser a base ecológica do processo de desenvolvimento.<br /><br />Até a década de 1980, havia um relativo consenso de que os atuais níveis de degradação do meio ambiente provinham, basicamente, das relações capitalistas. Contudo, nas décadas predecessores, uma corrente de pensadores da Teoria Social pôs em movimento reflexões sobre padrões de produção numa escala mais ampla. Houve, assim, a necessidade de buscar novas explicações para os níveis de degradação, haja vista situação ambiental dos países do então mundo socialista (SILVA e RODRIGUEZ,2001).<br /><br />Christiansen and Sandoe (2000) concordam em que é inegável a influência da questão ambiental no mundo dos empreendimentos, a tal ponto que as empresas que compreenderem tal realidade irão obter vantagens estratégicas.<br /><br />O INDUSTRIALISMO E A QUESTÃO AMBIENTAL<br /><br />À época, o conceito industrialismo, e seus correlatos, foram eleitos como ferramenta teórica para explicar a questão, uma vez que abarcava tanto o capitalismo quanto o socialismo. Seu vigor explicativo, contudo, enfrentou críticos como Giddens. Segundo GOLDBLATT (1996), ao analisar os argumentos publicados em "The Nation-State and Violence", lançado em 1985, o conceito sociedade industrial é incompleto em dois pontos: Primeiro, não consegue explicar a qualidade dinâmica da modernidade, os seus poderes de transformação inerentes e contínuos e a aceleração da escala e velocidade das transformações sociais. Nenhuma das descrições habituais da sociedade industrial, nem mesmo a descrição do industrialismo de Giddens conseguem dar uma explicação para estes fatos. Segundo, a noção de uma sociedade industrial deveria sugerir que o industrialismo, na sua qualidade de ordem produtiva, tem um efeito considerável na constituição e organização de outras estruturas sociais.<br /><br />A procura de um novo paradigma de desenvolvimento, contraposto ao modelo de crescimento econômico dos países centrais, vem-se tornando cada vez mais urgente, diante de um cenário agravado por um contexto mundial em rápida mutação, marcado pela integração desigual dos mercados, pela movimentação espetacular dos fluxos financeiros, pela produção e consumo desenfreados, pela pressão exponencial sobre o meio ambiente, pela uniformização de valores de atitudes, de comportamentos, de produtos, de estilos de vida. São fatos que revelam a insustentabildade do modelo de desenvolvimento socioeconômico capitalista, então prevalecente, sobretudo diante da insuportável desigualdade e exclusão da maioria (RAMALHO FILHO, 2000, in: SACHS, 2000).<br /><br />GOLDBLATT (1996), crítica os ecologistas verdes, ao identificar como causa estrutural da degradação ambiental o capitalismo em lugar do industrialismo, mas distante do marxismo, porquanto salienta, com muita propriedade, o papel da cultura e da política, dando como exemplo a sociedade urbana.<br /><br />A Conferência das Nações Unidas Sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo de 1972, projetou mundialmente a necessidade de tomadas de posição dos países, em especial os industrializados, frente ao modelo de desenvolvimento vigente, caracterizado pelas ações econômicas que consideravam os recursos naturais como fonte inesgotável de riqueza, levando à degradação ambiental e humana (Albuquerque, 2006).<br /><br />A Conferência das Nações Unidas Sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo de 1972, projetou mundialmente a necessidade de tomadas de posição dos países, em especial os industrializados, frente ao modelo de desenvolvimento vigente, caracterizado pelas ações econômicas que consideravam os recursos naturais como fonte inesgotável de riqueza, levando à degradação ambiental e humana.<br /><br />A posição pró-ativa de industriais em relação à questão ambiental é, entretanto, fato recente. Conforme GOMES (1998), é recente também o impacto causado pela atividade industrial humana no ambiente global. Para o autor, a empresa, que a pouco mais de um século mantinha um interesse quase insignificante em relação à natureza, o que propunha uma visão irresponsável de desenvolvimento, evoluiu para uma nova postura, o gerenciamento dos recursos naturais e de exame atento dos projetos em relação a seus futuros impactos ambientais.<br /><br />Inúmeras tendências teóricas tendem a aceitar a suposição de que o maior responsável pelo quadro do momento é a sociedade industrial.<br /><br />GOLDBLATT (1996), recoloca a questão, distinguindo o industrialismo do capitalismo, mas demonstrando a interface constituída na modernidade entre estes dois pólos e a impossibilidade de se dissociarem essas dimensões, para efeito de entendimento da questão ambiental e de seus desdobramentos sobre a sociedade.<br /><br />LOUREIRO (2002), explica que o industrialismo é compreendido como fator de produção e de tecnologia, que tem reflexos na mobilização de recurso na produção e circulação de bens e a sua mecanização, além de interferir na especialização das atividades no trabalho e nos avanços permanentes no campo da ciência e da tecnologia. Entendido dessa forma, fica evidente o quanto o processo de mecanização e de concentração em centros urbanos acarreta danos, decorrentes diretamente da dinâmica industrial. Mas, em termos de análise rigorosa, colocar o industrialismo como determinante, é dizer que tudo o que resulta deste processo é prejudicial ao ambiente e que a relação sociedade/natureza apresentou sinais de degradação e de dominação humana sobre a natureza só no período de industrialização.<br /><br />Se o processo industrial e a base tecnológica são os responsáveis pela devastação, a alternativa seria a defesa de uma sociedade inexistente e romanticamente idealizada por grupos de contracultura, na década de 60, quando se vislumbrava uma vida alternativa em pequenas comunidades.<br /><br />GIDDENS (1991), promove uma separação epistemológica entre capitalismo e industrialismo, declarando que "devemos ver o capitalismo e industrialismo como 'feixes organizacionais' ou dimensões diferentes envolvidos nas instituições da modernidade" .<br /><br />GIDDENS (1991),defende o industrialismo como componente central da degradação ambiental na modernidade, posto que, tanto no capitalismo como no dito socialismo real, esta foi a Tônica do desenvolvimento. Adotamos outra perspectiva de análise, baseando-nos no argumento que a dinâmica de produção e de inovação tecnológica transformadora da natureza não ocorre como fatos históricos abstratos, mas como o resultado da composição do industrialismo com a estrutura capitalista de sociedade.<br /><br />Os padrões econômicos de consumo excessivo e de degradação do ambiente têm raízes em suposições culturais especificas das nossas relações com o mundo. A noção de que a natureza é um recurso explorável e consumível está tão profundamente enraizada na cultura industrial moderna que, talvez, seja difícil imaginar uma relação alternativa entre os seres humanos e o equilíbrio da comunidade da Terra ( KLUCKHOHN,F.R.1953).<br /><br />[...] A indústria moderna, modelada pela aliança da ciência com a tecnologia,transforma o mundo da natureza de maneiras inimagináveis às gerações anteriores. Nos setores industrializados do globo – e, crescentemente, por toda parte – os seres humanos vivem num ambiente criado, um ambiente de ação que, é claro, é físico, mas não mais apenas natural. Não somente o ambiente construído das áreas urbanas mas a maioria das outras paisagens também se torna sujeita à coordenação e controle humanos GIDDENS (1991).<br /><br />PHIERRE (2006), afirma que é necessário frisar que a sociedade é o lugar do conflito, e não da harmonia. É nela que estão os verdadeiros desequilíbrios, e não na natureza, como nos acostumamos a perceber. E nas sociedades estratificadas em condições injustas invariavelmente existem estruturas de poder em constante e acirrada disputa pela prevalência de seus interesses.<br /><br />MEIO AMBIENTE COMO PRIORIDADE SOCIAL E ECONÔMICA<br /><br />A questão ambiental impõe as sociedades uma busca nova e pensar e agir, individual e coletivamente de novos caminhos e modelos de produção de bens para suprir necessidades humanas e relações sociais que não perpetuem tantas desigualdades e exclusão social, e ao mesmo tempo, que garantam a sustentabilidade ecológica (Parâmetros Curriculares Nacional, MEC/98).<br /><br />A questão da qualidade de vida, qualidade ambiental, tão presente nas preocupações ambientais e, portanto presente em uma Educação Ambiental, pode ser facilmente cooptada pelo discurso dominante, reivindicando essa qualidade para segmentos sociais, nações e blocos econômicos, integrantes desta nova ordem mundial, escamoteando, contudo, o sentido de exclusão presente nesta reestruturação do mercado mundial (GUIMARÃES, 1995).<br /><br />No contexto político, contemporâneo, as coletividades difusas são os novos atores, os determinantes são a igualdade, a liberdade, a solidariedade e a "qualidade de vida". A questão ambiental é um canal de abertura para a participação sociopolítica que abre possibilidades de influenciadas classes de diferentes estratos diversos da sociedade, no processo deformação de decisões políticas (LONDERO,1999).<br /><br />As forças sociais e econômicas dominantes, que se opõe ás mudanças na educação, são muito poderosas, desde o momento em que somos formados na escola, preparada para reproduzir e aceitar passivamente a ordem social estabelecida FREIRE (1970) e GIROUX (1986).<br /><br />É preciso levar em conta algumas das características da sociedade moderna, dentre as quais se destaca o consumismo desenfreado, como símbolo de status, isolamento, passividade política; falta de comunicação, valorização da segurança, aceleração dos acontecimentos que não permite a reflexão, superestimação e saturação da informação recebida, como fato instantâneo e não como um processo, o que impossibilita a sua análise crítica, substituição das referências de valor, definindo como fundamental o "ter" e não o "ser" (MEDINA,1994).<br /><br />Estamos frente a uma crise generalizada e global não somente econômica, ecológica ou social; é uma crise do próprio sentido da vida e de nossa sobrevivência como espécie, é uma crise de nossa forma de pensar e agir no mundo. Sobreviveremos a ela na medida em que formos capazes de construir uma nova racionalidade ambiental, que possa responder aos desafios presentes (FÓRUM GLOBAL 92,s.d.,p.194-6).<br /><br />A crise ambiental contemporânea tem suas raízes na dimensão cultural, suas causas na dimensão econômica (relações sociais, produtivas e mercantis) e suas conseqüências na dimensão ecológica e social. Isso quer dizer que, por definição, a questão ambiental é de natureza complexa, não tangível por uma ou outra disciplina isoladamente ( POMIER,1996).<br /><br />"As teorias de desenvolvimento econômico do século XX, assim como as políticas decorrentes, sempre ignoraram a condicionalidade ambiental, considerada apenas uma externalidade" (VIEIRA, 2002).<br /><br />Diante disso LEFF (2000), afirma que a crise ambiental é acima de tudo um problema de conhecimento.<br /><br />GOLDBLATT (1996), destaca que "as políticas propostas para impedir a atual crise ecológica devem depender do modo como diagnosticamos as suas origens".<br /><br />SANTOS, (1999) parti da hipótese de que a Teoria Social contemporânea acumulou conhecimentos que permitem: a) uma fonte de consulta para entendermos as atuais relações sociais permeadas pela problemática ambiental, tendo como parâmetros a Ciência, a economia e a política; b) indicar caminhos para políticas públicas de proteção dos recursos naturais,tendo em perspectiva a conservação ambiental, social e cultural.<br /><br />HENRIQUE LEFF (2001) defende que a temática ambiental seja por excelência eleita para promover a ruptura com o atual paradigma. O autor destaca que:<br /><br />"o processo civilizatório da modernidade fundou-se em princípios de racionalidade econômica e instrumental que moldaram as diversas esferas do corpo social".<br /><br />Essa organização social, pautada na racionalidade econômica, deve ser repensada e suplantada, a nova racionalidade, fundada a partir da temática ambiental, seria a racionalidade ambiental onde homem e natureza seriam pensados integradamente.<br /><br />CORTINA (1998), por sua vez, apresenta abordagem sintética sobre o relacionamento entre economia e meio ambiente. Argumenta ser difícil, para não dizer impossível, proteger o meio ambiente sem o uso de instrumentos econômicos. Afirma, ainda, que o meio ambiente sempre fora abordado de maneira subordinada e suplementar nos estudos econômicos, o que foi modificado por nova configuração paradigmática, em que a economia passaria a ser integrada e não conflitiva em relação às questões ecológicas. Avalia, ainda, que os choques do petróleo, nos anos 70 do século passado, e os acidentes nucleares, radioativos e de vazamento de combustíveis fósseis, que expuseram a evidência de perigos à sobrevivência dos ecossistemas, além da possibilidade de esgotamento de recursos naturais escassos, produziram transformações importantes nos conceitos estritamente econômicos, principalmente os afetos à questão do crescimento. Enfatiza, também que, em nossos dias, desde as teorias ortodoxas de economia (liberais, neoliberais e neoclássicas), passando pelas teorias keynesianas e neokeynesianas e chegando às heterodoxas, como a marxista, coexistem e são interpenetradas pelos novos conceitos oriundos da "economia ambiental", que procura embutir nos processos econômicos os ciclos biofísicos do planeta.<br /><br />LEFF (2000) assinala que "(...) a crise ambiental leva-nos a interrogar o conhecimento do mundo, (...) corporifica um questionamento da natureza e do ser no mundo, com base na flecha do tempo e na entropia vistas como leis da matéria e da vida, com base na morte vista como lei limite na cultura que constitui a ordem simbólica do poder e do saber. (...) A complexidade ambiental inaugura uma nova reflexão sobre a natureza do ser, do saber e do conhecer, sobre a hibridização de conhecimentos na interdisciplinaridade e na transdisciplinaridade; sobre o diálogo de saberes e a inserção da subjetividade, dos valores e dos interesses nas tomadas de decisão e nas estratégias de apropriação da natureza."<br /><br />Hoje, o trinômio econômico-social-ambiental constitui a base do desenvolvimento sustentável e as decisões empresariais devem ser avaliadas à luz dos impactos ambientais, fazendo parte da estratégia corporativa da gestão ambiental em um conjunto de atividades e ações integradas dentro de um complexo paradigma ecológico (FIO CRUZ, 1998; FERREIRA, 2000).<br /><br />No entanto, para além das decisões técnicas e planejadas somente pela perspectiva administrativa e econômica, temos praticamente uma visão unânime de que as variáveis ambientais devem ser consideradas sobre qualquer perspectiva de projetos de desenvolvimento. Nessa perspectiva, surgiu a idéia, hoje corrente e seriamente estudada, do desenvolvimento "sustentável" ( GOMES, 1998)<br /><br />LEFF (2001), afirma que " a questão ambiental não é ideologicamente neutra nem distante dos problemas sociais e interesses econômicos ".<br /><br />"O grande desafio do nosso tempo: criar comunidades sustentáveis – isto é, ambientes sociais e culturais onde podemos satisfazer as nossas necessidades e aspirações sem diminuir as chances das gerações futuras" (CAPRA, 1996).<br /><br />Para Sachs (1986), o meio ambiente deveria ser a base ecológica do processo de desenvolvimento. O meio ambiente é fator estratégico do desenvolvimento. Esta concepção prega: o meio ambiente é capital não fixo, tem limites, é esgotável, não é só recurso, mas também: serviços, espaço, genética, cultura etc., heterogêneo, dialético. Sachs diz ainda ser preciso mudar o paradigma do desenvolvimento,pois corremos o risco de esgotamento dos recursos, dos serviços, de alteração ecológica generalizada,de colapso social.<br /><br />PRINCÍPIOS DA VIDA SUSTENTÁVEL<br /><br />1. Respeitar e cuidar da comunidade dos seres vivos: é quase que um princípio ético, pois não precisamos e não devemos destruir as outras espécies.<br /><br />2. Melhorar a qualidade de vida humana: é este o principal objetivo do desenvolvimento sustentável, permitir que as pessoas realizem o seu potencial e vivam com dignidade.<br /><br />3. Conservar a vitalidade e a diversidade do planeta Terra: pois é nele que vivemos.<br /><br />4. Assegurar o uso sustentável dos recursos renováveis e minimizar o esgotamento de recursos não renováveis.<br /><br />5. Permanecer nos limites da capacidade de suporte do planeta Terra: isso deve ser analisado em separado nas diferentes regiões do plante, como, por exemplo, não podemos querer encher as florestas de pessoas morando.<br /><br />6. Modificar atitudes e práticas pessoais: a sociedade deve promover valores que apóiem a ética, desencorajando aqueles que são incompatíveis com um modo de vida sustentável. Deve-se incentivar disciplinas de direito ambiental desde a pré-escola.<br /><br />7. Permitir que as comunidades cuidem de seu próprio meio ambiente: as comunidades e grupos locais tendem a expressarem as suas preocupações e acharem soluções mais rápidas se estiverem vivenciando o problema.<br /><br />8. Gerar uma estrutura nacional para a integração de desenvolvimento e conservação: toda sociedade precisa de leis e de estrutura para proteger o seu patrimônio; tentar prever os problemas e evitar danos maiores.<br /><br />9. Constituir uma aliança global: é de extrema importância, pois a falta de cuidado de um interfere na vida de outrem. Entretanto, não devemos nos contentar com palavras e sem buscar ações.<br /><br />CONSIDERAÇÕES FINAIS<br /><br />O atual momento histórico aponta, sem dúvida, para a importância da reflexão a respeito das sociedades industriais contemporâneas e seus impactos sobre o meio ambiente nos diversos círculos sociais.<br /><br />O homem nos dias atuais, considera-se na obrigação de consumir algo. A verdadeira necessidade não é mais fator primordial no ato de consumo, as mercadorias duráveis foram transformadas em perecíveis, sua vida útil diminuída propositalmente, os produtos passaram a ser substituídos periodicamente, pelo estímulo à novidade.<br /><br />Em decorrência, verifica-se que a problemática do meio ambiente emerge como um fenômeno econômico voltado para o poder e o consumo, Em virtude, no atual contexto social urge a necessidade de rupturas de conceitos, na busca de um padrão de vida melhor a todos, a qual prevaleça uma relação harmônica entre homem/natureza.<br /><br />Pois, da mesma forma que o ser humano faz parte da natureza, ele também é parte integrante da sociedade, fora dela não se pode compreendê-lo. Portanto, cabe a ele, uma mudança ou uma transformação de um antigo modelo de sociedade para um novo, que substitua antigos valores e comportamentos dos consumidores por uma nova base de consumo consciente, enfocando, a sustentabilidade do meio ambiente, equilíbrio da prosperidade econômica e a justiça social. Visto que, o desenvolvimento sustentável pressupõe o equilíbrio entre o homem/natureza/economia, relação de consumo, possibilita um novo pensar da humanidade, emergindo uma visão de que o homem como parte integrante do meio ambiente possa mudar paradigmas e buscar um mundo mais justo e fraterno, utilizando adequadamente os recursos naturais disponíveis, sem comprometer as gerações futuras.<br /><br />Além disso, o cidadão, deve abandonar a velha idéia de que complexos problemas devem ser solucionados por órgãos dos Estados ou agências multilaterais, permanecendo inerte e esquivando-se de sua responsabilidade perante a sociedade, abdicando de seus direitos, se omitindo dos deveres, sem perceber que o poder de transformação lhe pertence. Assim, o meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum e indispensável à sobrevivência humana, deve ser preservado, não só pelo poder público, mas por toda sociedade.<br /><br />Enfim, faz-se mister o entendimento humano de que os recursos ambientais não são inesgotáveis, tornando-se inadmissível o desenvolvimento das atividades econômicas de forma alheia a tal fato. É necessária a coexistência harmônica entre economia e meio ambiente, através de um desenvolvimento praticado de forma sustentável, voltado para a preservação dos recursos existentes atualmente.<br /><br />REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br /><br />BRASIL. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA. Parâmetros Curriculares Nacionais.Brasilia: MEC, 1996.<br /><br />CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação: A ciência, a sociedade e a cultura emergente. São Paulo: Cultrix,1982.<br /><br />Cortina, A. (1998) Ética, Tecnologia y Salud . Buenos Aires: Ed. Salvier<br /><br />Ferreira, M.J.L. (2000) Nova ordem econômica-ambiental . 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Técnica, espaço, tempo – globalização e meio técnico-científico informacional.São Paulo: Hucitec, 1997.<br /><br />LOUREIRO,Carlos.Teoria social e questão ambiental:pressupostos para uma práxis critica em educação ambiental.São Paulo:Cortez,2002<br /><br />MARX, Karl. O capital – Volume I (livro primeiro): O processo de produção do capital. São Paulo: Nova<br /><br />MELO, Francisco Carlos Carvalho de; OLIVEIRA, Maurício de. Desenvolvimento sustentável: origens e noções conceituais. Mossoró-RN: Fundação Vingt-Un Rosado, 2000.<br /><br />MORAES FILHO, Evaristo (org.).Georg Simmel: sociologia. São Paulo: Ática, 1983, p. 122-134<br /><br />Revista Eletrônica Ciências & Cognição 2006 Instituto de Ciências Cognitivas (ICC<br /><br />Revista do Centro de Estudos Ambientais e de defesa do Consumidor do Ministério da Justiça, CEJ, Portugal,1996, p. 9.<br /><br />SACHS, Ignacy. Desenvolvimento e direitos humanos. Maceió: PRODEMA, 2000.<br /><br />_____________. Espaços, tempos e estratégias do desenvolvimento. São Paulo: Vértice, 1986.<br /><br />SANTOS, Milton. A natureza do espaço – técnica e tempo – razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996.<br /><br />Schramm, F. R. (1999) A Moralidade das Biotecnologias. I Congresso Brasileiro de Biossegurança. Rio de Janeiro: ANBio.<br /><br />SILVA, Edson Vicente; RODRÍGUEZ, José M. Mateo. Desenvolvimento local sustentável. (Mimeo.).Fortaleza, 2001.<br /><br />Social. Revista do Programa de Políticas Sociais. Campos dos Goytacazes, UENF, v.1 n.1, jan-abr/2007<br /><br />Soares, B. E. C. (1997) Perspectivas da Biotecnologia Aplicada à Saúde no Brasil. Boletim Antonio Sousa Franco, Ambiente e desenvolvimento, textos – ambiente e consumo, Informativo CTNBio, 1: 6-8.<br /><br />_____________. A teia da vida. São Paulo: Cultrix, 1996.<br /><br />VIEIRA, Paulo Freire; WEBER, Jacques. (Orgs.). Gestão de recursos naturais renováveis e desenvolvimento.São Paulo: Cortez, 1997.<br /><br />______________. Metamorfose do espaço habitado. São Paulo: Hucitec, 1997.<br /><br /><br /> <div class="ads300x250"> <script type="text/javascript"><!-- google_ad_client = "pub-7899557149297620"; /* 300x250, criado 21/09/09 */ google_ad_slot = "3348808259"; google_ad_width = 300; google_ad_height = 250; //--> </script> <script type="text/javascript" src="http://pagead2.googlesyndication.com/pagead/show_ads.js"> </script> </div> </div> <div class="PostBottom"> <span style="font-size: 12px; line-height: 25px;"><em>Fonte: <a href="http://www.webartigos.com/" title="Leia e publique artigos de qualidade.">Webartigos.com | Textos e artigos gratuitos, conteúdo livre para reprodução</a>.</em> <sup>1</sup><br /><a href="http://www.webartigos.com/recform.php" target="page" onclick="window.open('','page','toolbar=0,scrollbars=0,location=0,statusbar=0,menubar=0,resizable=0,width=450,height=395,left=50,top=50,titlebar=yes')"><strong></strong></a></span></div></div></div>territoriogeograficohttp://www.blogger.com/profile/04358931263242333969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-864158248261865264.post-41032144066217041702009-09-28T06:11:00.000-07:002009-09-28T06:13:56.104-07:00LAMPIÃO, A VÍRGULA NA HISTÓRIA DO SERTÃO<div class="TopMenu"><ul><li class="submitarticle" style="display: none;"><a href="http://www.webartigos.com/articles/submitarticle">Publicar artigo!</a><br /></li><li class="submitarticle" style="display: none;"><a href="http://www.webartigos.com/blogs/submitblog">Submit Blog</a><br /></li><li class="myaccount" style="display: none;"><a href="http://www.webartigos.com/authors/editaccount">Editar perfil</a><br /></li><li class="myarticles" style="display: none;"><a href="http://www.webartigos.com/authors/viewaccount">Meus Artigos</a><br /></li><li class="logout" style="display: none;"><a href="http://www.webartigos.com/authors/logout">Sair ()</a><br /></li></ul> </div><!-- End SiteMenuPanel --> <!-- Start SmallSearchPanel --><div class="PostHead"><h1 style="text-align: center;">LAMPIÃO, A VÍRGULA NA HISTÓRIA DO SERTÃO</h1><br /><div style="text-align: right;"> Por <a href="http://www.webartigos.com/authors/9972/Fl%E1via-Danielle">Flávia Danielle</a></div> </div> <script type="text/javascript"><!-- google_ad_client = "pub-7899557149297620"; /* 300x250, criado 21/09/09 */ google_ad_slot = "3348808259"; google_ad_width = 300; google_ad_height = 250; //--> </script> <script type="text/javascript" src="http://pagead2.googlesyndication.com/pagead/show_ads.js"> </script> <h2 class="s"><br /></h2><h2 class="s">A personagem e o homem que marcaram a história do cangaço</h2> <script type="text/javascript"><!-- google_ad_client = "pub-7899557149297620"; /* 468x15, criado 22/09/09 */ google_ad_slot = "5956917492"; google_ad_width = 468; google_ad_height = 15; //--> </script> <script type="text/javascript" src="http://pagead2.googlesyndication.com/pagead/show_ads.js"> </script> <div class="PostContent"> Rachel de Queiroz (1910-2003) nasceu em Fortaleza-CE e desde cedo conheceu as agruras da seca (com destaque para a grande seca de 1915, a qual inspirou sua obra “O quinze”). O sertão lhe era familiar, seus habitantes e seus costumes eram uma constante na obra de Rachel. Ela teve intensa atuação política, foi membro do Partido Comunista Brasileiro e chegou a ser presa em 1937 por suas ideias de esquerda. Foi também a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, em 1977 e uma das mais importantes romancistas do movimento regionalista de 1930, iniciado com a publicação de “A Bagaceira” de José Américo de Almeida em 1928.<br /><br />A peça Lampião marca a estreia de Rachel no teatro, é também um exercício de jornalismo, pois Rachel baseou sua criação artística em uma pesquisa investigativa acerca da vida da personagem, seus costumes, suas façanhas, seus companheiros. Apesar de ser fiel à história verídica, a peça não se resume a um relato histórico da vida de Lampião, preso a uma fria narrativa dos fatos, mas é repleta de ação e emoção.<br /><br />A transição momentânea de Queiroz da literatura para o teatro deu-se num contexto de carência de bons escritores das artes cênicas. A busca por talentos em outras áreas da criação artística tinha a intenção de fomentar o crescimento do teatro do Brasil na época. Uma prática um tanto criticada, pois ao creditar a um romancista uma produção teatral, há o grande risco de perder-se a noção de cenografia. Sobre essa questão, Délcio de Almeida Prado (2001, p.93) afirma:<br /><br />A maneira à primeira vista mais fácil de remediar a pobreza do nosso teatro será a de trazer alguns escritores para o teatro. [...] Com isso teríamos o sangue generoso do romance e da nossa mais alta poesia aquecendo as veias algo atrofiadas do teatro[...] a fórmula é tão falsa quanto atraente: não adianta a qualidade literária, desacompanhada de um mínimo de qualidades teatrais.<br /><br />Lampião estreou em 1953 nos teatros Municipal do Rio de Janeiro e Leopoldo Fróes em São Paulo. Apesar das críticas, recebeu o prêmio Saci pela montagem paulista, concedido pelo jornal O Estado de São Paulo. Com cenários de Aldemir Martins (que ainda não estavam totalmente prontos no dia da estreia) e atuação de Sérgio Cardoso como Lampião, contando ainda com participações de Jorge Chaia, Vicente Silvestre e Carlos Zara, a peça foi uma aventura de banditismo, lutas e muita ação.<br /><br />A trama da peça decorre em meio ao apogeu do cangaço, movimento surgido no Nordeste brasileiro, no início do séc. XX. O cangaceiro era, normalmente, classificado como “bandido”, pois os assim chamados “bandos” seguiam suas próprias normas, ignorando as leis estabelecidas pelo Estado. Parte dessa marginalização do cangaceiro deu-se porque este era um empecilho aos desmandos dos grandes fazendeiros, ou “coronéis” da época, que exerciam grande influência junto ao governo. Na verdade, os primeiros bandos do cangaço eram forças armadas montadas por um “coronel”, para exercer o poder, que se libertaram do jugo do seu mandante.<br /><br />1.O sertão de Queiroz, seus encantos e críticas<br /><br />A autora de Lampião recria em sua obra um ambiente já muito explorado pela literatura da época. O sertão nordestino foi cenário de muitas obras da segunda fase do modernismo brasileiro, também conhecido como período do “Regionalismo”, ou “Romance regionalista de 1930”. Os autores dessa fase uniram a análise sociológica à psicológica, buscando a verossimilhança da narração com a determinação do tempo e do espaço. Por relacionar a linguagem narrativa à realidade, foram chamados de “neo-realistas”.<br /><br />Queiroz, em particular, retrata o sertão à sua própria maneira, verídica e cativante. Os diálogos de Lampião são sempre arrebatadores, “não há ninguém, no teatro brasileiro, que dialogue melhor do que Rachel de Queiroz” (PRADO, 2001, p. 94), isso porque ela exprime toda a variedade de sintaxe e riqueza de vocabulário presentes na fala das personagens.<br /><br />Por outro lado, as paisagens de caatinga não são facilmente adaptadas ao palco, as cenas de corridas, lutas e perseguições geralmente perdiam seu teor magnífico quando encenadas, eram reduzidas em seu potencial espetacular pelos limites do tablado.<br /><br />Dentre as críticas recebidas por Lampião, está a de que há certa falha quanto à manutenção da unidade espaço-temporal na peça. A trama se desenvolve sem preparação e sem continuidade, formando um conjunto de atos pouco articulados entre si. O drama simplesmente acontece, fatos seguem-se uns aos outros sem que haja conexão plausível entre eles.<br /><br />Em Lampião, Rachel busca mostrar as personagens características da região do interior nordestino, seus loucos, fanáticos religiosos e bandidos. A questão do fanatismo religioso é mais aparente em A Beata Maria do Egito (QUEIROZ, 1958), montada no Teatro Serrador, no Rio de Janeiro, tendo no papel-título a atriz Glauce Rocha. A autora mostra a devoção popular aos líderes religiosos da época como Padre Cícero e Antônio Conselheiro. Na trama, em 1914, a beata Maria do Egito, recém-chegada à delegacia de uma pequena cidade do Ceará, recruta populares para se juntarem à rebelião que Padre Cícero lidera em Juazeiro.<br /><br />2.O retrato artístico de um cangaceiro<br /><br />A trama de Lampião transcorre basicamente no sertão Nordestino, é difícil especificar uma região, pois o bando de cangaceiros é nômade e vive em acampamentos no meio da caatinga. Sabe-se, porém, que Lampião realizou suas pilhagens majoritariamente nos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Alagoas.<br /><br />Virgulino Ferreira da Silva, ou Lampião, nasceu em 1898 no Vale do Pajeú, em Pernambuco. Seu nome remete à palavra “vírgula”, parada, talvez uma profecia de que o sertão iria parar de admiração, indignação e medo por seus atos. Lampião teve uma infância comum a todas as crianças de sua classe social, aprendeu a ler e escrever, mas logo foi trabalhar ajudando seu pai, carregando água, enchiqueirando bodes, dando comida e água aos animais. Mais tarde passou aos trabalhos de gente grande: cultivava algodão, milho, feijão de corda, cuidava da criação de gado. Posteriormente tornou-se vaqueiro e feirante<br /><br />Lampião viveu num período instável, de transições de séculos (do XIX para o XX), de amadurecimento da implantação da república, das transformações ocorridas no plano estético da arte com o advento das vanguardas européias e, posteriormente, do modernismo brasileiro.<br /><br />Sua entrada para o cangaço foi quase inevitável, depois de ter o pai assassinado por questões de briga familiar com seu vizinho José Saturnino, Virgulino e seus irmãos Antônio, Ezequiel e Livino Ferreira entraram para o bando de Sebastião Pereira, também conhecido como Sinhô Pereira. Em entrevista a Otacílio Macêdo para O Ceará, transcrita no Diário oficial, Recife, 1995, p. 9, Lampião disse:<br /><br />Chamo-me Virgulino Ferreira da Silva [...] Meu pai, por ser constantemente perseguido pela família Nogueira e em especial por Zé Saturnino, nossos vizinhos, resolveu retirar-se para o município de Águas Brancas, no estado de Alagoas. Nem por isso cessou a perseguição. Em Águas Brancas, foi meu pai, José Ferreira, barbaramente assassinado pelos Nogueira e Saturnino, no ano de 1917. Não confiando na ação da justiça pública, por que os assassinos contavam com a escandalosa proteção dos grandes, resolvi fazer justiça por minha conta própria[...]<br /><br />O banditismo foi a forma que os irmãos Ferreira encontraram para exercer sua vingança, “procuraram no bacamarte as leis que decidissem a questão por falta de outras” (BARROSO, 1930, p. 93-94). Em 1922 o comando do bando de sinhô Pereira foi dado a Lampião, então com 24 anos. Doravante, o bando do famigerado cangaceiro só cresceria e atemorizaria as regiões por onde passava. Neste ponto dá-se o início da peça de Rachel de Queiroz.<br /><br />Na única cena do primeiro quadro são apresentados alguns dos personagens principais, a ação transcorre na casa de Maria Déa e seu esposo, o sapateiro Lauro, em ponta de arruado, à margem do rio São Francisco. Logo nos primeiros momentos Maria conta a seu esposo que o bando de Lampião se aproxima da cidade, deixando-o atemorizado, pois, além do medo normal que essa notícia causaria a qualquer pessoa, Lauro era um tanto covarde, o que causava muito desprezo e até náuseas em Maria. Insatisfeita com seu casamento e a despeito de ter que cuidar de seus dois filhos, Maria Déa manda um recado a Lampião, dizendo que viesse buscá-la se assim quisesse, para viajar o sertão e entrar para a vida do cangaço junto com ele. Eis que Lampião recebe o recado e chega à porta da casa, juntamente com seu bando, para levar Maria Déa, conforme a vontade da mesma. O bando de cangaceiros é então composto basicamente por Sabino, Antônio Ferreira (irmão de Lampião), Ponto-Fino (Ezequiel, também irmão de Lampião), Moderno (cunhado de Lampião), Corisco (ou Diabo-Louro), Volta-Seca, Pai-Velho, Zé Baiano, Azulão, Pernambuco e Arvoredo. Apesar das súplicas de Lauro, Maria Déa ganha o mundo com Lampião e seu bando. Num ato de aparente misericórdia, o chefe dos cangaceiros resolve poupar a vida do pobre sapateiro.<br /><br />O segundo quadro é composto por duas cenas, a primeira dá-se num acampamento na caatinga, um local não muito bem definido, debaixo de um grande Juazeiro. Dois viajantes são interpelados por Corisco, que desconfia que eles possam ser espiões delatores. À chegada de Lampião ao local, segue-se um diálogo no qual o cangaceiro designa os dois viajantes, o capangeueiro (negociador de diamantes) e o agente de seguros, para levar um recado ao interventor de Recife, uma carta de paz. Antônio Ferreira, Pernambuco, Arvoredo e Azulão os acompanharão até a residência de seu Juventino, em Barreiros, de onde seguirão viagem para Recife. Lampião pretendia cessar as hostilidades com os, por ele chamados, “macacos do governo”, trata então de propor um acordo: ele governaria o sertão a seu modo e o interventor governaria a Zona da Mata e o Litoral. Na segunda cena deste quadro o mesmo acampamento é o cenário, algumas horas mais tarde. Lampião e Maria Bonita dialogam, ela mostra-se consciente dos riscos desse modo de vida, cita exemplos de Pedra Bonita e Canudos, casos em que o governo superou a resistência e repreendeu as revoltas populares. Lampião, por sua vez, acha essas comparações infelizes, diz que seu padrinho, padre Cícero, o protege e que tem o corpo fechado para mal-olhado. Ele revela o motivo de ter deixado o ex-marido de Maria e seus filhos vivos: para que tenha em quem “desabafar” quando não puder mais agüentar as pressões da vida no cangaço, da paixão por sua mulher, do medo de uma traição. Chegam ao local Azulão, Arvoredo e Pernambuco, contam que em casa de seu Juventino, Antônio Ferreira foi mortalmente baleado acidentalmente. Lampião parece acreditar na história, porém manda os homens deixarem o bando e as armas e sumirem no mundo. Mas assim que eles viram as costas, desarmados, o chefe dos cangaceiros ordena que abram fogo contra os três homens que ele julga responsáveis pela morte de seu irmão.<br /><br />O terceiro quadro possui apenas uma cena, o cenário é o mesmo, mas foi aperfeiçoado na tentativa de fazê-lo mais aconchegante. Volta-Seca foi fazer compra na cidade mais próxima e encontra um jornal no qual saiu a repercussão da carta enviada por Lampião para oferecer paz. Na primeira página, a foto do cangaceiro, uma matéria sobre a audácia dele em achar que pode tratar o interventor de potência a potência e a promessa do governo de represália a esse “insulto”. Sabino questiona a tentativa de paz de seu líder, diz que com o governo não tem acordo, que o chefe está esmorecendo, perdendo o vigor e a liderança. Lampião vê em Sabino uma ameaça, acusa-o de subverter seu irmão, Ezequiel, e, sem hesitar, fuzila-o com três balas à queima-roupa.<br /><br />Ainda no mesmo cenário de acampamento, porém desmantelado, desenrola-se a primeira cena do quarto quadro, os cangaceiros e Maria Bonita aparecem em cena feridos e exaustos. O cerco do governo estreita-se sobre o rei do cangaço, e ele sente as conseqüências de querer ser um “estado dentro de um estado”. Desgastados, os três últimos homens de Lampião, Ponto-Fino, Pai-Velho e Moderno procuram água e mantimentos, já escassos. Ponto-Fino vai em busca de lenha, Moderno de água. Após um breve intervalo ouve-se um tiro, Lampião e Pai-Velho correm para averiguar a origem do disparo. Chega Ponto-Fino ao local em que Maria Bonita tinha ficado sozinha. Ele passa a assediá-la, oferecendo-lhe uma hipotética vida de calmaria na cidade de Juazeiro, proclamando que será o chefe do bando e ela será sua mulher. Maria Bonita fica indignada com tais pensamentos de seu cunhado, repreende-o. Chegam Pai-Velho e Lampião, este com uma fúria nos olhos, censura o irmão por ter atirado, justificando que o Sargento Calu está em sua caça e o tiro seria um chamariz. Ponto-Fino, ou Ezequiel, desafia o irmão, acusando-o de ter mandado matar Antônio Ferreira e questionando a morte de seu outro irmão, Livino, que não aparece na história a não ser por esta citação. Lampião, irado com a ousadia de Ezequiel, desafia-o para uma luta de faca. Segue-se a luta, da qual Lampião sai vencedor. Ponto-Fino fica muito ferido, mas não morre de imediato. Na segunda cena, mesmo cenário, cai a noite, Moderno monta sentinela, na qual é substituído pelo próprio Lampião. Em conversa com Maria, ele tenta justificar o ataque ao irmão, culpando a insolência de Ezequiel. Ela diz que pressente que o castigo está próximo, que o sangue dos inocentes reclama a vingança. Chega ao local Corisco com um pequeno bando de jovens cangaceiros, para se juntar ao Capitão Virgulino e ajudá-lo na sua retirada à grota dos Angicos.<br /><br />No quinto e último quadro o cenário é a Grota dos Angicos, segundo o próprio capitão, o lugar mais seguro de que ele dispunha. Lampião e Maria Bonita dialogam aos primeiros sinais da luz do dia. A mulher ambiciona deixar a vida de banditismo, ir para um lugar longínquo onde jamais se tenha ouvido falar em Lampião, este, por sua vez, afirma que seria como um atestado de covardia, coisa que ele não possuía. De repente, se ouve tiros, o refúgio derradeiro de Lampião é descoberto, ele foi traído. Ele e Maria Bonita são metralhados à morte, juntamente com os outros cabras que ainda dormiam. O fim da história de Lampião coincidiu com a decadência do cangaço. A entrada para a história, infelizmente, contou com a exposição de partes de seu corpo e dos homens de seu bando em praça pública. “As famílias dos cangaceiros do bando de Lampião, após uma longa batalha jurídica, puderam dar um enterro digno a seus parentes, vítimas da sociedade da época” (DIÁRIO DE NOTÍCIAS, 1969).<br /><br />3.Lampião por Queiroz<br /><br />A obra Lampião assemelha-se a um quadro expressionista da figura de Lampião. Em vez de imprimir, de fora para dentro, no texto a imagem que tinha do cangaceiro, Rachel exprimiu, com suas palavras, o sentimento que lhe despertava a história de vida do homem Virgulino. Porém, há algo a ser criticado na peça, a escassez de tempo que é dado ao público para que participe emocionalmente da ação. Prado (2001, p.94) afirma que:<br /><br />De repente um cangaceiro qualquer, mal delineado psicologicamente, desconhecido da plateia, vem ao primeiro plano, revolta-se e Lampião o mata, antes que tivéssemos tempo de tomar pé no assunto[...] de participar emocionalmente da revolta e do crime.<br /><br />Mas isso não tira o mérito da grande Jornalista, cronista, romancista e dramaturga que foi Rachel de Queiroz, nem de sua peça Lampião. O estilo da autora é inconfundível. O Lampião de Queiroz em muito se assemelha ao imperador do sertão que se conhece hoje. Apesar de seus atos violentos, tinha também um lado humano e generoso. Ao Diário Oficial, 1995, p.9, Lampião revelou:<br /><br />Tenho cometido violências e depredações vingando-me dos que me perseguem e em represália a inimigos. Costumo, porém, respeitar as famílias, por mais humildes que sejam, e quando sucede algum do meu grupo desrespeitar uma mulher, castigo severamente.<br /><br />Ao mesmo tempo em que roubava e matava, dava também aos pobres, chegou a distribuir mais de um conto de réis com o povo do Juazeiro. Era desconfiado, pois tinha medo de traição por parte dos seus. “Lampião suspeitava de todos os alimentos que lhe entregavam e fazia com que fossem experimentados [...] examinava com cuidado as garrafas” (GRUNSPAN-JASMIN, 2006). Católico e devoto a padre Cícero. Lampião certa vez disse (Diário Oficial,1995, p. 9):<br /><br />Sempre respeitei e continuo a respeitar o estado do Ceará, porque aqui não tenho inimigos, nunca me fizeram mal, e além disso é o estado do padre Cícero. Como deve saber, tenho a maior veneração por esse santo sacerdote, porque é o protetor dos humildes e infelizes<br /><br />O homem Virgulino ou capitão Lapião não poderia se queixar da falta de menções ao seu nome, muitos foram os contos, livros, as músicas e cordéis que contaram sua história. “Era brabo, Virgulino Lampião, mas era, pra quê negar, das fibras do coração, o mais perfeito retrato, das caatingas do sertão” (Literatura de Cordel). O rei dos cangaceiros é mais uma vez retratado nessa brilhante obra de Queiroz, dessa vez com a fibra e a força características dos sertanejos.<br /><br />Abstract: “Lampião” (1953) is one more form that Rachel de Queiroz finds to report her so known northeastern backlands, denouncing its problems and describing its habits and inhabitants with fidelity. The banditry life of Lampião's gang, their habits, their loots are described in a captivating way by the great writer that was Queiroz. The Lampião character is a faithful portrait of he who is known nowadays as the emperor of the backlands.<br /><br />Key-words: Queiroz; Backlands; Lampião <div class="ads300x250"> <script type="text/javascript"><!-- google_ad_client = "pub-7899557149297620"; /* 300x250, criado 21/09/09 */ google_ad_slot = "3348808259"; google_ad_width = 300; google_ad_height = 250; //--> </script> <script type="text/javascript" src="http://pagead2.googlesyndication.com/pagead/show_ads.js"> </script> </div> </div> <span style="font-size: 12px; line-height: 25px;"><em>Fonte: <a href="http://www.webartigos.com/" title="Leia e publique artigos de qualidade.">Webartigos.com | Textos e artigos gratuitos, conteúdo livre para reprodução</a>.</em> <sup>1</sup></span>territoriogeograficohttp://www.blogger.com/profile/04358931263242333969noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-864158248261865264.post-61395078528813636252009-09-28T06:08:00.002-07:002009-09-28T06:11:31.512-07:00ÁREAS VERDES URBANAS: Conceitos e Definições<div style="text-align: center; color: rgb(0, 0, 0);"><b><span style="font-family:garamond;font-size:130%;">CONCEITOS E DEFINIÇÕES</span></b></div> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b>Existe uma dificuldade com relação aos diferentes termos utilizados sobre as áreas verdes urbanas. Similaridades e diferenciações entre termos como áreas livres, espaços abertos, áreas verdes, sistemas de lazer, praças, parques urbanos, unidades de conservação em área urbana, arborização urbana e tantos outros, confundem os profissionais que trabalham nessa área. Esse problema existe nos níveis de pesquisa, ensino, planejamento e gestão dessas áreas, e conseqüentemente, nos veículos de comunicação. Nesse sentido foi desenvolvido um trabalho por Lima et all ( 1994 ), na tentativa de definir esses termos, através de consultas a profissionais que trabalham nessa área e a experiência do grupo que desenvolveu o trabalho. A seguir seguem algumas definições retiradas desse trabalho:</b></span></p> <ol style="color: rgb(0, 0, 0);" type="a"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><li><b><u>Espaço Livre</u>: trata-se do conceito mais abrangente, integrando os demais e contrapondo-se ao espaço construído, em áreas urbanas. Assim, a Floresta Amazônica não se inclui nessa categoria; já a Floresta da Tijuca, localizada dentro da cidade do Rio de Janeiro, é um espaço livre.</b></li></span><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><li><b><u>Área Verde</u>: onde há o predomínio de vegetação arbórea, englobando as praças, os jardins públicos e os parques urbanos. Os canteiros centrais de avenidas e os trevos e rotatórias de vias públicas, que exercem apenas funções estéticas e ecológicas, devem, também, conceituar-se como área verde. Entretanto, as árvores que acompanham o leito das vias públicas, não devem ser consideradas como tal, pois as calçadas são impermeabilizadas.</b></li></span><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><li><b><u>Parque Urbano</u>: é uma área verde, com função ecológica, estética e de lazer, entretanto com uma extenção maior que as praças e jardins públicos.</b></li></span><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><li><b><u>Praça</u>: como área verde, tem a função principal de lazer. Uma praça, inclusive, pode não ser uma área verde, quando não tem vegetação e encontra-se impermeabilizada ( exemplo, a Praça da Sé em São Paulo). No caso de ter vegetação é considerada Jardim.</b></li></span><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><li><b><u>Arborização Urbana</u>: diz respeito aos elementos vegetais de porte arbóreo, dentro da cidade. Nesse enfoque, as árvores plantadas em calçadas, fazem parte da arborização urbana, porém, não integram o sistema de áreas verdes.</b></li></span><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><li><b><u>Área Livre</u> e <u>Área Aberta</u>: são termos que devem ter sua utilização evitada, pela imprecisão na sua aplicação. </b></li></span><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><li><b><u>Espaço Aberto</u>: traduzido erroneamente e ao pé da letra do termo inglês "open space". Deve ser evitada sua utilização, preferindo-se o uso do termo espaço livre.</b></li></span></ol> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b>A CIDADE COMO UM ECOSSISTEMA E AS ALTERAÇÕES AMBIENTAIS DECORRENTES DA URBANIZAÇÃO</b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b>As cidades, assim como o meio natural, possuem entrada, tocas e saída de matéria e energia. Nesse sentido, pode ser considerada como um ecossistema. A Ecologia Urbana é a área do conhecimento responsável pelo estudo das cidades sob a ótica ecológica.</b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b> No entanto, o meio urbano não é nem um pouco auto-sustentável. Há uma grande quantidade de consumo de recursos naturais provenientes de outros sistemas, como os naturais, os semi-naturais e os agrários. Por exemplo, a água que consumimos, os alimentos que comemos, são provenientes, originariamente, fora das cidades. Tudo para abastecer uma única espécie dominante que vive nas áreas urbanas, o homem. Os rejeitos da utilização de bens e produtos são uma grande fonte de poluição para o próprio ambiente das cidades, seu entorno e até mesmo de áreas mais distantes. A ciclagem ou reciclagem desses rejeitos ainda é insignificante. A poluição atmosférica por gases e partículas, a contaminação das águas pelos esgotos urbanos e industriais, o lixo e entulho gerados são os principais exemplos desse rejeitos.</b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b> Em suma, somos uma espécie que consome bastante recursos naturais, desperdiça muitos bens e produtos e polui bastante o ambiente que co-habitamos com outros seres vivos.</b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b>A urbanização em maior ou menor escala provoca alterações no ambiente das cidades. Essas alterações ocorrem no micro-clima e atmosfera das cidades, no ciclo hidrológico, no relevo, na vegetação e na fauna .</b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b>A atmosfera se torna mais poluida e aquecida, devido: .presença de material particulado ( poeira, fuligem ); .liberação de gases ( CO<sub>2</sub>, CO, e outros), provenientes de veículos, indústrias e construções, provocando nuvens produzidoras de sombra; .umidade relativa menor do que no meio natural e agrário e ; .temperaturas mais altas devido o aquecimento de grandes áreas concretadas e escassez de vegetação e corpos d’água.</b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b>O ciclo das águas é alterado pela impermeabilização do solo, onde a água pluvial escorre por galerias e sistemas de drenagem, tornando essa água imprópria para uso. Os cursos d’água são retificados, não respeitando a existência e necessidade das matas ciliares. Assim as águas atingem os fundos de vale rapidamente e, não tendo condições de vazão suficiente, causam as enchentes. Além disso, as águas carregam para os rios materiais, como terra, lixo, entulho que contribuem com o assoreamento dos mesmos.</b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b>O maior problema com relação ao relevo são os cortes e aterros de grandes extenções, causando compactação e erosão dos solos.</b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b>A vegetação natural é quase totalmente dizimada e substituida por ruderais ou por plantas exóticas, muitas vezes com pequena função ecológica.</b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b>A fauna original é totalmente dizimada em função da destruição de seu habitat natural. Algumas espécies de animais se sobressaem nas cidades, devido as condições favoráveis que encontram para o seu aumento populacional e ausência de seus predadores naturais, provocando um desequilíbrio inigualável nas cadeias alimentares. Baratas, ratos, pombos, pardais, escorpiões, formigas, cupins, pernilongos, são os principais exemplos de animais urbanos. Muitos deles vetores de doenças e indesejáveis devido a sua grande população.</b></b></b></span></p><p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b>AS DIFERENTES FUNÇÕES DAS ÁREAS VERDES URBANAS</b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b>As áreas verdes urbanas proporcionam melhorias no ambiente excessivamente impactado das cidades e benefícios para os habitantes das mesmas.</b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b>A função ecológica deve-se ao fato da presença da vegetação, do solo não impermeabilizado e de uma fauna mais diversificada nessas áreas, promovendo melhorias no clima da cidade e na qualidade do ar, água e solo.</b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b>A função social está intimamente relacionada com a possibilidade de lazer que essas áreas oferecem à população. Com relação à este aspecto, deve-se considerar a necessidade de hierarquização, segundo as tipologias e categorias de espaços livres, tema que será abordado a seguir.</b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b>A função estética diz respeito à diversificação da paisagem construida e o embelezamento da cidade. Com relação a este aspecto deve ser ressaltado a importância da vegetação.</b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b>A função educativa está relacionada com a possibilidade imensa que essas áreas oferecem como ambiente para o desenvolvimento de atividades extra-classe e de programas de educação ambiental.</b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b>A função psicológica ocorre, quando as pessoas em contato com os elementos naturais dessas áreas, relaxam, funcionando como anti-estresse. Este aspecto está relacionado com o exercício do lazer e da recreação nas áreas verdes.</b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b>No entanto, a serventia das áreas verdes nas cidades está intimamente relacionada com a quantidade, a qualidade e a distribuição das mesmas dentro da malha urbana. Com relação à quantidade, a seguir estaremos discutindo a questão do índice de áreas verdes públicas e outros índices que mensuram a quantidade de vegetação nas cidades. Com relação à qualidade e distribuição, pretende-se abordar a questão da hierarquização dos espaços livres e aspectos relacionados à manutenção, conservação e planejamento dessas áreas.</b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><br />ÍNDICES</b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b>Na realidade pode-se falar em diferentes índices para expressar o verde nas cidades. </b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b>O índice de áreas verdes</b> é aquele que expressa a quantidade de espaços livres de uso público, em Km<sup>2</sup> ou m<sup>2</sup>, pela quantidade de habitantes que vive em uma determinada cidade. Então, neste cômputo, entram as praças, os parques e os cemitérios, ou seja, aqueles espaços cujo acesso da população é livre. Vale salientar que dever-se-ia trabalhar com um primeiro valor que é em função da quantidade total das áreas existentes e um segundo, recalculado, que expresse quantas dessas áreas estão sendo realmente utilizadas, após uma avaliação do seu estado de uso e conservação. Este índice se refere àquelas áreas verdes que desempenham todas as funções descritas no item anterior. No entanto, está intimamente ligado à função de lazer que desempenham ou que podem desempenhar.</b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b>Outro índice que pode ser gerado é o <b>índice de cobertura vegetal </b>em área<b> </b>urbana. Para obtenção desse índice é necessário o mapeamento de toda cobertura vegetal de um bairro ou cidade e posteriormente quantificado em m<sup>2</sup> ou Km<sup>2</sup>.Conhecendo-se a área total estudada, também em m<sup>2</sup> ou km<sup>2</sup>, chega-se posteriormente à porcentagem de cobertura vegetal que existe naquele bairro ou cidade. Se mapearmos somente as árvores, então esse índice expressará somente a cobertura vegetal de porte arbóreo. Nucci (1996), em sua tese de doutorado, fez esse levamento para o Distrito de Santa Cecília, na cidade de São Paulo. Neste trabalho o autor mapeou as "manchas de verde", obteve o valor em m<sup>2</sup> e depois dividiu pela população residente naquele bairro, chegando a um índice que ele denominou <b>índice de verde por habitante</b>. Neste caso ele considerou todo o verde existente no bairro, independente de ser área pública ou particular e não se preocupando, neste caso, com o acesso da população a essas áreas. Em seguida o autor diferenciou as áreas verdes públicas das particulares e obteve também o <b>índice de áreas verdes</b>.</b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b>Oliveira (1997), em sua dissertação de mestrado, fez um levantamento das áreas públicas de São Carlos e obteve dois índices diferentes. O primeiro, denominado <b>percentual de áreas verdes (PVA)</b>, foi estimado para grandes áreas da cidade que o autor chamou de unidades de gerenciamento. Neste índice entraram todas as áreas verdes públicas da cidade, independentemente da sua acessibilidade à população. Diferentes valores foram obtidos para as diferentes unidades de gerenciamento. Em seguida, o autor calculou o <b>índice de áreas</b> <b>verdes (IAV)</b>, considerando somente aquelas áreas verdes públicas de acesso livre para a população. Neste caso os índices foram obtidos para setores da cidade. Também chegou ao índice de áreas verdes para a cidade como um todo. O valor obtido foi de 2,65 m2/hab. Segundo o autor este último índice é um indicador de qualidade de vida da população, expressando a oferta de área verde "per capta". </b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b>"Ainda em relação aos índices é importante comentar que está difundida e arraigada no Brasil a assertiva de que a ONU, ou a OMS, ou a FAO, considerariam ideal que cada cidade dispusesse de 12m<sup>2</sup> de área verde/habitante. Nas pesquisas, por carta, que fizemos junto à essas Organizações, foi constatado que esse índice não é conhecido, como não o é, entre as faculdades de paisagismo da República Federal da Alemanha. Somos levados a supor, depois de termos realizado muitos estudos, que esse índice se refira, tão somente às necessidades de parque de bairro e distritais/setoriais, já que são os que, dentro da malha urbana, devem ser sempre públicos e oferecem possibilidade de lazer ao ar livre" (Cavalheiro & Del Picchia, 1992).</b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b>A falta de uma definição amplamente aceita sobre o termo "áreas verdes" e as diferentes metodologias utilizadas para obtenção dos índices , dificulta a comparação dos dados obtidos para diferentes cidades brasileiras e destas com cidades estrangeiras.</b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b>Estes índices carregam consigo apenas uma informação quantitativa geral, não expressando como essas áreas verdes se encontram, como estão sendo utilizadas e nem a distribuição das mesmas dentro da cidade. Imagine que podemos ter um alto índice de áreas verdes em uma determinada cidade, mas quando vamos observar onde estão localizadas essas áreas, constatamos que a grande maioria delas estão nos bairros de classe de alta renda. Soma-se a isto, o fato de que as pessoas mais pobres, onde há uma carência maior dessas áreas, não possuem acesso a clubes de lazer particulares e seus quintais internos são pequenos ou mesmo inexistentes, tendo muitas vezes que praticar esporte ou desenvolver algum tipo de recreação nas ruas do seu bairro.</b></b></b></b></b></b></span></p> <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 0);"><br /></span><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-family:garamond;font-size:130%;" ><b><b><b><b><b><b><b>HIERARQUIZAÇÃO DOS ESPAÇOS LIVRES</b></b></b></b></b></b></b></span> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b>Os espaços livres de construção são classificados segundo:</b></b></b></b></b></b></b></b></span></p> <ol style="color: rgb(0, 0, 0);" type="a"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><li><b><b><b><b><b><b><b><b>Tipologia ( baseado em Gröening, 1976 apud Escada, 1987 ), em:</b></b></b></b></b></b></b></b></li></span></ol> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-family:garamond;font-size:130%;" ><b><b><b><b><b><b><b><b> </b></b></b></b></b></b></b></b></span><p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b>Particulares: jardins, quintais, chácaras;</b></b></b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b>Potencialmente coletivos: clubes, escolas, fábricas, universidades;</b></b></b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b> Públicos: praças, parques, cemitérios.</b></b></b></b></b></b></b></b></span></p> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-family:garamond;font-size:130%;" ><b><b><b><b><b><b><b><b> </b></b></b></b></b></b></b></b></span><p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b>b) Categoria e Disponibilidade, veja <a href="http://educar.sc.usp.br/biologia/prociencias/tabela3.html">Tabela </a><a name="tabela3">01</a>.</b></b></b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b>Segundo Cavalheiro & Del Picchia (1992), os valores contidos na Tabela devem servir como indicações quanto à capacidade de suporte para visitação, a quantidade de equipamentos que possam conter e à maximização de sua manutenção.</b></b></b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b>Os parques de vizinhança, segundo Escada (1992), são de uso localizado, pois são planejados para servir à uma unidade de vizinhança ou de habitação, substituindo as ruas e os quintais de casas das cidades menores. São espaços com tamanho reduzido, que devem abrigar alguns tipos de equipamentos ligados à recreação, vegetação e distar entre 100 e 1.000 m das residências ou do trabalho.</b></b></b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b>Os parques de bairro são de maiores dimensões, devendo conter uma gama maior de equipamentos de lazer. Podem desempenhar função paisagística e ambiental, se dotados de vegetação, espaços livres de impermeabilização e águas superficiais. </b></b></b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b>Os parques distritais são espaços livres de grandes dimensões. Segundo Birkholz, 1983 apud Escada, 1992 são áreas de bosques que contém elementos naturais de grande significado, tais como montanhas, cachoeiras, florestas, etc. Devem ser concebidos e equipados para permitir acampamentos, possuir trilhas para passeios a pé e a cavalo, locais de banho, natação, esporte e outros.</b></b></b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b>Os parques metropolitanos também são espaços livres de grandes dimensões, devendo possuir os espaços e equipamentos de lazer citados para os parques distritais. A diferença maior com estes é sua inserção em áreas metropolitanas, servindo como um espaço público para habitantes de diferentes cidades próximas. Os dois maiores exemplos são o Central Park de Nova York e o Parque do Ibirapuera, em São Paulo. </b></b></b></b></b></b></b></b></span></p><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-family:garamond;font-size:130%;" ><b><b><b><b><b><b><b><b></b></b></b></b></b></b></b></b></span><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-family:garamond;font-size:130%;" ><b><b><b><b><b><b><b><b><b>MANUTENÇÃO, CONSERVAÇÃO E SEGURANÇA DAS ÁREAS VERDES </b></b></b></b></b></b></b></b></b></span> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b><b>A disponibilidade de espaços para recreação e prática de esporte nas cidades não depende exclusivamente da existência de áreas para o desenvolvimento dessas atividades. A conservação e manutenção de todos elementos que compõem uma praça ou um parque devem merecer atenção continuada dos orgãos públicos que gerenciam essas áreas e da população que as utilizam. O uso público de uma área verde está intimamente ligado à manutenção, conservação e segurança que esta área recebe.</b></b></b></b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b><b>Todo elemento natural constituinte de uma área verde, principalmente a vegetação deve ser manejada constantemente. Alguns tipos de manejo são citados a seguir: </b></b></b></b></b></b></b></b></b></span></p> <ul style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><li><b><b><b><b><b><b><b><b><b> podas em árvores com galhos podres, secos ou lascados;</b></b></b></b></b></b></b></b></b></li></span><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><li><b><b><b><b><b><b><b><b><b> extrações de árvores com risco de queda ou que apresentam algum problema fitosanitário irreparável;</b></b></b></b></b></b></b></b></b></li></span><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><li><b><b><b><b><b><b><b><b><b> plantio de novas árvores, visando a substituição daquelas extraídas, ou mesmo, para adensamento da vegetação de porte arbóreo;</b></b></b></b></b></b></b></b></b></li></span><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><li><b><b><b><b><b><b><b><b><b> poda de levantamento de copa;</b></b></b></b></b></b></b></b></b></li></span><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><li><b><b><b><b><b><b><b><b><b> trato com os problemas de pragas e doenças;</b></b></b></b></b></b></b></b></b></li></span><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><li><b><b><b><b><b><b><b><b><b> capina do gramado e poda das arbustivas;</b></b></b></b></b></b></b></b></b></li></span><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><li><b><b><b><b><b><b><b><b><b> diversificação das espécies utilizadas e priorização das nativas.</b></b></b></b></b></b></b></b></b></li></span></ul> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b><b> Também deve ser levado em consideração, na fase de planejamento de uma área verde, a preocupação com espécies que dão maior demanda de manutenção e altos custos de implantação, como as capinas de gramas exóticas. Em grandes parques é possível utilizar como substrato as herbáceas existentes na própria área. À medida que as árvores crescem, essas invasoras tendem a desaparecer dos espaços sombreados. Posteriormente, pode-se pensar em gramar os espaços expostos ao sol pleno ou mesmo manter a vegetação existente. </b></b></b></b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b>Com relação aos equipamentos de lazer e a todo mobiliário urbanoque faz parte da área verde, deve-se reparar todo dano existente e paralelamente, desenvolver campanha educativa aos usuários para uso adequado e proteção dos mesmos. Um banco quebrado ou uma luminária que não funcione é motivo suficiente para reprodução desses e de outros tipos de danos. </b></b></b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b>Permanecer tranqüilo em uma praça, hoje em dia, é algo difícil de acontecer. Na maioria das vezes não nos sentimos seguros. O que dá segurança em uma área verde na cidade é o seu uso constante pela população e uma guarda municipal que seja mais educativa que punitiva. Esse uso ocorrerá se a praça estiver dotada de iluminação eficiente, equipamentos funcionando, gramados capinados, árvores de copas altas e muitos outros ítens relacionados à conservação e manutenção dos elementos existentes na área.<br /></b></b></b></b></b></b></b></b></span></p><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-family:garamond;font-size:130%;" ><b><b><b><b><b><b><b><b></b></b></b></b></b></b></b></b></span><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-family:garamond;font-size:130%;" ><b><b><b><b><b><b><b><b><b>PLANEJAMENTO E LEGISLAÇÃO</b></b></b></b></b></b></b></b></b></span> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b><b>O Código de Áreas Verdes e Arborização Urbana de uma cidade é o instrumento legal e de gerenciamento mais importante que pode existir para assegurar a existência de espaços que desempenhem funções de melhorias do ambiente urbano e da qualidade de vida dos seus habitantes.</b></b></b></b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b><b>Com relação ao planejamento, deve-se pensar primeiro na cidade como um todo, propondo a existência e funcionalidade de um sistema municipal de áreas verdes ou de espaços livres, considerando a densidade populacional dos bairros ou setores da cidade e o potencial natural das áreas existentes.</b></b></b></b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b><b>Para cada bairro ou setor, no planejamento e projeção dos espaços livres ou setor deve-se levar em consideração as faixas etárias predominantes e existentes, a opinião dos moradores e o potencial de cada área. Guzzo (1991), em sua monografia de graduação, desenvolveu um trabalho de planejamento dos espaços livres de uso público para um conjunto habitacional de Ribeirão Preto/SP. Primeiro foi feita uma hierarquização das áreas verdes e sistemas de lazer existentes no Projeto Urbanístico, segundo as categorias existentes na Tabela 01. As áreas foram classificadas em parques de vizinhança, parques de bairro e verde de acompanhamento viário. Posteriormente a população foi consultada através de questionário segundo seus desejos quanto aos elementos que deveriam estar presentes nessas áreas. Posteriormente, o autor observou quais os tipos de lazer que as crianças desenvolviam nas ruas do bairro. Com todas essas informações foi feito dois pré-projetos paisagísticos para uma área categorizada como parque de vizinhança e outra como parque de bairro. Este último, com área superior a 6,0 hectares se transformou em 1995, através de lei municipal, no Parque de Bairro Tom Jobim. Porém, até a presente data, ainda não foi totalmente implantado. Apenas alguns equipamentos esportivos e a arborização externa da área foi implementada.</b></b></b></b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b><b>Ainda com relação à legislação, cita-se a seguir aquelas que devem merecer atenção para quem for desenvolver algum tipo de trabalho com áreas verdes e arborização urbana:</b></b></b></b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b><b>- Lei 7.803/89, alterando a Lei 4.771/65 que estabelece o Código Florestal Brasileiro;</b></b></b></b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b><b>- Lei 6.766/79 que dispõe sobre parcelamento do solo urbano;</b></b></b></b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b><b>- Lei Orgânica do Município e ;</b></b></b></b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b><b>- Plano Diretor do Município e leis complementares, como Código Municipal de Meio Ambiente, Lei Municipal de Parcelamento e Uso do Solo Urbano, Plano Viário Municipal, Lei do Mobiliário Urbano e Lei Municipal de Saneamento.</b></b></b></b></b></b></b></b></b></span></p> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-family:garamond;font-size:130%;" ><b><b><b><b><b><b><b><b><b><br /><img src="http://educar.sc.usp.br/biologia/prociencias/arvores2.gif" alt="barra" height="29" width="560" /><br /></b></b></b></b></b></b></b></b></b></span><p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b><b><b>BIBLIOGRAFIA</b></b></b></b></b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b><b><b><span style="font-family:garamond;font-size:100%;">CAVALHEIRO, F. & DEL PICCHIA, P.C.D. <i>Áreas Verdes: conceitos, objetivos e diretrizes para o planejamento.</i> In: Congresso Brasileiro sobre Arborização Urbana, I, Vitória/ES, 13-18/09/92. Anais I e II. 1992. P.29-35.</span></b></b></b></b></b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b><b><b><span style="font-family:garamond;font-size:100%;">ESCADA, M.I.S. <i>Utilização de técnicas de sensoriamento remoto para o planejamento de espaços livres urbanos de uso coletivo.</i> ( Dissertação de Mestrado em Sensoreamento Remoto ) - INPE, São José dos Campos, 1992. 133 p.</span></b></b></b></b></b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b><b><b><span style="font-family:garamond;font-size:100%;">GUZZO, P<i>. Propostas para planejamento dos espaços livres de uso público</i> <i>do conjunto habitacional Procópio Ferraz em Ribeirão Preto/SP.</i> ( Monografia de Graduação ) – Instituto de Biociências - Unesp, "Campus" de Rio Claro/SP. 1991. 140 p.</span></b></b></b></b></b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b><b><b><span style="font-family:garamond;font-size:100%;">LIMA, A.M.L.P.; CAVALHEIRO, F.; NUCCI, J.C.; SOUZA, M.A.L.B.; FIALHO, N.O ; DEL PICCHIA, P.C.D.<i> Problemas de utilização na Conceituação de termos como espaços livres, áreas verdes e correlatos. </i>In: Congresso Brasileiro sobre Arborização Urbana, II, São Luiz/MA, 18-24/09/94. Anais. p. 539-550.<i> </i> </span></b></b></b></b></b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b><b><b><span style="font-family:garamond;font-size:100%;">NUCCI, J.C.<i> Qualidade ambiental e adensamento: um estudo de planejamento da paisagem do Distrito de Santa Cecília ( Município de São Paulo ).</i> ( Tese de Doutorado em Geografia Física ) F.F.L.C.H. - USP, São Paulo, 1996. 229 p.</span></b></b></b></b></b></b></b></b></b></b></span></p> <p style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b><b><b><span style="font-family:garamond;font-size:100%;">OLIVEIRA, C.H. <i>Planejamento ambiental na cidade de São Carlos/SP com ênfase nas áreas públicas e áreas verdes: diagnóstico e propostas. </i>(Dissertação de Mestrado ) UFSCar, São Carlos, 1996. 181 p.</span></b></b></b></b></b></b></b></b></b></b></span><br /></p> <center style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b><b><b><span style="font-family:garamond;font-size:100%;"><br /> </span></b></b></b></b></b></b></b></b></b></b></span><p><span style="font-family:garamond;font-size:130%;"><b><b><b><b><b><b><b><b><b><b><span style="font-family:garamond;font-size:100%;"><b><span style="font-family:garamond;font-size:130%;">TEXTO: <a href="http://educar.sc.usp.br/biologia/prociencias/nomes.html#perci">Perci Guzzo</a> </span></b></span></b></b></b></b></b></b></b></b></b></b></span></p></center>territoriogeograficohttp://www.blogger.com/profile/04358931263242333969noreply@blogger.com0